Edição 1.498 - pág. 11 Por Luciana Gurgel, especial para o J&Cia Parceiro de conteúdo Esta semana em MediaTalks Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. A nova gestão de Donald Trump tem confirmado os temores sobre a desvalorização da imprensa e de jornalistas que não seguem as narrativas do presidente dos EUA. Na semana passada, a secretária de imprensa de Trump, Karoline Leavitt, causou ondas de choque ao anunciar que “jornalistas independentes, podcasters, influenciadores de mídia social e criadores de conteúdo” seriam bemvindos nas coletivas de imprensa da Casa Branca. Essa medida, que poderia parecer positiva, tem se mostrado uma forma de favorecer os amigos. A história não é nova. Durante o primeiro mandato de Trump, veículos como Fox News tiveram tratamento preferencial, enquanto repórteres de organizações consideradas “hostis” foram banidos de briefings informais. Veículos alinhados à extrema-direita, como Breitbart News e One America News, também receberam acesso favorável por transmitirem mensagens alinhadas a Trump. Na era Trump 2.0, entretanto, a recompensa pelo apoio vem se tornando mais formal. No novo “programa anual de rotação de mídia” do Pentágono, os dois substituíram a NBC News e a National Public Radio, respectivamente, no espaço de trabalho físico do Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA. Essa medida, segundo o porta-voz do órgão, Jonathan Ullyot, tem o objetivo de “ampliar o acesso ao espaço limitado do Corredor dos Correspondentes”. No Nas primeiras semanas da nova gestão Trump temores sobre a desvalorização da imprensa se confirmam entanto, a “rotação» prioriza veículos pró-Trump. O tabloide The New York Post, de propriedade de Rupert Murdoch, dono da Fox, também foi convidado a substituir o escritório usado pelo The New York Times. O HuffPost tomará o lugar do Politico. O National Press Club manifestou preocupação, destacando que “qualquer ação que restrinja a capacidade dos jornalistas de relatar as operações do governo deve alarmar todos que valorizam a transparência e a liberdade de imprensa”. Em artigo no portal acadêmico The Conversation, o professor de sociologia de mídia digital Steven Buckley, da University of London, aponta que a proeminência de influenciadores partidários, juntamente com a polarização da mídia, pode diminuir a confiança do público nas instituições essenciais para a democracia, como a imprensa. Em meio a essa confusão, a saída do âncora Jim Acosta, da CNN, parece representar a tempestade perfeita que se abate sobre o jornalismo norteamericano, formada pela combinação de tentativas de evitar conflitos com Trump e batalha para reverter declínio de audiência. Crítico do presidente, Acosta anunciou na semana passada que estava deixando a rede por se recusar a deixar o horário nobre das 10h da manhã por um espaço entre meia-noite e 2 da manhã, chamado de ‘cemitério.’ Apesar de a CNN garantir que a mudança não tinha a ver com as posições políticas do âncora e sim com a necessidade de aumentar audiência no horário, o movimento alegrou Trump. Ele comemorou a notícia em sua rede social chamando o prestigiado profissional de “um dos piores e mais desonestos repórteres da história jornalística, um grande canalha”, sinalizando tempos complicados para a imprensa independente. DeepSeek: como uma pequena empresa chinesa de IA está abalando os gigantes da tecnologia dos EUA. Leia mais WhatsApp diz que jornalistas e ativistas em mais de 20 países foram alvo de spyware israelense no aplicativo. Leia mais Internews abre inscrições para financiar projetos de capacitação de jornalistas e comunicadores para reportagens sobre crimes ambientais na Amazônia. Leia mais
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