Ranking +Premiados da Imprensa 2024

Realização: zEntrevista exclusiva com Lalo de Almeida zTV Globo, Folha e Metrópoles são os veículos +Premiados do Ano zEliane Brum segue na liderança entre os +Premiados da História zPesquisa atinge a casa de 200 prêmios avaliados E mais... 2024 Cobertura socioambiental garante ao repórter fotográfico da Folha de S.Paulo o título de +Premiado Jornalista de 2024 Lalo de Almeida Janeiro de 2025

2 Índice Carta ao leitor..........................................................................................................4 Perfil – Lalo de Almeida ....................................................................9 Sistema de Pontos e Relação de Prêmios..................................................15 +Premiados Jornalistas do Ano.............................20 +Premiados Veículos e Grupos do Ano......................................................28 +Premiados Jornalistas da História..............................................................36 +Premiados Veículos e Grupos da História........................................48

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4 Editorial * Fernando Soares, editor de Jornalistas&Cia e coordenador do Ranking +Premiados da Imprensa Brasileira Jornalistas&Cia está celebrando 30 anos de fundação em 2025. Lá se vão três décadas cobrindo semanalmente as movimentações e novidades de um mercado que passou nesse período por um profundo processo de digitalização, culminando com o fim de muitas publicações tradicionais e com o surgimento de tantas outras, em novas plataformas. Também acompanhou de perto a evolução de inúmeros profissionais, viu grandes nomes do jornalismo partirem e, acima de tudo, destacou o surgimento de novos talentos, cujo trabalhos são constantemente reconhecidos nacional e internacionalmente. E é impressionante como nossa escola é capaz de produzi-los em série! Em sua 14ª edição, o Ranking dos +Premiados da Imprensa Brasileira é mais um indicativo dessa capacidade de formar profissionais de qualidade em todas as regiões brasileiras. Uma prova disso é que dentre os TOP 50 +Premiados Jornalistas do Ano, quase 70% atuam em veículos independentes, com menos de dez anos de atividade. Boa parte deles, inclusive, aparece no levantamento pela primeira vez. Outro ponto a ser destacado é a pluralidade desses profissionais, muitos oriundos de diferentes regiões e contextos sociais, que trazem perspectivas únicas e enriquecem o panorama informativo do País. A edição 2024 da pesquisa também mostrou mais uma vez a força do fotojornalismo brasileiro. Pelo segundo ano consecutivo, o +Premiado Jornalista do Ano é um repórter fotográfico. E não para por aí. Além da liderança de Lalo de Almeida, da Folha de S.Paulo, a pesquisa trouxe os repórteres fotográficos Paulo Pinto, da Agência Brasil de Notícias, em segundo lugar, e Mateus Bruxel, da GZH, em quarto. Destaque também para a temática amazônica, que esteve presente em mais de 25% das pautas e trabalhos premiados dos 50 primeiros colocados da pesquisa. Nas próximas páginas vocês poderão conferir quem foram os jornalistas, veículos e grupos de comunicação mais premiados do ano, e também como estes resultados impactaram no levantamento histórico em suas respectivas categorias. Boa leitura, e parabéns aos premiados! A base vem forte Edição 2024 do Ranking +Premiados da Imprensa destaca o surgimento de novos talentos do jornalismo brasileiro Expediente O Ranking +Premiados da Imprensa Brasileira é uma produção da Jornalistas Editora Ltda. Coordenação Geral: Fernando Soares • Reportagem: Hellen Souza e Victor Felix • Revisão: Wilson Baroncelli • Direção: Eduardo Ribeiro • Diagramação: Paulo Sant’Ana • Publicidade: Silvio Ribeiro e Vinicius Ribeiro Este conteúdo pode ser reproduzido livremente mediante citação da fonte.

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6 Lalo de Almeida O +Premiado Jornalista de 2024 Por Victor Félix Lalo de Almeida, da Folha de S.Paulo, é o +Premiado Jornalista de 2024. Com 162,5 pontos, o repórter fotográfico alcançou a primeira posição do Ranking com a conquista de importantes prêmios, entre eles o Maria Moors Cabot, uma das mais antigas e relevantes premiações de jornalismo do mundo, por seus mais de 30 anos de carreira e dedicação em retratar ameaças ao meio ambiente e crises migratórias. Lalo também integrou as equipes que conquistaram em 2024 os prêmios CICV (na categoria Cobertura Humanitária Internacional); Direitos Humanos de Jornalismo, em Multimídia; e Folha de Jornalismo, na categoria Reportagem. Essas premiações também fizeram Lalo subir 20 posições no Ranking dos +Premiados Jornalistas da História, pulando da 46ª para a 26ª posição. Este é o segundo ano consecutivo e a terceira vez na história do Ranking que um repórter fotográfico é o +Premiado Jornalista do Ano. Em 2023 tal feito coube a Marcia Foletto, de O Globo, e em 2015, Dida Sampaio (Estadão) e Domingos Peixoto (O Globo) dividiram o primeiro lugar. Curiosamente, o segundo colocado desta edição também foi um repórter fotográfico: Paulo Pinto, da Agência Brasil. Especializado em pautas socioambientais, Lalo de Almeida fez ao longo de sua carreira parte de importantes projetos audiovisuais, que evidenciam temas como desmatamento, mudanças climáticas, incêndios devastadores, impactos da ação humana na natureza e as diversas (e muito complexas) relações entre o homem e o ambiente. Através de suas fotografias, mostra aquilo que muitos querem manter “por trás das cortinas”. Nascido em 1970, tem mais de três décadas de carreira no fotojornalismo. Diz que sempre teve interesse por fotografia e “aventuras”. Desde a juventude, fazia registros de suas viagens, passeios, escaladas e trilhas, chegando inclusive a vender algumas de suas fotos para revistas. Estudou fotografia no Instituto Europeo di Design, em Milão, Itália. Na época, chegou a trabalhar cobrindo pautas policiais. Ao retornar ao Brasil, teve breve passagens por Estadão e revista Veja, até chegar à Folha de S.Paulo, onde trabalha há mais de 30 anos. Colaborou também em diversos projetos para o jornal americano The New York Times, além de outras publicações brasileiras, como Globo Rural e revista Crescer. É autor de diversas séries de fotografias premiadas internacionalmente, como Distopia Amazônica (projeto ao qual se dedicou por 12 anos), A Batalha do Belo Monte (2013), Um Mundo de Muros (2017), Pantanal em Chamas (2020) e Darién, a Selva da Morte (2024). Nesta edição especial, o Ranking +Premiados da Imprensa conversou com Lalo de Almeida sobre sua carreira e trajetória no fotojornalismo. Ele falou sobre as motivações que o levaram a seguir na profissão, como se interessou e especializou em pautas socioambientais, os riscos desse tipo de cobertura e bastidores de premiados trabalhos que fez. Confira um resumo com os principais trechos da entrevista, cuja íntegra está disponível no Portal dos Jornalistas:

7 Jornalistas&Cia/Portal dos Jornalistas – O que significa para você ser o +Premiado Jornalista de 2024? Lalo de Almeida – É um reconhecimento por essa dedicação que tive ao longo da carreira. Sempre brinco que não me considero um cara talentoso, e sim um cara muito esforçado. Então, acho que ser o +Premiado reconhece esse esforço, essa dedicação de tantos anos trabalhando sempre no mesmo ritmo, na mesma toada, tentando ser coerente, vejo como um reconhecimento pela carreira. É importante ressaltar que nada disso teria acontecido se eu não tivesse trabalhado com alguns dos melhores jornalistas do Brasil. Na verdade, esse reconhecimento aconteceu porque tive o privilégio de trabalhar com essas feras, se não, eu não teria ganhado todos esses prêmios. Estou sendo premiado e reconhecido, mas na verdade é um reconhecimento meu e de todos os jornalistas com quem trabalhei, estou recebendo de forma individual, mas enxergo muito como algo coletivo. J&Cia/PJ – Como surgiu seu interesse em trabalhar com fotojornalismo? Lalo – A fotografia sempre esteve presente na minha vida como uma forma de registrar minhas viagens. Quando eu era mais jovem, na adolescência, queria fazer fotografia de natureza. Fazia muitas caminhadas, escaladas, e fotografava essas viagens. Cheguei até a publicar minhas fotos em algumas revistas. Mas nessa época eu estava perdidão, não sabia que curso fazer, que profissão seguir, acabei indo cursar Geologia, mas não era para mim. Aí uma vez fiz uma viagem de bicicleta pela Patagônia, e publiquei as fotos em vários lugares, revistas, jornais. Foi aí que percebi que talvez esse negócio tinha jeito e decidi ser fotógrafo. Fui estudar fotografia, mas na época não havia uma formação específica no Brasil. Então, lembrei do meu irmão que morava em Milão, na Itália, eu também já falava italiano, e foi assim que decidi ir para lá, para estudar fotografia no Instituto Europeo di Design. Para me sustentar, trabalhei em uma pequena agência de fotojornalismo que cobria apenas cronaca nera − em italiano, assuntos policiais. Eu pegava minha motinho, ficava escutando a frequência de rádio da polícia e dos bombeiros, e quando acontecia algo, saía dirigindo para lá e fotografava o ocorrido. Depois, revelava as fotos (era ainda a época do preto e branco), editava, ampliava e logo em seguida pegava a motinho de novo e ia nas redações dos jornais para vendê-las. Foi uma experiência fantástica, pois eu fazia o ciclo inteiro da notícia, do trabalho, desde entender o que era a pauta, sair para Lalo fotografando uma área queimada do Pantanal em 2020, na região da Serra do Amolar (MS)

8 fotografar, editar, revelar, ampliar, até conseguir vender o peixe para o editor. Cheguei a cobrir a Guerra da Bósnia, no começo dos anos 1990, por uma outra agência, cobertura essa que também foi uma grande escola de aprendizado para mim. Aí chegou um ponto em que achei que era a hora de voltar ao Brasil, um país muito rico, com muitas histórias para contar. Mas quando cheguei não conhecia ninguém. Trabalhei alguns meses no Estadão e na revista Veja, mas as coisas não estavam fluindo. Foi então que um editor da Folha de S.Paulo me ligou e me convidou para trabalhar lá. Fui pensando que não ia durar muito, com a ideia de ficar no máximo um ano, e olhe lá. E o que era para ser apenas um ano acabou virando 30. Estou perto de completar 31 anos de Folha. E não me arrependo. É um lugar incrível, que tem um ambiente que exala vontade de criar, de contar histórias. Foi justamente na Folha que fiz alguns dos melhores projetos da minha carreira. Acredito que o jornal me possibilitou fazer trabalhos que em poucos lugares do mundo eu conseguiria. J&Cia/PJ – O seu interesse em cobrir questões socioambientais surgiu por causa de suas viagens ou algum outro fator te deu aquele “estalo”? Lalo – Acho que um pouco dos dois. Sinto que tive um retorno às minhas raízes no sentido de que gosto muito de fotografar no meio da natureza, prefiro fotografar em ambientes afastados, rurais, estar no meio desses lugares remotos. Sinto que consegui juntar no meu trabalho hoje aquele desejo de estar fotografando no meio da natureza, e ao mesmo tempo colocando o jornalismo nisso tudo, contando as histórias, as ameaças que rondam esses biomas. Mas creio que teve um momento muito importante na minha carreira, que considero uma virada de chave em vários sentidos, que foi o trabalho sobre Belo Monte. Esse trabalho me fez entender essa ocupação predatória na Amazônia, e foi a partir dele que comecei a fazer muitos projetos especiais multimídia para a Folha. J&Cia/PJ – Sobre o projeto Um Mundo de Muros, como foi vivenciar e cobrir essas divisões entre as populações de países e regiões tão distintos? Lalo – Foi um projeto fantástico. Trabalhei ao lado de Patrícia Campos Mello, uma das melhores jornalistas do Brasil [N. da R.: Patrícia também foi a +Premiada Jornalista do Ano nas edições 2019 e 2020 do Lalo durante a cobertura das queimadas no Pantanal em 2020 Foto de capa do projeto A Batalha de Belo Mon

9 Ranking]. Nós pensamos nesse projeto numa época em que vários “muros” e divisões estavam sendo erguidos pelo mundo, o assunto era bem pertinente. Foram viagens incríveis, todas únicas. Visitamos zonas de conflito, com muita tensão, entre Estados Unidos e México, Quênia e Somália, Sérvia e Hungria, além de muros internos no Peru e Brasil. Passamos então por África, Europa, América e Oriente Médio. Nessa viagem foi a primeira vez que eu usei um drone. Foi um projeto supermultimídia, com imagens em 360 graus. Foi um projeto incrível e que, no começo, parecia inviável e impossível. Era muita grana para as viagens. Tentamos patrocínio por fora, mas não conseguimos. E no fim, a Folha bancou tudo e esse trabalho acabou sendo um dos mais premiados do jornal. J&Cia/PJ – E sobre a série Pantanal em Chamas, o que você sentiu ao ver toda aquela destruição e ao tirar a foto emblemática do macaco carbonizado? Lalo – Esse trabalho foi muito marcante para mim. Na época, estávamos fazendo um projeto chamado Amazônia sob Bolsonaro. Então, nosso foco estava 100% na Amazônia. Eu estava trabalhando com meu amigo Fabiano Maisonnave, que na época era correspondente em Manaus. E a gente começou a receber notícias de que os focos de incêndio no Pantanal estavam crescendo, lá perto de junho, julho. E aí já tínhamos viagem marcada para Amazônia, mas decidimos ir para o Pantanal antes da Amazônia. E, sendo sincero com você, estávamos meio desinformados. Para falar a verdade, a gente sabia que a situação estava feia, mas não tínhamos noção do quão grave estava. Quando chegamos lá, foi um grande susto. O céu estava lindo e azul, achávamos que não tinha tanto fogo assim, mas conforme fomos chegando perto do Sesc Pantanal, na região de Poconé, que era o lugar onde estavam concentrados os incêndios, de repente surgiu um muro de fumaça, era fogo por todo lado. Não tínhamos noção do tamanho dos incêndios. Na Amazônia, o que ocorre normalmente com os incêndios é o seguinte: o pessoal derruba as árvores pois não consegue colocar fogo com elas em pé, pois são muito úmidas. Então, primeiro derrubam árvores, esperam a vegetação secar e colocam fogo quando a vegetação já está nte, publicada no final de 2013 Muro entre México e Estados Unidos, destacando parte dele dentro d’água, da série Um Mundo de Muros (2017)

10 Foto de um macaco bugio carbonizado para a série Pantanal em Chamas (2020). “A posição do macaco lembra uma figura humana” seca. E nesse meio tempo, os bichos conseguem fugir. Mas no Pantanal é diferente, o fogo passa devastando tudo rapidamente. E a quantidade de animais mortos que vimos lá foi assustadora, de partir o coração. Foi um susto essa descoberta dos incêndios no Pantanal. A foto específica do macaco queimado foi feita nessa viagem. Estávamos numa fazenda próxima à Serra do Amolar, na fronteira com a Bolívia, e o fogo tinha passado no dia anterior com uma velocidade gigantesca, um dos incêndios mais fortes que vi. No dia seguinte, percorremos a região por onde o fogo tinha passado. E no meio do cenário apocalíptico, com uma cinza esbranquiçada de tão forte que era o fogo, nos deparamos com essa figura. Quando olhei, até levei um susto, pois parecia quase uma figura humana. Era um macaco bugio, que estava em uma posição como se estivesse rastejando, fugindo das chamas, e é um movimento muito humano, parecia uma pessoa. Foi um choque. E quando olhamos em volta, percebemos que não era só aquele macaco, tinha outros, era um bando. Encontramos outros macacos carbonizados. J&Cia/PJ – Pensando em todos esses temas essenciais que você cobriu com suas imagens, qual a importância da fotografia para o jornalismo? Lalo – Para responder a essa pergunta me vêm à cabeça algumas coisas. Depois de tantos anos cobrindo temas socioambientais, a minha percepção é que o interesse das pessoas por esses assuntos ainda é muito pequeno. Então, acho que a imagem, que é uma linguagem muito direta e cria muita empatia com o outro, é um jeito de se Lalo em meio aos incêndios que atingiram o Pantanal em 2020

11 comunicar muito eficiente. Acho que as fotografias têm essa capacidade de atrair as pessoas para que se interessem pelas histórias. Não adianta só ficar falando que o Pantanal está queimando, queimou 30% do pantanal − tudo bem, é importante, mas acho que as pessoas conseguem se conectar mais com essa notícia quando veem por exemplo a foto do bugio queimado. Eu acho que a fotografia, nesse sentido, tem uma eficiência enorme. J&Cia/PJ – Investigações jornalísticas têm seus riscos, e com a cobertura da Amazônia e de questões socioambientais não é diferente. O que você tem a dizer sobre a questão da segurança dos jornalistas durante essas coberturas mais arriscadas? Lalo – No caso da cobertura da Amazônia, especificamente, acredito que precisamos falar sobre alguns pontos que tornam o trabalho mais desafiador e mais perigoso. Grande parte das atividades que acontecem na Amazônia de alguma forma estão ligadas a atividades ilícitas, garimpo, extração de madeira, grilagem de terra, assuntos recorrentes nas coberturas. Então, o tempo inteiro estamos em contato com esses grupos que praticam atos ilícitos, e às vezes até estão ligados a políticos, que estão cometendo crimes e obviamente não querem se expor. E cada vez mais temos grandes facções criminosas que estão por trás dessas atividades ilícitas, a situação vem se tornando complexa. Para nós, que cobrimos pautas ligadas à Amazônia, a sensação que eu tenho é que, atrás daquela determinada curva ou árvore, pode ter alguém te esperando, sabe? E nós andamos muito nessas coberturas, não ficamos parados, vamos atrás da notícia, e então ficamos expostos a todo o momento, e com pouquíssimos recursos de como pedir socorro. Estamos muito por conta própria. Outro ponto a se pensar é o seguinte: são regiões tão tensas que qualquer mal-entendido pode gerar uma tragédia. Uma vez, durante uma cobertura, novamente com Fabiano Maisonnave, estávamos num ramal da Transamazônica e paramos para fotografar um jerico, um caminhãozinho muito utilizado por lá, que tinha um adesivo do Bolsonaro. Descemos para tirar uma foto desse jerico, o Fabiano fez uma foto com o celular mesmo, e aí um cara saiu correndo com uma peixeira atrás da gente. Em outra ocasião, eu estava em Altamira, tomando um guaraná num boteco. E o som estava bem alto, tocando músicas de sofrência, que falavam sobre traição, e tinha um casal já bêbado tomando cerveja do meu lado. Aí falei para o meu amigo e colega Marcelo Leite que estava na cobertura comigo: “Marcelão, você já reparou que aqui só toca música de corno?” E isso eu estava falando para ele, fiz uma piada. Aí o homem do lado ouviu, e Lalo fotografando uma área invadida por grileiros dentro da Terra Indígena Trincheira/Bacajá (PA)

12 ele queria me matar. Ele estava bêbado e disse que ia me matar e esperar a polícia. Outro problema é que estamos constantemente em lugares muito remotos, afastados. Então, qualquer emergência de saúde que você tiver, você está perdido. Imagine que você está no meio do Vale do Javari e toma uma picada de cobra. E aí? Não tem soro, você está há três dias de barco de qualquer lugar... Eu, por exemplo, quase morri em 2023. Estava indo para Oiapoque, saindo do Amapá, para cobrir a exploração de petróleo na região. No meio do caminho, comecei a me sentir mal, sorte que eu estava com meu colega de cobertura e amigo Vinicius Sassine. Fui para o hospital, o médico pediu uns exames, eu comecei a alucinar, cheguei a ficar inconsciente, fiquei muito mal mesmo. Resumindo, eu estava com Meningite Meningocócica. Só que o médico até então achava que eu estava com dengue. Começaram a aparecer manchas no meu corpo, e por sorte o Vinicius Sassine fotografou e mandou para a irmã dele que era médica e estava fazendo residência em Ribeirão Preto (SP). Ela mostrou para um professor, que disse que isso estava com cara de Meningite Meningocócica. Ele falou que eu tinha horas de vida. Aí foi uma correria, eu precisei ser transferido para outro hospital, precisava de um avião UTI, já estava inconsciente, todo o rolo para pagar o preço caríssimo do avião, a saúde foi caindo por causa da demora, mas consegui chegar a São Paulo e me curei. Mas as chances de eu ter sobrevivido eram mínimas e eu deveria ter muitas sequelas, e não tive nada, foi um milagre. Tudo isso que passei foi muito ruim, mas poderia ter sido bem pior se eu estivesse em um local mais remoto. J&Cia/PJ – Qual foi o trabalho mais difícil que você já fez? Lalo – Trabalhos difíceis acho que foram muitas pautas na Amazônia, muitas histórias angustiantes de fazer, tanto pela dificuldade em contar a história, os riscos que essa história envolvia, o quanto nós nos expusemos. Mas do ponto de vista pessoal, uma das histórias que mais me tocou como ser humano, como pessoa, que me deixou muito aflito e arrasado mesmo, foi a história do estreito de Darién, que fiz com a Mayara Paixão, no ano passado. A selva de Darién, entre a Colômbia e o Panamá, é uma rota extremamente perigosa, pela qual passam milhares de pessoas diariamente, consumidas pelo sonho de chegar aos Estados Unidos. É um drama humano terrível, que envolve muitas crianças, passando por essa experiência horrorosa que é fazer essa travessia. Eu saí arrasado dessa cobertura. As crianças sofriam muito, e as famílias faziam a travessia sem recurso nenhum, na cara e na coragem, por esperança, por desespero, um pouco de tudo. E zero recursos. E eles ainda precisavam chegar Foto da série Darién, a Selva da Morte, publicada em 2024. A imagem mostra a situação de milhares de famílias que fazem esta perigosa travessia diariamente

13 Foto do trabalho Distopia Amazônica, tirada em Altamira (PA), em 2019. A imagem mostra um menino ribeirinho na comunidade de Paratizão, às margens do Rio Xingu, próximo à represa de Belo Monte nos Estados Unidos, e as crianças doentes, com fome, e eram milhares todos os dias. E tudo isso para chegar no muro, pois a parte pior é a parte do México, pois lá tem muita violência, então muitos ainda estão no meio do caminho, é uma situação angustiante. Foi uma das coisas que mais me tocou nesses últimos trabalhos. J&Cia/PJ – O que você gostaria de fotografar mas ainda não fotografou? Lalo – Acho que gostaria de fotografar mais a América Latina. Sair um pouco do Brasil. Já fotografei um pouco, mas quero fazer mais registros da América Latina, principalmente nos países andinos. Achar histórias nesses lugares interessantes. Quero sim continuar fotografando questões socioambientais, eu me interesso muito por essa relação entre o homem e o ambiente, mas queria sair um pouco dessa zona. J&Cia/PJ – Você tem alguma marca registrada nas fotos, algo que você sempre faz questão de mostrar nos seus trabalhos? Lalo – Acredito que não, mas, inconscientemente, acabo sempre mostrando nas minhas fotos essa questão de a paisagem ser muito presente, e o ser humano não ser o sujeito principal, quase que um elemento dessa paisagem. Meu trabalho mostra muito dessa relação homempaisagem e homem-ambiente, e às vezes a foto só do ambiente, sem o personagem, conta mais do personagem do que se ele estivesse na foto. Acho que meu trabalho é muito isso. Às vezes pessoas acham meio frio, por estar meio distante das pessoas. Mas nem todo trabalho é assim, claro, mas acredito que tenho muito essa questão de destacar o ambiente, de colocá-lo no lugar de sujeito principal. Lalo descendo em um garimpo de ouro ilegal dentro da Reserva Nacional do Cobre (Renca), no Pará

14 J&Cia/PJ – Quais são suas referências no fotojornalismo? Lalo – Acho que não tenho uma ou algumas referências específicas. Creio que é muito mais um processo em que você vai “pescando” uma coisa ou outra de vários colegas, de trabalhos que você vê, tudo vai te fazendo pensar, e você vai criando aquele “caldo” na sua cabeça e aí sai a inspiração, o jeito que você enxerga as coisas. Mas para citar alguns, aqueles que considero os “mestres” da fotografia, trabalhos referências na história, falo sobre Eugene Smith, fotógrafo americano fantástico. Teve seu auge nos anos 1950-1960, tem trabalhos incríveis. E o admiro pela persistência, pela obstinação de tentar contar histórias do melhor jeito possível, a forma como se doava pelas histórias. Admiro muito também o Sebastião Salgado, não só pelas fotografias, mas como ele conseguiu viabilizar os projetos, é um cara que pensa grande, que pensou fora da caixa e conseguiu fazer trabalhos sobre os grandes temas da humanidade. É um cara que, quando comecei a estudar fotografia, no começo dos anos 1990, ele já estava na história da fotografia. E continuou trabalhando depois de mais 30 anos, produzindo que nem um louco, trabalhos importantes, então admiro também essa longevidade. J&Cia/PJ – Quais dicas você daria para jornalistas que querem ingressar no fotojornalismo? Lalo – Acredito que o mais importante é encontrar um tema em que você tenha um interesse genuíno, que você não esteja fotografando só por trabalhar. Isso faz toda a diferença no trabalho final, e você consegue fugir de estereótipos. Em termos de carreira, de fato, é uma carreira dura. Eu peguei muitas transições, do preto e branco para o colorido, depois para o digital, depois a chegada da internet e das redes sociais. E eu tentei sempre me adaptar a essas realidades que foram aparecendo. A indústria do fotojornalismo deu uma derretida. Mas tento ver o lado bom das coisas. Com a internet e os avanços tecnológicos, conseguimos publicar hoje com muito mais qualidade, e temos espaços quase infinitos para expor nossos trabalhos. O grande desafio é viabilizar tudo isso em termos econômicos, mas em relação a possiblidades criativas, vejo muitos caminhos hoje em dia. J&Cia/PJ – E o que vem de novo por aí? Novos projetos, grandes reportagens multimídia? Lalo – Eu consegui recentemente uma bolsa incrível da National Geographic Society, um financiamento. Com isso, vou fazer um trabalho sobre os impactos das mudanças climáticas nas populações amazônicas, principalmente indígenas e ribeirinhas. A ideia é falar sobre como as mudanças climáticas mudam os modos de vida dessas populações, que são pessoas que estão muito conectadas aos ciclos naturais, e de repente encontram uma nova realidade climática, e como eles estão se adaptando (ou não) a essas novas realidades. E tem um outro trabalho, com financiamento de uma fundação norueguesa, em parceria com Vinicius Sassine, sobre grandes obras na Amazônia. É um trabalho que vai sair na Folha, e não posso adiantar muitas coisas. Mas é um projeto que vai durar pelo menos um semestre. Só nesse ano de 2025, tenho pelo menos umas 12 viagens marcadas para a Amazônia.

15 Criado para reconhecer o trabalho de excelência de jornalistas, veículos e grupos de comunicação brasileiros a partir dos prêmios por eles conquistados, o Ranking +Premiados da Imprensa Brasileira analisou no último ano, entre iniciativas internas de grupos, locais, regionais, nacionais e internacionais, ativos ou inativos, os resultados de 200 prêmios de jornalismo. São mais de oito décadas de informações e dados coletados, que analisam um universo extremamente amplo, repleto de particularidades e diferentes prestígios. Para chegar aos resultados, as premiações são classificadas de acordo com suas amplitudes temáticas e geográficas. Quanto mais ampla e abrangente for a possibilidade de participar de uma iniciativa, mais pontos ela renderá ao jornalista premiado. “O sistema de pontos, se não é perfeito, é extremamente justo e orientado pelo desafio de dar objetividade a algo tão subjetivo como o valor intrínseco que a conquista de um prêmio tem para alguém”, explica o coordenador da pesquisa Fernando Soares. No formato adotado, o Ranking atribui de 10 a 100 pontos para cada prêmio vencido por jornalistas e seus veículos. Como não há um critério padrão de reconhecimento a ser seguido pelas premiações, as menções honrosas e eventuais prêmios para 2º e 3º colocados não são considerados pela pesquisa. No caso dos profissionais, esses pontos são computados na totalidade para conquistas individuais, e pela metade para trabalhos em equipe. Já para veículos e grupos cada conquista é única e integral, independentemente da quantidade de profissionais da equipe que conquistaram o prêmio. Ao ser cadastrada na pesquisa, uma premiação é classificada levando em consideração os seguintes aspectos: Geográfico zGlobal: Concorrem com profissionais de todo o mundo; zContinental: Iniciativas destinadas ao jornalismo nas Américas; zNacional: Concorrem profissionais de todo o País; zRegional: Destinada a premiações divididas por regiões brasileiras; zLocal: Iniciativas estaduais, municipais ou microrregionais dentro de um único estado; zInterno: Premiações de veículos ou grupos de Comunicação. Temático: zGeral: Premiações e homenagens que não fazem distinção de tema; zEspecífica: Premiações e homenagens direcionadas a determinadas editorias (Economia, Meio Ambiente, Política etc.); zInstitucional: Premiações e homenagens com foco em temas pré-determinados por entidades Pixabay: https://www.pexels.com/pt-br Levantamento agrupa premiações de acordo com suas variações temáticas e geográficas para chegar a um sistema de pontuação justo e objetivo Imprensa Brasileira Como são definidos os +Premiados da

16 Divisão geográfica Subdivisão temática Pontos Globais Grande prêmio de reportagem geral 100 Homenagem geral 100 Prêmio de reportagem geral 90 Grande prêmio de reportagem específica 85 Homenagem específica 85 Prêmio de reportagem específica 75 Grande prêmio de reportagem institucional 70 Homenagem institucional 70 Prêmio de reportagem institucional 60 Continentais (prêmios exclusivos para américas) Grande prêmio de reportagem geral 90 Homenagem geral 90 Prêmio de reportagem geral 80 Grande prêmio de reportagem específica 75 Homenagem específica 75 Prêmio de reportagem específica 65 Grande prêmio de reportagem institucional 60 Homenagem institucional 60 Prêmio de reportagem institucional 50 Nacionais Grande prêmio de reportagem geral 75 Homenagem geral 75 Prêmio de reportagem geral 65 Grande prêmio de reportagem específica 60 Homenagem específica 60 Prêmio de reportagem específica 50 Grande prêmio de reportagem institucional 45 Homenagem institucional 45 Prêmio de reportagem institucional 35 Prêmio de votação direta geral 35 Prêmio de votação direta específica 30 Divisão geográfica Subdivisão temática Pontos Regionais Grande prêmio de reportagem geral 60 Homenagem geral 60 Prêmio de reportagem geral 50 Grande prêmio de reportagem específica 45 Homenagem específica 45 Prêmio de reportagem específica 35 Grande prêmio de reportagem institucional 30 Homenagem institucional 30 Prêmio de reportagem institucional 20 Prêmio de votação direta geral 20 Prêmio de votação direta específica 15 Locais (estaduais e municipais) Grande prêmio de reportagem geral 50 Homenagem geral 50 Prêmio de reportagem geral 40 Grande prêmio de reportagem específica 35 Homenagem específica 35 Grande prêmio de reportagem institucional 25 Homenagem institucional 25 Prêmio de reportagem específica 25 Prêmio de reportagem institucional 15 Prêmio de votação direta geral 15 Prêmio de votação direta específica 10 Internos de veículos Grande prêmio 15 Prêmios regulares 10 Especiais Especial - grande prêmio esso de jornalismo 100 Especial - gp embratel (barbosa lima sobrinho) 85 Especial - esso de telejornalismo 85 e empresas organizadoras, que se beneficiam diretamente do assunto abordado; Por seu valor histórico para o jornalismo brasileiro, os prêmios Esso e Embratel são os únicos que contam com pontuações específicas e próprias, mas que também levam em consideração as divisões geográficas e temáticas. A pontuação é definida a partir do cruzamento das subdivisões em que cada categoria de um prêmio se encaixa, como mostra a tabela abaixo. Vale destacar que um mesmo prêmio pode ter categorias em mais de uma classe de pontos. Um exemplo é o próprio Prêmio Esso, que se notabilizou por reconhecer, além de reportagens nacionais de temática geral, também trabalhos divididos por temáticas, como o prêmio de Informação Econômica (Nacional/Específica) ou pelas regiões do Brasil (Regional/Geral).

17 O Ranking +Premiados da Imprensa Brasileira chegou em 2024 a 200 prêmios analisados. A marca é três vezes maior do que a registrada na primeira edição da pesquisa, publicada em 2011, quando foram analisadas 65 iniciativas. Neste ano, dez novos prêmios de jornalismo foram incluídos. São eles o internacional One World Media Awards, promovido pela organização britânica OWM, que trabalha em prol da justiça social e do desenvolvimento global; o Prêmio INAC de Integridade, iniciativa nacional que em 2025 chega à sua 5ª edição; e os prêmios estaduais Sistema Famasul, SRCG de Agrojornalismo e OCB/MS, todos do Mato Grosso do Sul, Adepes e Jornalismo Cooperativista, do Espírito Santo, AMOP, do Paraná, MPGO, de Goiás, e Abapa, da Bahia. Vale lembrar que apenas iniciativas que já tiveram ao menos três edições realizadas em sua história estão aptas a serem incluídas na lista de premiações avaliadas. Cálculo para ranking de veículos não considera prêmios internos Para chegar aos resultados dos rankings de veículos e grupos mais premiados do ano e da história algumas medidas e ajustes são necessárias. Além de considerar a pontuação integral de maneira única para o caso de trabalhos em equipe, não são computados os resultados dos prêmios internos de veículos. Com isso, em vez de 200 iniciativas, esses levantamentos levam em consideração os resultados de 193 premiações, desconsiderando assim os prêmios Abril, Agência Estado, Editora Globo, Estadão, Folha, RBS e Zero Hora. Confira a relação completa: Pesquisa atinge a casa de 200 prêmios avaliados

18 Internacionais • Colombe D’oro Per La Pace • CPJ Internacional Press Freedom • Econômico Ibero Americano • Every Human Has Rights • Eset-LA • Gabo • Global Shining Light Award • Iberoamericano Rei da Espanha • Knight International • Kurt Schork • Latino Americano em Saúde Vascular • Latinoamericano de Jornalismo Investigativo • Lorenzo Natali • Maria Moors Cabot • One World Media Awards** • Roche • Seal Awards • SIP • Wash Media Awards Nacionais • +Admirados da Imprensa • 3M • 99 • ABCR • ABCZ • Abdias Nascimento • Abear • Abecip • ABF • Abimilho • Abmes • ABP • Abraciclo • Abracopel • Abrafarma • Abraji • Abramge • Abrapp • Abrelpe • Abvcap • ACIE • Adpergs • AEA de Meio Ambiente • Allianz Seguros • Alltech • Amaerj – Patrícia Acioli • AMB • ANA • Anamatra • Andifes • ANTF • Automação Imprensa • Ayrton Senna • Biodiversidade da Mata Atlântica • BM&FBovespa • Bracelpa • Brasil Ambiental • C6 • Caixa • Câmara Espanhola • Cbic • CICV • Citi • Cláudio Abramo • Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados • CNA • CNH • CNI • CNT • Comissão Europeia de Turismo • Comunique-se • Direitos Humanos • Ecopet • Embrapa • Embratel • Esso • Estácio de Sá • Ethos • Fenacon • Fraterno Vieira • Gilberto Velho • GTPS • IBGC • IGE • IMPA • Imprensa de Educação ao Investidor • INAC de Integridade** • IREE • Itaú de Finanças Sustentáveis • Jabuti • João Valiante • Jornalismo em Seguros • Jornalista de Impacto • Jornalista Tropical • Jornalistas&Cia • José Hamilton Ribeiro • José Luiz Egydio Setúbal • José Reis • Líbero Badaró • Longevidade • Massey Ferguson • Medtronic • Microcamp • Mobilidade Urbana Sustentável (ITDP) • • • • Mongeral Imprensa • MPT • Mulher Imprensa • New Holland • NHR Brasil • Onip • Personalidade da Comunicação • Petrobras • Policiais Federais • República • SAE Brasil • Santos Dumont • SBD • Sbim • SBR/Pfizer • Sebrae • Sefin • Senai • Telesp • Tim Lopes (Andi) • Tim Lopes (Disque Denúncia-RJ) • Top Etanol • Transparência • Troféu Audálio Dantas • Unisys • Vladimir Herzog • Volvo

19 Regionais • BNB (Nordeste) Estaduais Alagoas • Braskem • Octávio Brandão Amazonas • Fapeam Bahia • Abapa** Ceará • ACI • Adpec • Gandhi • MPCE • Prefeitura de Fortaleza Distrito Federal • Engenho Espírito Santo • Adepes** • Jornalismo Cooperativista** Goiás OAB-GO MPGO** Sincor-GO Mato Grosso do Sul • Águas Guariroba • OCB-MS** • Sistema Famasul** • SRCG de Agrojornalismo** Minas Gerais • CDL/BH • Chico Lins • Corecon-MG • Crea-MG • Délio Rocha Pará • Aimex/Danilo Remor • Hamilton Pinheiro • Sistema Fiepa Paraná • AMOP** • Fecomércio-PR • Femipa • Ocepar • Sangue Bom • Sistema Fiep Pernambuco • Cristina Tavares Piauí • MPPI Rio de Janeiro • Alexandre Adler/Sindhrio • Corecon-RJ • Firjan • Mobilidade Urbana • Secovi-Rio Rio Grande do Norte • MPRN Rio Grande do Sul • Amrigs • ARI • Asdep • Cooperativismo Gaúcho • Corecon-RS • José Lutzemberger • Justiça Eleitoral • MPRS • Press • Setcergs • Sindilat-RS • Themis Rondônia • MPRO Santa Catarina • CRO-SC • Fenabrave-SC • Fiesc São Paulo • Abag/RP • Aceesp • Crosp • Fecomércio-SP • Fundação Feac Internos de veículos* • Abril • Agência Estado • Editora Globo • Estadão • Folha • RBS • Zero Hora * Prêmios internos não são considerados nos rankings dos +Premiados Veículos e +Premiados Grupos de Comunicação ** Premiações incluídas nesta edição do Ranking]

20 +PREMIADOS JORNALISTAS DO ANO Pôr do sol no Rio Negro / Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Recompensa amazônica Cobertura da Amazônia garante posições de destaque entre os +Premiados Jornalistas do Ano O assassinato do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips no Vale do Javari, Amazonas, em junho de 2022, foi um dos muitos exemplos dos riscos que trazem as coberturas de crimes ambientais e humanitários na Floresta Amazônica. Nem por isso a região sai do foco de um grupo de aguerridos jornalistas que dedicam parte de suas carreiras, quando não toda ela, para ajudar a preservar a maior floresta tropical do mundo a partir de reportagens cada vez mais bem elaboradas. O resultado desse trabalho, felizmente, não está passando em branco. Ao analisarmos as principais premiações jornalísticas nacionais e internacionais de 2024, podemos perceber que a temática esteve presente com bastante frequência nas premiações abertas ao tema. O recorte dos +Premiados Jornalistas do Ano, que você poderá conferir nas próximas páginas, é um exemplo claro disso. A começar por Lalo de Almeida, da Folha, que garantiu a primeira colocação após vencer o Maria Moors Cabot por sua contribuição ao jornalismo na cobertura da região. Além disso, no ano passado, ele também fez parte da equipe que faturou o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, com a reportagem Amazônia na rota do petróleo. Destaque também para o trabalho Amazon Underworld (O submundo da Amazônia), promovido pela equipe da InfoAmazônia em colaboração com as publicações Armando. Info (Venezuela) e La Liga Contra el Silencio (Colômbia), que venceu os prêmios Vladimir Herzog, na categoria Multimídia, e Gabo de Cobertura Noticiosa. Com isso, nove profissionais brasileiros dividiram a quarta colocação do Ranking, ao lado de Mateus Bruxel, da GZH. Confira nas páginas a seguir os principais destaques entre os +Premiados Jornalistas do Ano, tanto no recorte Nacional, quanto nos regionais Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul.

21 +PREMIADOS JORNALISTAS DO ANO Posição Pontos Prêmios Nome Veículo Região 1º 162,5 4 Lalo de Almeida Folha de S.Paulo Sudeste 2º 125 2 Paulo Pinto Agência Brasil de Notícias Sudeste 3º 90 2 Fabiana Moraes da Silva UFPE Nordeste 4º 70 2 Alex Rufino InfoAmazônia Norte 2 Beatriz Jucá InfoAmazônia Sudeste 2 Diane Sampaio InfoAmazônia Norte 2 Emily Costa InfoAmazônia Norte 2 Leandro Barbosa InfoAmazônia Sudeste 2 Luiz Fernando Toledo InfoAmazônia Sudeste 2 Mateus Bruxel GZH Sul 2 Mathias Felipe de Lima Santos InfoAmazônia Sudeste 2 Stefano Wrobleski InfoAmazônia Sudeste 2 Wagner Almeida InfoAmazônia Norte 14º 65 2 Antonio Guerreiro Record TV Sudeste 2 Barbara Manso Record TV Sudeste 1 Betina Anton TV Globo Sudeste 2 Gloria Maria Agência Mural Sudeste 2 Ingrid Fernandes Agência Mural Sudeste 2 Isabela do Carmo Agência Mural Sudeste 2 Jacqueline Maria da Silva Agência Mural Sudeste 2 Jade Abreu Metrópoles Centro-Oeste 2 José Florentino Agência Mural Sudeste 2 Magno Borges Agência Mural Sudeste 3 Marrey Júnior TV Globo Sudeste 2 Paulo Talarico Agência Mural Sudeste 2 Rovane Silva Record TV Sudeste 27º 62,5 2 Barbara Rubira Rádio Novelo Sudeste 2 Bia Guimarães Rádio Novelo Sudeste 2 Bia Ribeiro Rádio Novelo Sudeste 2 Branca Vianna Rádio Novelo Sudeste 2 Evelin Argenta Rádio Novelo Sudeste 2 Flora Thomson-Deveaux Rádio Novelo Sudeste 2 Julia Matos Rádio Novelo Sudeste 2 Juliana Jaeger Rádio Novelo Sudeste 2 Marcela Casaca Rádio Novelo Sudeste 2 Natalia Belizario Silva Rádio Novelo Sudeste 2 Paula Scarpin Rádio Novelo Sudeste 2 Sarah Azoubel Rádio Novelo Sudeste 2 Vitor Hugo Brandalise Rádio Novelo Sudeste 40º 60 1 Cau Gomes A Tarde Nordeste 1 Fabiola Mendonça de Vasconcelos Carta Capital Nordeste 1 Flavia Oliveira TV Globo Sudeste 1 Francisco Regueira TV Globo Sudeste 1 Gizele Martins Conjunto da obra Sudeste 1 Luiza Villamea Companhia das Letras Sudeste 1 Marcelo Canellas Piauí Sul 1 Ricardo Kotscho Conjunto da obra Sudeste 2 Samuel Eli Araújo Pimentel O Povo/O Povo+ Nordeste 49º 55 2 Daniel Nardin Amazônia Vox Norte 2 Drauzio Varella Portal Drauzio Varella Sudeste 2 Marcio Nagano Amazônia Vox Norte 2 Raffael Regis Amazônia Vox Norte Nacional Confira a íntegra da tabela no Portal dos Jornalistas

22 Centro-Oeste Posição Pontos Prêmios Nome Veículo Nacional 1º 65 2 Jade Abreu Metrópoles 14º 2º 50 1 Adriano Henrique Machado Reuters 53º 1 Breno Pires Piauí 53º 1 Luiz Vassalo Metrópoles 53º 1 Rafael Campos Metrópoles 53º 6º 40 1 Natalia Portinari Metrópoles 78º 1 Sarah Teófilo Metrópoles 78º 8º 35 1 Giselle Pedroso Barbieri Record TV 93º 1 Karla Lucena GloboNews 93º 1 Rafael Silva Costa Agência Radioweb 93º 11º 30 1 Alex Sakata TV Brasil 213º 1 Caroline Ramos TV Brasil 213º 13º 25 1 Breno Esaki Metrópoles 242º 1 Dimitrius Dantas O Globo 242º 1 Giovana Lopes Cardoso Ferreira R7 242º 1 Jessica Gotlib R7 242º 1 Patrik Camporez O Globo 242º 1 Thiago Bronzatto O Globo 242º 19º 22,5 2 Graziela Rezende Macedo Midiamax 294º 2 Pedro Ladeira Folha de S.Paulo 294º 2 Raquel Stefania Ferreira Lopes Folha de S.Paulo 294º +PREMIADOS JORNALISTAS DO ANO O banco BV é especialista em crédito e líder no financiamento de veículos leves usados Confira a íntegra da tabela no Portal dos Jornalistas

23 Nordeste Posição Pontos Prêmios Nome Veículo Nacional 1º 90 2 Fabiana Moraes da Silva UFPE 3º 2º 60 1 Cau Gomes A Tarde 40º 1 Fabiola Mendonça de Vasconcelos Carta Capital 40º 2 Samuel Eli Araújo Pimentel O Povo/O Povo+ 40º 5º 50 2 Camila Pontes O Povo/O Povo+ 53º 1 Fabio Procópio de Lima O Povo 53º 1 Maycon Rodrigues da Silva Rádio Tabajara 53º 1 Roberta Soares Jornal do Commercio 53º 9º 40 2 Aurelio Alves O Povo 78º 2 Jocasta Pimentel Alece FM 78º 11º 37,5 3 Lucas França Portal Tribuna Hoje 92º 12º 35 1 Carol Kossling O Povo 93º 1 Hebert Araújo CBN João Pessoa 93º 1 Ivan Lemos Monteiro TV Pajuçara 93º 1 Lucas Falconery Portal Diário do Nordeste 93º 16º 30 1 Jorge Moraes UOL 213º 2 Moises Albuquerque TCM Notícia 213º 18º 27,5 2 Janaina Gouveia Alece TV 241º +PREMIADOS JORNALISTAS DO ANO Pioneiros na arte da hospitalidade responsável, conectando culturas com paixão e generosidade Confira a íntegra da tabela no Portal dos Jornalistas

24 Posição Pontos Prêmios Nome Veículo Nacional 1º 70 2 Alex Rufino InfoAmazônia 4º 2 Diane Sampaio InfoAmazônia 4º 2 Emily Costa InfoAmazônia 4º 2 Wagner Almeida InfoAmazônia 4º 5º 55 2 Daniel Nardin Amazônia Vox 49º 2 Marcio Nagano Amazônia Vox 49º 2 Raffael Regis Amazônia Vox 49º 8º 50 1 Celia Fernanda Trindade Lima Sanches Lunetas 53º 9º 45 3 Vinicius Jorge Carneiro Sassine Folha de S.Paulo 69º 10º 35 1 Ana Teresa Brasil Cultura FM 93º 1 João Paulo Seabra Cultura FM 93º 1 Mauricio Max Bandnews FM Difusora 93º 1 Sergio Ricardo de Oliveira Cenarium 93º 14º 32,5 1 Marcelo Lélis Amazônia Vox 139º 1 Ney Trindade Amazônia Vox 139º 1 Paula Perim Amazônia Vox 139º 1 Robenare Marques Amazônia Vox 139º 1 Samuel Burlamaqui Amazônia Vox 139º 1 Thai Rodrigues Amazônia Vox 139º 20º 30 1 Hellen Lirtêz Amazônia Real 213º 2 Katia Maria Alexandre Brasil Amazônia Real 213º 1 Marcela Bonfim Amazônia Negra 213º Norte +PREMIADOS JORNALISTAS DO ANO Confira a íntegra da tabela no Portal dos Jornalistas

25 +PREMIADOS JORNALISTAS DO ANO Posição Pontos Prêmios Nome Veículo Nacional 1º 162,5 4 Lalo de Almeida Folha de S.Paulo 1º 2º 125 2 Paulo Pinto Agência Brasil de Notícias 2º 3º 70 2 Beatriz Jucá InfoAmazônia 4º 2 Leandro Barbosa InfoAmazônia 4º 2 Luiz Fernando Toledo InfoAmazônia 4º 2 Mathias Felipe de Lima Santos InfoAmazônia 4º 2 Stefano Wrobleski InfoAmazônia 4º 8º 65 2 Antonio Guerreiro Record TV 14º 2 Barbara Manso Record TV 14º 1 Betina Anton TV Globo 14º 2 Gloria Maria Agência Mural 14º 2 Ingrid Fernandes Agência Mural 14º 2 Isabela do Carmo Agência Mural 14º 2 Jacqueline Maria da Silva Agência Mural 14º 2 José Florentino Agência Mural 14º 2 Magno Borges Agência Mural 14º 3 Marrey Júnior TV Globo 14º 2 Paulo Talarico Agência Mural 14º 2 Rovane Silva Record TV 14º 20º 62,5 2 Barbara Rubira Rádio Novelo 27º 2 Bia Guimarães Rádio Novelo 27º 2 Bia Ribeiro Rádio Novelo 27º 2 Branca Vianna Rádio Novelo 27º 2 Evelin Argenta Rádio Novelo 27º 2 Flora Thomson-Deveaux Rádio Novelo 27º 2 Julia Matos Rádio Novelo 27º 2 Juliana Jaeger Rádio Novelo 27º 2 Marcela Casaca Rádio Novelo 27º 2 Natalia Belizario Silva Rádio Novelo 27º 2 Paula Scarpin Rádio Novelo 27º 2 Sarah Azoubel Rádio Novelo 27º 2 Vitor Hugo Brandalise Rádio Novelo 27º Sudeste Confira a íntegra da tabela no Portal dos Jornalistas

26 +PREMIADOS JORNALISTAS DO ANO Posição Pontos Prêmios Nome Veículo Nacional 1º 70 2 Mateus Bruxel GZH 4º 2º 60 1 Marcelo Canellas Piauí 40º 3º 50 2 Livia Araújo Jornal do Comércio 53º 4º 45 1 Kelly Matos Rádio Gaúcha 69º 5º 42,5 2 Francielly Azevedo Portal Banda B 76º 6º 35 1 Andre Malinoski Rádio Gaúcha 93º 1 Eduardo Vieira Machado CBN Floripa 93º 1 Georgia Pelissaro dos Santos Vós Social 93º 1 Gilmar Fraga Zero Hora 93º 1 Isabelle Rieger Sul21 93º 1 Juliana Bublitz Zero Hora 93º 2 Leno Falk Agência Radioweb 93º 1 Micael Olegário Projeto Colabora 93º 1 Pedro Dreher Correio do Povo 93º 2 Teresa Klein Agência Radioweb 93º 16º 32,5 1 Carla Ruas Dialogue Earth 139º 1 Silvia Lisboa Dialogue Earth 139º 18º 25 1 Almir Freitas Record Guaíba 242º 1 Camila Bengo Zero Hora 242º 1 Celso Felizardo Junior Folha de Londrina 242º Sul Confira a íntegra da tabela no Portal dos Jornalistas

27 +PREMIADOS JORNALISTAS DO ANO Ano (*) Jornalista Veículo Pontos 2011 (65) Cátia Toffoletto CBN 135 Mônica Bergamo Folha de S.Paulo 2012 (94) Miriam Leitão Grupo Globo 225 2013 (116) Humberto Trezzi Zero Hora 145 2014 (128) Dimmi Amora Folha de S.Paulo 205 2015 (136) Dida Sampaio O Estado de S.Paulo 135 Domingos Peixoto O Globo 2016 (150) Eliane Brum El País Brasil 137,5 Natalia Viana Agência Pública 2017 (154) Dorrit Harazim Piauí / O Globo 100 2018 (161) Fernando Rodrigues Poder 360 100 2019 (166) Patrícia Campos Mello Folha de S.Paulo 145 2020 (170) Patrícia Campos Mello Folha de S.Paulo 150 2021 (178) Eliane Brum El País Brasil 160 2022 (183) Cleber Moletta Rádio Cultura Guarapuava 105 2023 (190) Marcia Foletto O Globo 190 2024 (200) Lalo de Almeida Folha de S.Paulo 162,5 (*Número de premiações analisadas) Lalo de Almeida é o quinto jornalista da Folha a liderar +Premiados do Ano Com a primeira colocação de Lalo de Almeida entre os +Premiados Jornalistas do Ano, a Folha de S.Paulo volta a ser o veículo que mais vezes teve profissionais na liderança da pesquisa, cinco no total. A primeira foi justamente na edição de estreia do Ranking, em 2011, quando Mônica Bergamo dividiu a primeira colocação com Cátia Toffoletto, na época pela CBN. Depois vieram Dimmi Amora, em 2014, e Patrícia Campos Mello, em 2019 e 2020. A segunda publicação com mais jornalistas a ocuparem o posto mais alto do levantamento é o jornal O Globo, com quatro: Miriam Leitão (2012), Domingos Peixoto (2015), Dorrit Harazim (2017) e Márcia Foletto (2023). No total, 15 jornalistas já lideraram o levantamento anual. Em três oportunidades (2011, 2015 e 2016) houve empate na primeira colocação, e até hoje apenas duas jornalistas conseguiram alcançar esse feito em mais de uma oportunidade: Eliane Brum, em 2016 e 2021, e Patrícia Campos Mello, em 2019 e 2020.

28 Em 14 edições do Ranking dos +Premiados da Imprensa, apenas três publicações conquistaram o feito de ser o +Premiado Veículo do Ano: TV Globo, Folha de S.Paulo e Metrópoles. O grande destaque, porém, segue com a TV Globo, que conta com a maior e uma das mais bem estruturadas equipes de jornalismo do País. Em 2024, a emissora foi a +Premiada do Ano pela 11ª vez. Nos únicos anos em que não ocupou o lugar mais alto do pódio, quem o fez foi a Folha de S.Paulo, em 2014, e o portal Metrópoles, nos anos de 2020 e 2022. Curiosamente, as duas publicações terminaram 2024 na segunda e terceira posições, respectivamente. Nos regionais, além da TV Globo, líder nacional e consequentemente primeira colocada também no Sudeste, e do Metrópoles, que ocupou mais uma vez o primeiro lugar no Centro-Oeste, destacaram-se os jornais O Povo, no Nordeste, Zero Hora, no Sul, e o site Amazônia Vox, na Região Norte. Já nos recortes por plataforma os primeiros colocados foram Agência Brasil (Agência de Notícias), Rádio Novelo (Áudio), Folha de S.Paulo (Jornal), piauí (Revista), Metrópoles (Site/Portal) e TV Globo (Televisão). Grupos – Maior conglomerado de Comunicação do Brasil, o Grupo Globo também terminou mais uma edição do Ranking dos +Premiados da Imprensa na primeira posição entre os +Premiados Grupos de Comunicação do Ano. Grande parte desse resultado deve-se ao excelente desempenho da TV Globo, que sozinha foi responsável por quase 40% dos pontos somados pelo Grupo. No total, 13 veículos diferentes contribuíram para esse resultado, com destaque também para os jornais Valor Econômico e O Globo, que ao lado da tevê foram os três maiores pontuadores da casa. +PREMIADOS VEÍCULOS E GRUPOS DO ANO Globo, Folha e Metrópoles destacam-se novamente entre os +Premiados do Ano Únicas publicações que já alcançaram o primeiro lugar entre os +Premiados Veículos do Ano, TV Globo, Folha de S.Paulo e portal Metrópoles compõem pódio de 2024 Redações da TV Globo (acima), Folha de S.Paulo e Metrópoles

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