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77 “Boechat foi disparado o jornalista mais inteligente e brilhante com quem tive a oportunidade de trabalhar ao longo dos meus quase 30 anos de carreira”, prossegue Barão. “Ele tinha uma dedicação incrível, mesmo nas férias, quando chegava a se esconder da esposa para tentar passar uma notícia de primeira mão. Era um cara diferente porque tentava falar com a maior quantidade de pessoas possível, tentando pegar aquilo que fosse mais importante, sempre de uma forma muito humanizada. Era impressionante como ele se comunicava. Conseguia falar desde com a pessoa mais humilde até o cara mais rico e enxergar algo além dos editoriais tradicionais. Ele tinha uma obstinação muito grande em relação à notícia. Era um jornalista que não se vê mais por aí. Na verdade, para mim, não haverá uma pessoa igual a Boechat”. Carreira Nascido em Buenos Aires, filho de um diplomata brasileiro com uma argentina, Boechat não pensava em ser jornalista no começo de sua trajetória. Aos 17 anos, sua única experiência era a militância como estudante secundarista no Rio de Janeiro, e o jornalismo era visto muito mais como um “bico” do que um caminho a seguir. O ponto de virada foi o convite para trabalhar como repórter para Ibrahim Sued, ícone do colunismo social na época. Após breve passagem pelo Jornal do Brasil, foi para o jornal O Globo trabalhar na Coluna do Swann. Durante a passagem na publicação, aperfeiçoou-se no colunismo social. Por dois anos, de 1986 a 1988, trabalhou no Estadão. Em 1997, lançou a Coluna do Boechat, e de 1996 até 2001 foi comentarista do Bom Dia Brasil. Em 2005, chegou ao Grupo Bandeirantes para ser um dos principais nomes da recém-criada BandNews FM. No ano seguinte, assumiu a apresentação do Jornal da Band, principal telejornal da emissora. Boechat trabalhou na Band por quase 15 anos, até a sua morte, em 2019. Além do Jornalismo, foi Secretário Extraordinário de Comunicação Social do governo Moreira Franco, no Rio de Janeiro, assessor de imprensa de Moreira Franco na prefeitura de Niterói e coordenador da campanha dele para o governo do estado em 1982. Era também professor universitário, desde 1994. Ao longo da carreira, venceu três Prêmios Esso: o primeiro com uma reportagem para o Estadão sobre a subsidiária da Petrobras que fazia aplicações em programas de baixa rentabilidade; o segundo com uma matéria para o jornal O Globo sobre a concorrência fraudulenta aberta pelo Exército para a compra de uniformes; e o terceiro, também com uma matéria para O Globo, sobre contrabando. Ninguém venceu mais vezes o Prêmio Comuniquse-se do que Ricardo Boechat) Eduardo Barão é um dos autores de Eu sou Ricardo Boechat

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