Ranking +Premiados da Imprensa 2024

7 Jornalistas&Cia/Portal dos Jornalistas – O que significa para você ser o +Premiado Jornalista de 2024? Lalo de Almeida – É um reconhecimento por essa dedicação que tive ao longo da carreira. Sempre brinco que não me considero um cara talentoso, e sim um cara muito esforçado. Então, acho que ser o +Premiado reconhece esse esforço, essa dedicação de tantos anos trabalhando sempre no mesmo ritmo, na mesma toada, tentando ser coerente, vejo como um reconhecimento pela carreira. É importante ressaltar que nada disso teria acontecido se eu não tivesse trabalhado com alguns dos melhores jornalistas do Brasil. Na verdade, esse reconhecimento aconteceu porque tive o privilégio de trabalhar com essas feras, se não, eu não teria ganhado todos esses prêmios. Estou sendo premiado e reconhecido, mas na verdade é um reconhecimento meu e de todos os jornalistas com quem trabalhei, estou recebendo de forma individual, mas enxergo muito como algo coletivo. J&Cia/PJ – Como surgiu seu interesse em trabalhar com fotojornalismo? Lalo – A fotografia sempre esteve presente na minha vida como uma forma de registrar minhas viagens. Quando eu era mais jovem, na adolescência, queria fazer fotografia de natureza. Fazia muitas caminhadas, escaladas, e fotografava essas viagens. Cheguei até a publicar minhas fotos em algumas revistas. Mas nessa época eu estava perdidão, não sabia que curso fazer, que profissão seguir, acabei indo cursar Geologia, mas não era para mim. Aí uma vez fiz uma viagem de bicicleta pela Patagônia, e publiquei as fotos em vários lugares, revistas, jornais. Foi aí que percebi que talvez esse negócio tinha jeito e decidi ser fotógrafo. Fui estudar fotografia, mas na época não havia uma formação específica no Brasil. Então, lembrei do meu irmão que morava em Milão, na Itália, eu também já falava italiano, e foi assim que decidi ir para lá, para estudar fotografia no Instituto Europeo di Design. Para me sustentar, trabalhei em uma pequena agência de fotojornalismo que cobria apenas cronaca nera − em italiano, assuntos policiais. Eu pegava minha motinho, ficava escutando a frequência de rádio da polícia e dos bombeiros, e quando acontecia algo, saía dirigindo para lá e fotografava o ocorrido. Depois, revelava as fotos (era ainda a época do preto e branco), editava, ampliava e logo em seguida pegava a motinho de novo e ia nas redações dos jornais para vendê-las. Foi uma experiência fantástica, pois eu fazia o ciclo inteiro da notícia, do trabalho, desde entender o que era a pauta, sair para Lalo fotografando uma área queimada do Pantanal em 2020, na região da Serra do Amolar (MS)

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