No 1 – Pág. 30 Confira a íntegra da entrevista com Nayara Felizardo no YouTube e nos principais tocadores de podcast: Spotify, Orelo, Google Podcasts e Amazon Music. independente, e que muitas vezes não estão acessíveis”. Dentre seus programas favoritos, destaca o semanal As Cunhãs, sobre política cearense apresentado por Inês Aparecida, Hébely Rebouças e Kamila Fernandes. “Para mim, deveria ter um podcast como As Cunhãs em cada estado”, defende. “Ele ajuda a entender o contexto político regional e seu impacto para o Brasil, e não fica naquela cobertura padrão nacional, que só aborda por que o Dória desistiu da candidatura dele a presidente ou a disputa em São Paulo. Quando digo que o ideal era que cada veículo nacional tivesse pelo menos um correspondente em cada estado, sei que não vai acontecer. Seja por falta de interesse ou de recurso. Com isso, quem está fazendo esse trabalho são os veículos independentes”. Nesse contexto, a própria Cajueira, da qual Nayara é uma das fundadoras, tem cumprido um papel importante na democratização de conteúdos regionais com foco no Nordeste, além de diminuir os problemas dos desertos de notícias na Região. “Chegamos a lugares que não tinham nenhum tipo de imprensa e onde as pessoas não tinham sequer como receber conteúdo local”. Mas mesmo esse movimento, infelizmente, esbarra na falta de investimentos. “Precisamos cobrar para que os projetos de financiamento não fiquem apenas nos veículos de sempre. É importante que as iniciativas locais também tenham acesso a esses fundos para se manterem ativas. Existemmuitas, e de muita qualidade, mas a galera está se lascando, fazendo jornalismo de graça, sem ganhar um real. Ninguém é jornalista para fazer caridade, é a nossa profissão. Perdemos tempo demais querendo entrar na ‘panelinha’ alheia. O segredo talvez seja criar nossa própria ‘panelinha para brigar por acesso aos financiamentos”, brinca.
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