Jornalistas&Cia 1532

Edição 1.532 - pág. 73 ANOS Jornalistas&Cia é um informativo semanal produzido pela Jornalistas Editora Ltda. • Diretor: Eduardo Ribeiro ([email protected] – 11-99689-2230) • Editor executivo: Wilson Baroncelli ([email protected] – 11-99689-2133) • Editor assistente: Fernando Soares ([email protected] – 11-97290-0777) • Repórter: Victor Felix ([email protected] – 11-99216-9827) • Estagiária: Ana Laura Ayub ([email protected]) • Editora regional RJ: Cristina Vaz de Carvalho 21-99915-1295 (cvc@ jornalistasecia.com.br) • Editora regional DF: Kátia Morais, 61-98126-5903 ([email protected]) • Diagramação e programação visual: Paulo Sant’Ana ([email protected]. br – 11-99183-2001) • Diretor de Novos Negócios: Vinícius Ribeiro ([email protected] – 11-99244-6655) • Departamento Comercial: Silvio Ribeiro (silvio@jornalistasecia. com.br – 19-97120-6693) • Assinaturas: Armando Martellotti ([email protected] – 11-95451-2539) Em 1978 comecei como estagiário na Folha de S.Bernardo, na Região Metropolitana de São Paulo. Pedi e meu pai me levou lá, era amigo dos caras. Falamos com o Sr. Sergio Mancuso, que era a pessoa da publicidade e da administração geral da coisa toda. Acabei por ali, e logo me deram uma missão especial: escrever uma edição especial dos 50 anos do Esporte Clube São Bernardo. Uma daquelas edições caça-níqueis que todos os jornais fazem, grandes e pequenos. Entrevistei ex-jogadores, diretores do clube, desencavei fotos históricas, li reportagens antigas e consegui me encontrar e conversar com um dos filhos do Ítalo Setti, que doou o terreno onde ficava o campo do clube, na Marechal Deodoro, onde meu pai jogava de lateral esquerdo. Rendeu oito páginas com a história do clube, fotos de todos os presidentes, de partidas e eventos marcantes e curiosidades. Recebi um prêmio “pela qualidade do trabalho” da Prefeitura: cinco mil cruzeiros, uma grana boa. Pensei: dá para viver disso! Então, as máquinas de escrever entraram em cena para valer. Nas redações havia aquelas máquinas grandes, invariavelmente Remingtons ou Olivettis, com teclado em escada, caixas metálicas muito robustas, indestrutíveis quase. Eram normalmente cinzas ou verdes. Mas a que me marcou foi a que ganhei do meu pai: uma Olivetti Lettera 35, cinza claro, portátil, de ferro, pesava um pouco. Era um modelo maior que a Lettera 22, que era uma maquinha linda, slim, levinha. Mas a 35 mostrou-se adequada. Aguentou bem as minhas batucadas por anos e acabou viajando para Londres, onde, depois de um n A história desta semana é de Marco Piquini, que foi diretor de Comunicação da Iveco América Latina, que deixou em 2012 para fundar em Belo Horizonte a Piquini Comunicação Estratégica, da qual é CEO. Marco Piquini Viver escrevendo tempo, pediu arrego. Quando eu teclava o C a alça da tecla raspava na alça da tecla do espaço, e o rolo disparava para a frente. A letra D não alcançava o papel. E outros probleminhas. Não dava mais. Comprei um processador texto, novidade na época, e nunca mais retornei para as máquinas de escrever. Logo vieram os computadores. Nos quais continuei escrevendo, sempre com três dedos, dois da mão esquerda e um da direita. A Olivetti, joguei fora. Perto de completar 50 anos de carreira, penso que seria melhor tê-la guardado, porque ainda hoje é reconfortante, me faz bem, pensar que consegui viver da escrita com ajuda daquela maquininha, um instrumento de trabalho no qual escrevi uma enormidade de frilas e faturei uns trocos para seguir sonhando. Já escrevi sobre isso há tempos, mas vi essa foto dessa loja maravilhosa da Olivetti na Suíça (fotógrafo: Karl Krämer), feita no dia de sua inauguração, no ano de 1957, ano em que nasci. Estilo e beleza são imagens que sempre estiveram ligadas à marca Olivetti. Um toque estimulante para quem escreve porque, quem escreve, sempre recorre à inspiração. Karl Krämer

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