10 Foto de um macaco bugio carbonizado para a série Pantanal em Chamas (2020). “A posição do macaco lembra uma figura humana” seca. E nesse meio tempo, os bichos conseguem fugir. Mas no Pantanal é diferente, o fogo passa devastando tudo rapidamente. E a quantidade de animais mortos que vimos lá foi assustadora, de partir o coração. Foi um susto essa descoberta dos incêndios no Pantanal. A foto específica do macaco queimado foi feita nessa viagem. Estávamos numa fazenda próxima à Serra do Amolar, na fronteira com a Bolívia, e o fogo tinha passado no dia anterior com uma velocidade gigantesca, um dos incêndios mais fortes que vi. No dia seguinte, percorremos a região por onde o fogo tinha passado. E no meio do cenário apocalíptico, com uma cinza esbranquiçada de tão forte que era o fogo, nos deparamos com essa figura. Quando olhei, até levei um susto, pois parecia quase uma figura humana. Era um macaco bugio, que estava em uma posição como se estivesse rastejando, fugindo das chamas, e é um movimento muito humano, parecia uma pessoa. Foi um choque. E quando olhamos em volta, percebemos que não era só aquele macaco, tinha outros, era um bando. Encontramos outros macacos carbonizados. J&Cia/PJ – Pensando em todos esses temas essenciais que você cobriu com suas imagens, qual a importância da fotografia para o jornalismo? Lalo – Para responder a essa pergunta me vêm à cabeça algumas coisas. Depois de tantos anos cobrindo temas socioambientais, a minha percepção é que o interesse das pessoas por esses assuntos ainda é muito pequeno. Então, acho que a imagem, que é uma linguagem muito direta e cria muita empatia com o outro, é um jeito de se Lalo em meio aos incêndios que atingiram o Pantanal em 2020
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