7 Pinto, o +Premiado Jornalista da Região Norte. Outro destaque foi a equipe de imagem, que reuniu nomes nacionais e internacionais de prestígio, como Cláudia Andujar, George Love, Jean Solari, Maureen Bisilliat, Amâncio Chiodi e Darcy Trigo. Juntos, eles registraram mais de 30 mil flagrantes da região, um acervo único para a época. Sucesso de público e crítica, a edição especial logo se esgotou nas bancas e hoje é item raro de colecionador. O resultado foi tão único e impressionante que além de garantir o Prêmio Esso de Jornalismo em 1972, principal categoria do principal concurso jornalístico do Brasil, a reportagem também foi agraciada com um reconhecimento extra, até então inédito, o de Melhor Contribuição à Imprensa. Desafio sem precedentes “O nosso plano foi o maior dos que já elaboramos para uma única reportagem: queríamos documentar de maneira definitiva o momento mais dramático da vida da Amazônia”, escreveu Luis Carta, que à época dirigia a Realidade, na introdução do especial, ainda tão atual mesmo passadas mais de cinco décadas. “A última grande reserva natural do planeta, que está perdendo seu isolamento milenar e é de repente invadida por estradas, cientistas, colonos, gado, mineradores e industriais”. Entre as diversas histórias que a Realidade-Amazônia trouxe aos leitores está a jornada do repórter Octávio Ribeiro, o Pena Branca, e do fotógrafo francobrasileiro Jean Solari no meio da mata, acompanhando caçadores em busca de uma onça-pintada. Eles ficaram cerca de 20 dias na selva, comeram carne de macaco (quando havia comida para se alimentar), carregaram quilos de equipamentos nas costas, quase todo o tempo encharcados devido à chuva. A fotógrafa Cláudia Andujar viveu por alguns dias em meio a índios Yanomami e fez um belíssimo ensaio das belezas naturais e humanas da região, que passariam a ser sua causa dali para a frente. É dela, inclusive, a foto que estampou a capa da edição. Domingos Meirelles e Darcy Trigo percorreram todos os países que integram a chamada Amazônia Legal em viagem que durou 47 dias. Na Guiana Francesa, fizeram uma reportagem sobre a Base Aeroespacial de Kourou, projeto que exemplificava o sonho dos governantes do país na época de transformar a nação em uma potência espacial. Essas e outras histórias são contadas e retratadas ao longo das páginas da revista, um verdadeiro marco, segundo jornalistas que fizeram parte de sua equipe. “Nenhuma empreitada jornalística se aproximou sequer de Realidade-Amazônia. É quase certo que jamais o que foi realizado nessa edição se repetirá”, relembrou Lúcio Flávio Pinto em texto publicado em 2011 no Observatório da Imprensa. Para ele, esse especial é único na história do jornalismo brasileiro: “Primeiro por Lúcio Flávio Pinto Twitter
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