Edição 1.494 - pág. 3 Últimas plataformas que conectam pessoas e facilitam debates são usadas para manipular, confundir, deturpar. E a verdade dos fatos não pode ser alcançada por outros meios que não a boa técnica de reportagem, a investigação objetiva da realidade e a escuta de fontes primárias”. Mais novidades por aí... u Além dos conteúdos já divulgados na edição de aniversário, o Grupo Estado prepara para as próximas semanas uma série de novidades. Uma delas é o lançamento da série Em Transformação, que aproveitará o mote ”celebrar o passado e apontar para o futuro”, adotado em comemoração aos 150 anos da marca, para discutir temas cruciais para a sociedade e o jornal a partir de sete eixos editoriais: República; Economia; Terra; Tecnologia; São Paulo; Viver; e Estadão e Jornalismo. O especial circulará durante todo o ano e contará com conteúdos multimídia, entrevistas, vídeos, editoriais e eventos temáticos, além de cadernos impressos. u Ainda neste mês de janeiro será lançado também no site do Estadão um hub de informação voltado para as celebrações dos 150 anos do jornal. Neste espaço, o leitor poderá navegar por momentos e coberturas marcantes do jornal desde a sua fundação, passando pela cobertura da Guerra de Canudos por Euclides da Cunha, o período da ditadura militar, até os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. u Um especial multimídia, assinado por Eugênio Bucci, também fará parte do especial. Nele, o jornalista e professor da ECA-USP discutirá o papel do jornalismo nos dias atuais e sua importância para o futuro da democracia. u Reunimos a seguir, em ordem alfabética, depoimentos de profissionais que foram parte importante dessa história e tiveram suas carreiras marcadas por passagens pelo Estadão: Como dizem os gringos “As times goes by”, o tempo vai passando. Faz pouco tempo, parece, do suplemento dos 100 anos e o jornal já comemora os 150 anos. E, mercê do tempo, dos três que fizemos o suplemento do centenário − Prêmio Esso, por sinal − só sobrei eu; o Frederico Branco e o Eduardo de Godoy Figueiredo foram para a ‘redação do andar de cima’. Não é hora de tristeza, mas de lembranças. Do Figueiredo, lembro a noite em que arranjou uma moçoila, passou a noite com ela e na manhã mobilizou a Polícia em busca de seu carro, roubado durante a noite. Quando perguntamos onde tinha estacionado, “na avenida Nove de Julho, ora”, descobrimos que fora é guinchado porque o trânsito, nulo quando ele foi para a transa, ficara congestionado de manhã e o Detran não perdoou. Do Frederico, lembro do peru vivo que ganhou de um interiorano, os filhos chamaram o pai de assassino quando souberam que ia matar o bicho com a faca que espetou no peito do peru. Só conseguiu que ele defecasse no sofá da sala. Enforcar o peru também não deu certo e ele pegou o trezoitão, deu dois tiros no peru... e acabou na Delegacia, puto da vida porque em vez de fazer o boletim de ocorrência, o delegado e todos os investigadores só riam adoidado. A gente vivia essas histórias, enquanto fazia um jornal tão respeitado que há quem aprendeu a ler soletrando as palavras nos títulos do Estadão. De quebra, a redação se transformou numa família que, 50 anos depois, continua unida numa redação virtual, um site dos ex-Estadões em contato para lembrar as velhas histórias, e para lamentar que semana sim, semana não, a primeira notícia do dia é que mais um de nós foi embora. E por falar em morte, vale lembrar que quando perguntamos ao dr. Julinho, já idoso, o que ele lia primeiro no Estadão do dia, ele contou que era a coluna de Falecimentos, pela qual ele percebia que, cada dia, estava um pouco mais só. (Bebeto Queiroz) Bebeto Queiroz Os 150 anos do Estadão
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