Edição 1.499 - pág. 4 n Está marcado para 17/3 o relançamento da revista Manchete impressa, em edição mensal. Como em seus tempos áureos, uma reportagem sobre o carnaval carioca deve marcar a volta. E uma festa no Teatro Bloch, espaço cedido por Luiz Calainho, terá um show da casa noturna Blue Note. Além da publicação impressa, os vídeos das entrevistas poderão ser assistidos por meio de um QR Code na página da revista, hospedados no R7, do grupo Record, e exibidos na TV Max, na NET. u Marcos Salles adquiriu a marca no final de 2024. Ela pertencia ao empresário Marcos Dvoskin, que, por sua vez, a tinha comprado em leilão judicial. Salles trabalhou na Manchete, foi presidente de O Dia e, mais recentemente, do jornal Correio da Manhã. A experiência bem-sucedida do Correio da Manhã em relançar um título tradicional pode ter motivado o executivo a tomar a decisão. u Manchete circulou semanalmente por 48 anos, até 2000, pela Bloch Editores de Adolpho Bloch. Após a extinção da empresa, ainda foi editada eventualmente até 2007. O acervo digitalizado da revista pode ser consultado no site da Biblioteca Nacional. u Por sua redação passaram Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Manuel Bandeira, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e Nelson Rodrigues. O nome por trás das grandes reportagens era David Nasser, e o fotojornalismo, um de seus trunfos. Foi uma das primeiras publicações brasileiras a dar destaque para a Amazônia em suas páginas. n O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou no começo do mês uma ação civil pública contra a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) por “danos ao sistema de justiça, ao acesso à justiça e à liberdade de expressão e de imprensa”. O processo toma como base o assédio judicial sofrido pelo jornalista João Paulo Cuenca, alvo de centenas de ações ajuizadas por pastores da Iurd. u Segundo inquérito realizado pelo MPF, a igreja teria orquestrado o ajuizamento de ações contra o jornalista como reação a uma postagem feita por ele no X (antigo Twitter) em 2020, sobre a destinação de verbas de comunicação do Governo Federal para canais de rádio e televisão pertencentes a igrejas evangélicas. Pastores da Iurd começaram a ajuizar contra o jornalista, em um total de 144 ações em diferentes cidades e estados, pedindo indenizações que na soma atingiam o valor de R$ 3,3 milhões. u Para o MPF, o ajuizamento de ações em massa representou “exercício abusivo do direito de petição e do acesso à justiça, além de violar as liberdades de expressão e de imprensa, por meio da adoção de estratégia para silenciar e constranger o emissor da mensagem e o próprio ofício jornalístico”. A Iurd argumenta que as ações partiram de iniciativas particulares de cada pastor, mas segundo o MPF as petições eram padronizadas e o mesmo modelo foi repetido diversas vezes, de modo a parecer que seguiam a mesma estratégia processual. u Na ação contra a Iurd, o MPF pede uma indenização não inferior a R$ 5 milhões por danos morais coletivos e assédio judicial, valor que seria destinado ao financiamento de projetos pelo enfrentamento da violência contra jornalistas. A ação também pede o reconhecimento da responsabilidade civil da instituição. Nacionais Revista Manchete volta em março MPF processa Igreja Universal por danos ao sistema de justiça e à liberdade de imprensa Tingey Injury Law Firm/Unsplash
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