Edição 1.494 - 8 a 14 de janeiro de 2025 Estadão, 150 anos J&Cia detalha as ações que o Estadão planejou para comemorar seu 150º aniversário e reproduz depoimentos de alguns profissionais que fizeram parte dessa história. Pág. 2 Vem aí a 3ª edição dos +Admirados Jornalistas Brasileiros Após hiato de dez anos, iniciativa está de volta e reconhecerá os 100 jornalistas mais admirados do Brasil. Pág. 8 Monstera Production: https://www.pexels.com Maurício Lima é o novo CEO da Editora Abril Maurício Lima, atual diretor de Redação da revista Veja, é o novo CEO da Editora Abril, em substituição a Fábio Carvalho, que passa a chairman do grupo e publisher da Abril Holding. Pág. 10 Maurício Lima Linkedin
Edição 1.494 - pág. 2 Últimas n O jornal O Estado de S. Paulo comemorou em 4/1 seu 150º aniversário. Para celebrar a data, que marcou também os 55 anos da Agência Estado e os 67 da Rádio Eldorado, o Grupo Estado deu início a uma série de ações especiais que se estenderão ao longo de 2025. u A primeira novidade foi o lançamento na edição comemorativa de aniversário de uma logomarca específica para celebrar a data. Criada pela Africa Creative, a nova identidade é marcada pela adoção de uma cor azul mais vibrante no cabeçalho, tanto no jornal impresso quanto nas mídias digitais, com a inclusão do número 150 no cabeçalho, incorporando elementos de cada período histórico do jornal. Segundo os autores do projeto, o número 1 representa o início do jornal, quando ele ainda se chamava A Província de São Paulo; o 5 faz alusão à troca de nome para O Estado de S. Paulo, a partir de 1890 – mantendo a mesma tipologia de então; e o 0 representando o momento atual, que consolida os períodos anteriores e projeta os novos desafios na era da comunicação digital. u A nova identidade traz ainda o “cavalinho do Estadão”, como ficou conhecida a figura histórica do jornaleiro Bernard Gregoire, que cavalgava pela cidade para ampliar o alcance do jornal em 1876, em traços mais simples, para dar a ele maior visibilidade sobretudo nos meios digitais. Os 150 anos do Estadão Uma viagem ao passado n Além de uma ampla retrospectiva, cujo destaque são 150 passagens marcantes do jornalismo do Estadão nesses 150 anos de vida, o caderno especial publicado na edição de sábado trouxe mensagens de congratulações de pouco mais de 50 personalidades da vida política, social e econômica do País, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o governador de São Paulo Tarciso de Freitas. u O especial traz ainda linha do tempo, a história do imigrante francês Bernard Gregoire, que foi pioneiro na arte de vender jornais na rua e em outros ambientes, um decálogo com os princípios que nortearam e continuam a nortear o jornal desde que circulou pela primeira vez, em 4 de janeiro de 1874, a história da fundação do jornal reunindo 21 republicanos que lutavam pela queda da monarquia e um relato sobre a saga da família Mesquita à frente do jornal em quase toda a sua existência. u Em editorial na página A4, na coluna Espaço Aberto, Erick Brêtas, diretor presidente do Estadão, no artigo intitulado Para que serve o jornalismo?, destaca que “muitos argumentam que a abundância de informação tornou o jornalismo obsoleto. Não devemos ignorar esse debate, mas não podemos hesitar na defesa do que acreditamos”. u Diz ele ainda: “A imprensa hoje é mais necessária do que antes, não menos. Junto com a informação, cresceu exponencialmente também a desinformação. As mesmas
Edição 1.494 - pág. 3 Últimas plataformas que conectam pessoas e facilitam debates são usadas para manipular, confundir, deturpar. E a verdade dos fatos não pode ser alcançada por outros meios que não a boa técnica de reportagem, a investigação objetiva da realidade e a escuta de fontes primárias”. Mais novidades por aí... u Além dos conteúdos já divulgados na edição de aniversário, o Grupo Estado prepara para as próximas semanas uma série de novidades. Uma delas é o lançamento da série Em Transformação, que aproveitará o mote ”celebrar o passado e apontar para o futuro”, adotado em comemoração aos 150 anos da marca, para discutir temas cruciais para a sociedade e o jornal a partir de sete eixos editoriais: República; Economia; Terra; Tecnologia; São Paulo; Viver; e Estadão e Jornalismo. O especial circulará durante todo o ano e contará com conteúdos multimídia, entrevistas, vídeos, editoriais e eventos temáticos, além de cadernos impressos. u Ainda neste mês de janeiro será lançado também no site do Estadão um hub de informação voltado para as celebrações dos 150 anos do jornal. Neste espaço, o leitor poderá navegar por momentos e coberturas marcantes do jornal desde a sua fundação, passando pela cobertura da Guerra de Canudos por Euclides da Cunha, o período da ditadura militar, até os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. u Um especial multimídia, assinado por Eugênio Bucci, também fará parte do especial. Nele, o jornalista e professor da ECA-USP discutirá o papel do jornalismo nos dias atuais e sua importância para o futuro da democracia. u Reunimos a seguir, em ordem alfabética, depoimentos de profissionais que foram parte importante dessa história e tiveram suas carreiras marcadas por passagens pelo Estadão: Como dizem os gringos “As times goes by”, o tempo vai passando. Faz pouco tempo, parece, do suplemento dos 100 anos e o jornal já comemora os 150 anos. E, mercê do tempo, dos três que fizemos o suplemento do centenário − Prêmio Esso, por sinal − só sobrei eu; o Frederico Branco e o Eduardo de Godoy Figueiredo foram para a ‘redação do andar de cima’. Não é hora de tristeza, mas de lembranças. Do Figueiredo, lembro a noite em que arranjou uma moçoila, passou a noite com ela e na manhã mobilizou a Polícia em busca de seu carro, roubado durante a noite. Quando perguntamos onde tinha estacionado, “na avenida Nove de Julho, ora”, descobrimos que fora é guinchado porque o trânsito, nulo quando ele foi para a transa, ficara congestionado de manhã e o Detran não perdoou. Do Frederico, lembro do peru vivo que ganhou de um interiorano, os filhos chamaram o pai de assassino quando souberam que ia matar o bicho com a faca que espetou no peito do peru. Só conseguiu que ele defecasse no sofá da sala. Enforcar o peru também não deu certo e ele pegou o trezoitão, deu dois tiros no peru... e acabou na Delegacia, puto da vida porque em vez de fazer o boletim de ocorrência, o delegado e todos os investigadores só riam adoidado. A gente vivia essas histórias, enquanto fazia um jornal tão respeitado que há quem aprendeu a ler soletrando as palavras nos títulos do Estadão. De quebra, a redação se transformou numa família que, 50 anos depois, continua unida numa redação virtual, um site dos ex-Estadões em contato para lembrar as velhas histórias, e para lamentar que semana sim, semana não, a primeira notícia do dia é que mais um de nós foi embora. E por falar em morte, vale lembrar que quando perguntamos ao dr. Julinho, já idoso, o que ele lia primeiro no Estadão do dia, ele contou que era a coluna de Falecimentos, pela qual ele percebia que, cada dia, estava um pouco mais só. (Bebeto Queiroz) Bebeto Queiroz Os 150 anos do Estadão
Edição 1.494 - pág. 4 No Estadão eu construí a minha história. Foram 15 anos em duas etapas espaçadas por cinco anos. O que representou 20 anos de minha trajetória. Quando eu era jovem e morava na Freguesia do Ó, passava em frente ao jornal e dizia para mim mesmo: ainda vou trabalhar aí. Comecei na revisão do Estadão sem conhecer ninguém, passei para a revisão do JT, depois copy na política do Estadão na eleição de Tancredo. Após dois anos eu estava no DCI sob a batuta de Aloísio Biondi, um gênio. E o Estadão me chamou para ser repórter. Começava ali meu sonho. Tive uma passagem que representou tudo o que eu esperava de um jornal ético e imparcial. Fui feliz em todas as funções. Revisor, copy, repórter, editor de economia, editor de primeira página, secretário de redação, editor executivo e editor-chefe, onde fiquei cinco anos. Reformei literalmente as duas redações e acho que contribui um pouco com esses 150 anos de história e jornalismo. O jornalismo sempre foi minha vocação, não saberia viver de outra coisa. O Estadão era a minha casa. Tive excelentes referências e aprendi tudo, o jornal moldou muito do que sou. Parabéns à direção e ao time que toca o jornal pelos 150 anos. O destino me aproxima tanto do Estadão que até temos o mesmo dia de aniversário. (Eleno Mendonça – publicado originalmente no Linkedin) Antes de tudo, um jornal necessário Foram três passagens pelo Estadão, ao todo mais de 20 anos. Um grão de areia nos 150 anos que o Estadão está completando, mas uma parte substancial da minha carreira. No Estadão, fui repórter, chefe de reportagem, editora, editora executiva, redatora-chefe e colunista. Acompanhei fatos que marcaram a fronteira dos séculos XX e XXI. Redemocratização, eleições, guerras, Copas do Mundo, Olimpíadas, grandes tragédias e grandes comemorações. Na Economia, onde concentrei minha atuação, foram tempos de crescimento explosivo alternado com recessão profunda, planos e mais planos para derrubar a inflação, desafios para fortalecer a estabilização e distribuir seus resultados para o conjunto da população. Foi no prédio do bairro do Limão que aconteceu a minha virada de jornalista nascida e criada em revistas para uma apaixonada pela adrenalina do jornal diário. Foi lá também que consolidei minha carreira como gestora de redação. Nesse período, tudo mudou. E como!!! O Estadão também, especialmente com a revolução digital que revirou a sociedade e impôs à mídia o desafio de conciliar tradição com inovação. Mudou, mas na essência permaneceu o mesmo. O Estadão de sempre, 100% fiel a seus compromissos e ideais, por isso mesmo polêmico e provocativo. Não há, porém, como ignorar o papel crucial do jornal na defesa da democracia. Sob a liderança da família Mesquita, e sustentado por profissionais de primeira que ainda estão por lá ou espalhados por inúmeras redações, o Estadão foi e continua sendo, antes de tudo, um jornal necessário. (Cida Damasco) Cida Damasco Eleno Mendonça na redação do Estadão Últimas Os 150 anos do Estadão
Edição 1.494 - pág. 5 Me sinto honrado por ter dirigido o jornalismo do Estadão, durante cinco anos. Paulistano, acompanhei desde pequeno a evolução do diário liderado pela família Mesquita, estimulado por meu pai. Inicialmente focado no noticiário sobre o futebol e meu Corinthians. Na adolescência, com o despertar de minha paixão pelo jornalismo, devorava as páginas de política e mundo, alimentando meu sonho de ser correspondente internacional, o que acabei conseguindo, em Londres, também através do Grupo Estado. Nunca imaginei que anos mais tarde chegaria a liderar a redação do Estadão, aquele jornal do qual você poderia discordar (como discordei e discordo em várias ocasiões), mas que é responsável, confiável e coerente com seus valores históricos. Se o Estadão publicou, então aconteceu mesmo. Desde o início deste 2025, temos visto a intensa repercussão dos 150 anos da fundação do jornal. O fator comum entre todas as manifestações é a importância do Estadão para a saúde de nossa República, para a defesa de nossas liberdades e da democracia. Costumo sempre dizer que o excelente jornalismo, produzido pelo Estadão e outros grupos de comunicação no Brasil, serve como uma janela para que a sociedade possa ver o que está acontecendo nas ruas, nos gabinetes, nos campos de batalha urbanos e rurais. Através dessas janelas de informação, os cidadãos se capacitam para tomarem livremente as decisões cruciais em suas vidas. O risco ambiental, a revolução tecnológica e o recrudescimento do autoritarismo pelo mundo apenas reforçam esse papel crucial do jornalismo. Dois episódios durante a minha gestão como diretor de jornalismo ilustram bem esse argumento e são para mim fonte de orgulho. A eleição em 2018 de Jair Bolsonaro à Presidência da República foi gradualmente sucedida por crescentes sinais de que o Estado de Direito brasileiro poderia estar ameaçado. A cobertura jornalística factual sobre esses riscos e os editoriais produzidos pelo Estadão sob o comando de Antonio Carlos Pereira e posteriormente Marcos Guterman foram exemplares na imprensa brasileira ao apontarem as ameaças à nossa democracia. Riscos, como vimos depois, que eram concretos e que quase comprometeram as nossas instituições. Com a chegada da Covid, no início de 2020, logo ficou claro que não poderíamos contar com o governo federal para obter números confiáveis sobre a epidemia no Brasil, pessoas infectadas e mortas. Numa parceria inédita, os principais veículos de comunicação do País, entre os quais o Estado de João Caminoto Últimas Os 150 anos do Estadão S. Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo, formaram um consórcio para informar à sociedade sobre os números reais da pandemia. Foram tempos intensos. Durante meses e meses, os cerca de 400 profissionais da redação do Estadão – alguns com perdas de familiares − trabalharam virtualmente, de suas casas, produzindo conteúdos para informar e orientar a população angustiada. Em algumas ocasiões, quando tive que ir à redação do Limão durante esse período, silenciosa e com suas centenas de postos de trabalho desertos, me deparei, emocionado, com a relevância de nossa missão. Puro jornalismo, servindo à sociedade, como deve ser. Os desafios para o jornalismo se renovam, sempre. Num país como o Brasil, com tantos problemas, como a pobreza crônica da gestão pública em todas as esferas, o permanente flerte com o populismo econômico, a corrupção endêmica, a imensa carência na Educação, e a vergonhosa desigualdade social, não há como prescindir de um jornalismo como o do Estadão e outros veículos de comunicação. Sem eles, não há democracia, não há liberdade, não há esperança. Simples assim. Claro, os desafios aos modelos de negócio dos jornais se tornaram enormes após a chegada da internet e das mídias sociais. Mas vejo essas décadas turbulentas como uma travessia necessária para que os jornais encontrem a melhor maneira de continuar distribuindo a sua matéria-prima, que é a informação de qualidade, de forma sustentável e independente. Paradoxalmente, a chegada da Inteligência Artificial, sedenta por informações checadas e de fontes confiáveis, pode acabar renovando o vigor financeiro e institucional do jornalismo profissional. Deixo para o fim, mas como elemento mais importante nas comemorações do sesquicentenário, o papel dos jornalistas na trajetória do Estadão. São eles, milhares de profissionais de todos os quadrantes e origens, que ao longo de décadas, bravamente, desafiaram ditaduras, reportaram guerras, revoluções, dramas humanos, façanhas esportivas e artísticas que marcaram gerações e gerações de brasileiros. Tive o privilégio de trabalhar e aprender com muitos deles. Através dos grandes Celso Ming e Fausto Macedo, jornalistas que há mais de 50 anos enriquecem as páginas e telas do Estadão, aplaudo e agradeço a todos os colegas do jornal, do presente e do passado. (João Caminoto)
Edição 1.494 - pág. 6 O jornalismo, à procura de novos caminhos Os 150 anos dos Estadão merecem ser muito comemorados. Jornal de muita tradição, dirigido por quase todo o tempo pela família Mesquita, foi um símbolo da luta contra a censura nos anos de chumbo da ditadura. Suas reportagens proibidas pelos censores saíram, durante anos, com versos dos Lusíadas, de Luis de Camões, e todos os leitores sabiam que estavam proibidos de ler certas notícias. Durante muitos e muitos anos, foi um dos mais importantes do Brasil e com uma excelente venda em bancas e um impressionante número de fiéis assinantes, alguns com mais de 50 anos de relação diária com o jornal. Tive o prazer e a honra de ter trabalhado durante 21 anos, primeiro desde a fundação do Jornal da Tarde, em 4 de janeiro de 1965, e depois como Diretor do de Redação do Estadão, de 1977 até o início dos anos 90, em anos de muita turbulência e de muitas mudanças políticas, com o fim da ditadura, a morte do presidente um dia antes de tomar posse. Depois, vieram a posse de José Sarney, o movimento da Diretas Já, os primeiros falidos planos econômicos até a posse do professor Fernando Henrique Cardoso e o Plano Real que, praticamente, acabou com nossa endêmica inflação e nos colocou em um caminho melhor. Os tempos mudaram, o Brasil mudou, leem-se muito menos jornais, praticamente substituídos pelas mídias digitais. O jornalismo ainda tenta se reinventar, procurando novos e difíceis caminhos. Todos os profissionais de imprensa esperam que os jornais se reinventem e sigam em frente, como sempre fizeram. (Miguel Jorge) Tudo que fosse bem apurado era publicado Em minha carreira, que já vai para 58 anos, tive duas passagens pelo Estadão, somando 14 anos. A primeira, entre 1988 e 1991, como editor executivo, no olho do furacão das muitas mudanças por que passou o jornal no período. A outra, entre 2009 e 2019, como colunista de economia, no impresso e no online. Nesse primeiro período foram introduzidas algumas das maiores transformações pelas quais o Estadão passou nos últimos 40 anos, ajudando a fazê-lo chegar até os seus 150 anos. Foi uma época de grande efervescência, com investimentos em todas as áreas da empresa, inclusive na redação, e de novos projetos, que modernizaram o jornal. A redação chegou a contar com 400 profissionais. Num intervalo de quatro anos, o Estadão introduziu cores (incluindo o famoso logotipo em azul) em suas páginas, passou a circular também às segundas-feiras, deu início à informatização da redação e foi redesenhado, com a edição em cadernos temáticos. Um dos maiores orgulhos profissionais que carrego foi ter sido o gerente-geral do “Projeto Lunes”, que, em 1990, resultou na publicação do Estadão também às segundasfeiras. Outro é o caderno de Economia e Negócios, que me coube projetar e implantar, em 1989. A efervescência daquele tempo era acompanhada por tensões entre as diversas áreas da empresa e, especificamente, nas relações da redação com as demais áreas. Essas tensões, no meu modo de ver, foram os vetores da produção grandes coberturas, furos de reportagem e material jornalístico de reconhecida qualidade. Confirmei, no Estadão, a convicção de que a tensão provocada por redações inquietas, mas que encontram respaldo em direções com espírito público e entendimento do fazer da profissão, é o que permite produzir o melhor jornalismo. No “conservador” Estadão, quando estive por lá, a fórmula funcionou. Por isso, gostaria de aproveitar para comemorar os 150 anos do “vetusto matutino” homenageando a figura elegante e austera − minimalista mesmo − do Dr. Júlio de Mesquita Neto, o comandante daquela empreitada. Dr. Júlio nunca deixou a menor dúvida de que, se os fatos estavam bem apurados, nada, nem mesmo os “interesses da casa”, deveriam impedir sua publicação. (José Paulo Kupfer) José Paulo Kupfer Miguel Jorge Últimas Os 150 anos do Estadão
Edição 1.494 - pág. 7 n O Grupo Globo comemora em julho seu centenário, a contar da fundação do jornal O Globo, por Irineu Marinho. 2025 marca também os 60 anos da TV Globo, em abril; 25 anos do jornal Valor Econômico, em maio, e dez anos de Globoplay, em novembro. O Grupo conta ainda com a edição de revistas e livros, com rádios, produção de filmes e plataformas digitais. u Roberto Marinho, que assumiu O Globo após a morte do pai, fundou a maior parte das empresas que hoje compõem a holding e são administradas por seus filhos e netos. O logotipo criado para o centenário estará presente em todos os produtos e marcas do Grupo Globo, e todos programaram ações no decorrer do ano para celebrar as datas. u O primeiro filme da campanha foi ao ar no Jornal Nacional de 1º de janeiro. Narrado por Pedro Bial, mostra a evolução do grupo desde a fundação. Há também uma série documental em quatro episódios, criada por Bial, prevista para lançamento em julho, e que reconstitui três redações antigas para ajudar a contar a história centenária. u A Globo Livros prepara duas obras para o primeiro semestre. A primeira delas, sob curadoria de Míriam Leitão, mostra em 11 capítulos jornalistas que fizeram e fazem parte da história do jornal. São artigos sobre os principais fatos do Brasil e do mundo em diversas áreas, escritos por Agostinho Vieira, Ancelmo Gois, Antonio Nascimento, Arthur Dapieve, Ascânio Seleme, Cora Rónai, Flávia Oliveira, Lauro Jardim, Merval Pereira e Pedro Doria. u O segundo, organizado pela editora de livros Maria Amélia Mello, reúne antigos colaboradores memoráveis como Antonio Maria, Arnaldo Jabor, Artur Xexéo, Augusto Frederico Schmidt, Guimarães Rosa, João Ubaldo Ribeiro, Nelson Rodrigues e Rubem Braga, entre outros. u Na área de eventos, o Projeto Aquarius, que desde 1972 leva música clássica a plateias mais amplas em várias cidades, terá uma edição especial em julho. E o streaming chega aos dez anos celebrando a trajetória vitoriosa de Ainda estou aqui, de Walter Salles, primeiro filme original Globoplay. Últimas Centenário do jornal O Globo e comemorações das empresas do Grupo Roberto Marinho EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E Esta coluna é de responsabilidade da Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação O I’Max anunciou o projeto Mais pelo Jornalismo, iniciativa voltada para o combate aos desertos de notícias no Brasil e para a implementação de um jornalismo mais plural e diversificado. Com foco em democratizar a informação e ampliar as vozes na comunicação, o projeto busca promover maior diversidade na mídia. Saiba mais sobre como essa iniciativa está transformando o cenário jornalístico brasileiro clicando aqui. I’Max lança o projeto Mais pelo Jornalismo
Edição 1.494 - pág. 8 n Depois de quase três anos fora do ar, a Record TV retornará à sua programação, a partir de 19/1, o Esporte Record. Com exibição aos domingos, às 23h, logo depois do Domingo Espetacular, a nova versão do programa será comandada por Cleber Machado e Paloma Tocci. Além de contar com a participação de outros componentes da equipe de esportes da casa, o programa também terá a presença de convidados especiais. Esta será a quarta vez que o programa entra na grade nacional da emissora. Mais detalhes no Portal dos Jornalistas. n Morreu em 21/12, aos 76 anos, em São Paulo, João Batista Natali Jr. Com quase 40 anos de atuação pela Folha de S.Paulo, onde se aposentou em 2008, ele estava internado desde 11 de novembro no hospital Sírio-Libanês para tratar de complicações decorrentes de um câncer no cérebro. u Contratado em 1969 em caráter emergencial pelo jornal paulista, na época para integrar a equipe responsável pela criação de um caderno especial sobre a chegada do homem à Lua, pela publicação ele atuou como repórter, editor, colunista, correspondente internacional e secretário de Redação. u Depois de sua saída do jornal, atuou como comentarista da TV Gazeta, professor, foi diretor de Redação do Diário do Comércio e nos últimos anos escreveu até o fim a coluna Mundo Leu, na Folha. u Casado com Daniele, deixa os filhos André e Heitor. n Como parte das celebrações de 30 anos deste Jornalistas&Cia, a eleição dos +Admirados Jornalistas Brasileiros ganhará mais uma edição em 2025, a terceira de sua história. A iniciativa, realizada nos anos de 2014 e 2015, apontará os 100 jornalistas mais admirados do Brasil pela opinião dos próprios colegas de imprensa e profissionais da Comunicação. u A eleição está prevista para o segundo trimestre deste ano, com a cerimônia de premiação ocorrendo em data próxima ao aniversário de Jornalistas&Cia, em setembro. As duas primeiras edições tiveram como principais destaques o então âncora da BandNews FM e TV Bandeirantes Ricardo Boechat, falecido em um trágico acidente aéreo em 2019, e a colunista e apresentadora Miriam Leitão, uma das mais premiadas jornalistas brasileiras de todos os tempos. u “Após dez anos, em um novo cenário, com muitos profissionais de qualidade que surgiram e ganharam relevância no jornalismo nesse período, entendemos que chegou o momento de realizar novamente a eleição”, destaca Eduardo Ribeiro, diretor da Jornalistas Editora. “Neste intervalo, a série +Admirados cresceu e se multiplicou, ganhando versões nichadas para as editorias de Economia, Negócios e Finanças; Saúde, Ciência e Bem-Estar (sob os auspícios do Hospital Israelita Albert Einstein); Automotiva; Agronegócio; Esportes; Tecnologia; além de uma dedicada a reconhecer o trabalho de jornalistas negros e negras, realizado em parceria com 1 Papo Reto, Neo Mondo e Rede JP – Jornalistas Pretos. Mas sempre ficou aquele desejo de realizar novamente um recorte mais geral, contemplando todos os jornalistas brasileiros. Nada melhor do que promovê-la na esteira das comemorações dos nossos 30 anos”. u Empresas interessadas em apoiar e associar suas marcas à iniciativa podem obter mais informações com Vinicius Ribeiro ([email protected] e 11-99244-6655) ou Silvio Ribeiro (silvio@ jornalistasecia.com.br e 19-97120-6693). Eleição dos +Admirados Jornalistas Brasileiros está de volta! Últimas Nacionais Paloma Tocci e Cleber Machado comandarão novo Esporte Record O adeus a João Batista Natali Jr. João Batista Natali
Edição 1.494 - pág. 9 Por Luciana Gurgel, especial para o J&Cia Parceiro de conteúdo Esta semana em MediaTalks Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. O ano de 2023 foi marcado por intensas especulações sobre o impacto negativo da inteligência artificial (IA) nas eleições de 2024. Mas não foi exatamente o que aconteceu. Em um artigo intitulado A Look Back at the “Year of Elections 2024” from a Digital Perspective, Licinia Güttel, pesquisadora do Oxford Internet Institute (OII), avalia que, embora a IA tenha sido utilizada em alguns contextos eleitorais, seu impacto não se concretizou da forma apocalíptica prevista por muitos. No início de 2024, o receio generalizado era de que a IA fosse utilizada para manipular o eleitorado em massa, disseminar desinformação e influenciar diretamente os resultados. Essas narrativas, muitas vezes amplificadas pela mídia, segundo a pesquisadora, ignoraram a complexidade dos processos eleitorais e superestimaram o poder da IA, caindo no que ela chama de “determinismo tecnológico”. A pesquisa de Güttel, baseada na análise de diversas eleições ao redor do mundo, revela que a IA teve um papel limitado nas campanhas. Pontualmente, foram observados casos de uso de deepfakes na África do Sul e de avatares digitais na Indonésia. No entanto, a disseminação em massa de desinformação por meio da IA não ocorreu. Essa constatação corrobora análises prévias que já apontavam para a dificuldade de manipulação em larga escala do comportamento eleitoral. A análise de Güttel vai além da IA e aborda outras tecnologias digitais que tiveram impacto nas eleições de 2024. O apocalipse não se confirmou: como a mídia ampliou o temor da IA nas eleições de 2024 A autora destaca, por exemplo, a popularidade do TikTok entre políticos indonésios como forma de alcançar o público jovem, o banimento da plataforma na Índia e a influência de partidos de extremadireita na rede social durante as eleições para o Parlamento Europeu e no Reino Unido. O poder do TikTok também foi visto nas eleições dos EUA. Donald Trump entrou na briga para tentar salvar a plataforma, que segundo lei aprovada em abril será banida se não for vendida para uma empresa não chinesa, afirmando que ela teve papel importante em sua vitória eleitoral. No caso da desinformação, Güttel observa que sua prevalência e impacto variaram significativamente a depender do contexto. Enquanto na Rússia a desinformação foi utilizada para fortalecer a narrativa pró-governo, nos EUA reproduziu estereótipos racistas. A pesquisadora de Oxford ressalta a importância de analisar o impacto das tecnologias digitais nas eleições com cautela e considerando o contexto específico de cada país. Ela alerta para o risco de superestimar a influência de certos fenômenos digitais e de negligenciar outros fatores relevantes, como o sistema político, o nível de liberdade na internet e o comportamento do eleitorado. Mas afirma que a rápida evolução tecnológica exige constante monitoramento e o desenvolvimento de mecanismos de controle para garantir eleições livres e justas no futuro. O poder do TikTok nas eleições Reprodução Instagram Jornalista italiana presa desde dezembro no Irã é libertada após “esforços diplomáticos”. Leia mais Cartunista premiada se demite do Washington Post após veto a charge sobre Bezos e Trump. Leia mais Assange, Zamora e mais: veja 10 casos de jornalistas libertados do cárcere em 2024. Leia mais
Edição 1.494 - pág. 10 Vaivém das redações n Maurício Lima, atual diretor de Redação da revista Veja, é o novo CEO da Editora Abril, em substituição a Fábio Carvalho, que passa a ser chairman do grupo e publisher da Abril Holding. Sérgio Ruiz, atual redator-chefe da Veja, é um dos cotados para assumir a direção da revista. O anúncio oficial do substituto de Lima deve ocorrer nos próximos dias. u Lima está há quase 20 anos na Abril, onde ocupou diversos cargos, como repórter, editor, editor-executivo, editor-chefe e publisher. Na Veja, são mais de oito anos de trabalho, como colunista de Política, editor-chefe e mais recentemente diretor de Redação. n O SBT está realizando um processo de reestruturação de seu departamento de Jornalismo, o que inclui a chegada e saída de profissionais. Demissões e contratações devem ser anunciadas nos próximos dias. u Uma das movimentações é a saída de Márcia Dantas, apresentadora do Primeiro Impacto, demitida da emissora após oito anos. Além do Primeiro Impacto, apresentou o SBT Brasil de 2020 a 2023, o Tá na Hora em 2024 e foi âncora do Chega Mais Notícias. Antes de ingressar no SBT, atuou como repórter e apresentadora na Record. O Primeiro Impacto seguirá sob o comando de Dani Brandi, que dividia a apresentação com Dantas. u Outra saída é a de Cilene Farias, que atuava como chefe de Redação. No que se refere a contratações, o SBT assinou com Mariana Ferreira, ex-executiva da Jovem Pan, que passa a atuar como chefe de Redação. Também vai compor a nova chefia Caio Piccolo, ex-diretor do Domingo Espetacular, da Record. Nacionais Maurício Lima é o novo CEO da Editora Abril Maurício Lima Mudanças no Jornalismo do SBT Márcia Dantas Brasília n O jornal Correio da Manhã reforça sua posição em Brasília com a contratação de Patrick de Queiroz Bertholdo como diretorgeral da sucursal. Formado em Administração de Empresas, com MBA em Gestão Empresarial pela FIA-USP, tem 15 anos de experiência em companhias como IBM e foi conselheiro fiscal da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário de São Paulo). Ceará n Joelma Leal é a nova editora de Cidades de O Povo. Na publicação há 16 anos, atuou anteriormente como ombudsman, repórter, editora executiva do Anuário do Ceará, assessora de comunicação e colunista. Espírito Santo n Luciany Oliveira é a nova repórter da TV Gazeta, afiliada Globo no Espírito Santo. Antes, trabalhou na Bandeirantes e foi assistente de Chefia de Reportagem da EPTV. n Rafaela Patrício assinou com o SBT para trabalhar como repórter. Antes, atuou em Record News Espírito Santo, TV Guarapari, Band, TV Vitória e Rede Tribuna. Foi também assessora de imprensa na Câmara Municipal de Guarapari. Patrick de Queiroz Bertholdo Joelma Leal Luciany Oliveira Rafaela Patrício
Edição 1.494 - pág. 11 São Paulo n Beatriz Puente começou como editora na CNN Brasil. É a segunda passagem dela pela emissora. Na primeira, trabalhou por mais de dois anos como assistente de produção no Rio de Janeiro. Trabalhou ainda na editoria de Internacional do SBT e na Bandeirantes. n Carolina Pulice é a nova editora do Breaking News na Bloomberg News. Antes, atuou como repórter de internacional na agência CMA, assistente de notícias sobre o Brasil no Financial Times e Headline News Reporter na agência Reuters. Trabalhou também na Argus Media. n Diego Felix deixou a coluna Painel S.A da Folha de S.Paulo após dois anos e meio e migrou para a editoria de Mercado do jornal. Repórter da Folha desde 2022, trabalhou anteriormente em IstoÉ Dinheiro e DCI. n Giovanna Attili Moura é a nova repórter do Portal GCN. Antes, trabalhou como assessora de imprensa na Futpress Comunicação e como analista de mídias sociais na V2mm. Paraná n Mariana Tonet Herman começou na TV Band Maringá como repórter. Antes, atuou no Grupo Ric Paraná. Rio de Janeiro n Martín Fernandez deixa o Grupo Globo após onze anos de trabalho. No período, atuou como repórter do ge, produtor da Globo, comentarista do SporTV e colunista do jornal O Globo. Trabalhou sete anos em São Paulo, quatro no Rio de Janeiro e teve também diversas coberturas internacionais. Antes da Globo, trabalhou na Folha de S.Paulo e no Estadão. Seus novos rumos profissionais ainda não foram anunciados. Mariana Tonet Herman Martín Fernandez n Após quase um ano de estágio, Isabella Marin Silva assinou como repórter no Futuro da Saúde. n Jeferson Vita Araújo é o novo editor de Texto Pleno no Bom Dia Sábado, da Globo. Antes, trabalhou como editor e produtor na BandNewsTV e também em Record e RedeTV. n Larissa Vitória é a nova repórter do Brazil Journal, cobrindo o setor imobiliário. Antes, trabalhou por mais de três anos no Seu Dinheiro, escrevendo sobre empresas abertas e fundos imobiliários. O e-mail para pautas é [email protected]. n Luccas Lucena de Paula assinou como repórter de Política do UOL, após dois anos atuando como freelancer, cobrindo eventos pontuais e hardnews. Antes, trabalhou na Agência Estado e no Estadão. n Luis Antonio é o novo repórter freelancer do Estadão, atuando na editoria de Mobilidade, cobrindo pautas relacionadas a transporte público, acessibilidade, transição Beatriz Puente Carolina Pulice Diego Felix Giovanna Attili Moura Isabella Marin Silva Jeferson Vita Araújo Larissa Vitória Luccas Lucena de Paula Vaivém das redações
Edição 1.494 - pág. 12 energética e outras modalidades de transporte. Antes, trabalhou por quase dois anos na Agência Mural de Jornalismo das Periferias. n Após dois anos como estagiária, Luísa Monte foi efetivada na Folha de S.Paulo como repórter do F5, para pautas de entretenimento. Nos próximos três meses, cobrirá a 25ª edição do Big Brother Brasil. n Depois de quase dois anos de estágio, Maria Carolina Albuquerque foi efetivada como repórter da Argus Media, cobrindo pautas relacionadas ao mercado de combustíveis e biocombustíveis no Brasil. n Marillia Gomes é a nova repórter do site da revista Contigo, do Grupo Perfil. Antes, trabalhou em EPTV, TV Cultura e Câmara Municipal de Santo André. n Maycon Oliveira assinou com a TV TEM, afiliada da Globo em Marília. É a segunda passagem dele pela emissora, onde trabalhou anteriormente por quase três anos. Atuou ainda em Bandeirantes e Record. n Stéfanie Rigamonti, repórter de Economia da Folha de S.Paulo desde 2023, passa a atuar de forma fixa na coluna Painel S.A. Antes da Folha, trabalhou em Band, RedeTV e TV Cultura. n Repórter da Folha de S.Paulo desde 2021, Suzana Correa Petropouleas é a nova editora adjunta interina da home do site do jornal. Antes, foi redatora do jornal O Globo. n Victoria Bechara é a nova repórter do UOL, integrando a equipe da editoria de Política. Na carreira, trabalhou ainda em Veja, Jovem Pan, Metro Jornal e portal iG. Mudou de emprego? Teve alguma movimentação ou novidade recente em sua redação? Envie a sugestão para nós pelo [email protected]. Luis Antonio Luísa Monte Maria Carolina Albuquerque Marillia Gomes Maycon Oliveira Stéfanie Rigamonti Suzana Correa Petropouleas Victoria Bechara Vaivém das redações Por Plínio Vicente (pvsilva42@ gmail.com), especial para J&Cia (*) Plínio Vicente é editor de Opinião, Economia e Mundo do diário Roraima em tempo, em Boa Vista, para onde se mudou em 1984. Foi chefe de Reportagem do Estadão e dedica-se a ensinar aos focas a arte de escrever histórias em apenas 700 caracteres, incluindo os espaços. Tuitão do Plínio A arte de escrever histórias em exatos – nenhum a mais, nenhum a menos – 700 caracteres, incluindo os espaços Jacinto era bom rapaz, peão esforçado, mas tinha um defeito: a falta de concentração. Às vezes, cometia erros por pura dispersão, e seu Eulálio não o despedira da fazenda por um só motivo: era casado com sua única filha. Um dia, quando foi atrelar a junta de bois para puxar umas toras lá do pedaço de mata que ia virar pasto, não percebeu que “Zangado”, o boi-guia, de gênio complicado, tinha sido ferroado por uma mamangava no meio do gacho. Embora o calombo fosse enorme, ele não notou a gravidade do ferimento. Quando jogou a canga e ela bateu na ferida, o bicho disparou desenfreado e foi parar lá no meio do brejo. O sogro, furioso, ameaçou, mas aí Florisbela chegou e salvou a pele do marido. Gacho − [Do esp. gacho.] − Adjetivo - 1. (...); 2. (...) Substantivo masculino: 3. Parte do cachaço do boi sobre a qual assenta a canga. (Aurélio) O cabeça-de-vento
Edição 1.494 - pág. 13 Há nove anos o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana/ MG, marcou profundamente a história ambiental e social daquela região do Brasil. O episódio trouxe não apenas desafios técnicos e jurídicos, mas a necessidade de uma comunicação clara e eficaz diante de uma das maiores tragédias ambientais da história do Brasil. Trata-se de um tema complexo e com forte apelo emocional, cujos desdobramentos seguem pautando jornalistas e influenciadores ainda hoje. Segundo Fernanda Lavarello, Diretora de Assuntos Corporativos e Comunicação da BHP Brasil, uma das acionistas da Samarco, a comunicação em situações de crise requer muito mais do que informar. “Quando lidamos com um cenário tão complexo, é fundamental transformar dados técnicos e informações jurídicas em mensagens claras, acessíveis e, acima de tudo, transparentes. É isso que fortalece o diálogo com os públicos atingidos e constrói confiança ao longo do tempo.” O cenário contemporâneo, entretanto, adiciona camadas de complexidade. Dados do Edelman Trust Barometer 2024 mostram que apenas 39% dos brasileiros confiam na imprensa, enquanto 53% das pessoas globalmente evitam notícias, segundo o Reuters Institute. “Essa desconfiança na mídia e o comportamento seletivo do público fazem com que a comunicação seja ainda mais desafiadora. Por isso, trabalhamos com uma postura proativa, focada em combater desinformações e corrigir distorções”, explica Lavarello. Especialistas destacam que, em crises prolongadas, como a enfrentada pela Samarco (joint venture entre a BHP Brasil e a Vale), é essencial aplicar princípios técnicos da ciência da A comunicação em tempos de crise prolongada: aprendizados e desafios comunicação. Modelos como a Teoria da Transparência Estratégica sugerem que, para reduzir incertezas e promover confiança, as informações precisam ser compartilhadas de forma precisa, no momento certo e adaptadas ao público. “Nosso compromisso é com a clareza e a transparência. Isso significa estar disponível para a imprensa, comunidades e stakeholders, mesmo diante de um contexto emocional e jurídico tão sensível como este”, afirma. Ao longo dos anos, no referido contexto, foram realizadas muitas ações para promover esse diálogo, incluindo entrevistas, encontros de engajamento e iniciativas para informar os públicos envolvidos sobre os avanços na reparação e trazer uma prestação de contas à sociedade. O processo, que inicialmente esteve sob a gestão da Fundação Renova passa agora a ser conduzido pela Samarco e entes públicos, após a assinatura do maior acordo de reparação da história do Brasil, o Novo Acordo da Bacia do Rio Doce. “O que é prioritário não se restringe apenas à reconstrução de distritos, o pagamento de indenizações ou a recuperação da bacia do Rio Doce. É também um compromisso ético e moral garantir que as pessoas saibam o que foi feito, como foi feito e o que ainda será realizado”, destaca Lavarello, complementando ainda que “sabemos das críticas ao processo de comunicação sobre a reparação nos últimos anos, mas podemos garantir que o aprendizado é contínuo e a busca de melhorias constante, em um cenário complexo como o que envolve a reparação do Rio Doce”, finaliza Lavarello. Ela reforça que a comunicação é parte central desse esforço, especialmente em um contexto de crise que se estende por quase uma década. “Crises longas trazem novos capítulos, novos atores e, frequentemente, narrativas distorcidas como consequências dos diferentes interesses dos envolvidos. Nosso papel é estar presente, esclarecer dúvidas e promover uma comunicação acessível e confiável. Essa postura não apenas fortalece a credibilidade da empresa, mas também estabelece padrões mais elevados para a comunicação corporativa em tempos de crise.” Enquanto o mundo segue enfrentando transformações rápidas, Lavarello acredita que a chave está em manter o foco no que realmente importa: “Fazer o que é certo – e comunicar isso de forma transparente – é o único caminho para construir um futuro mais confiável e responsável.” Branded Content Fernanda Lavarello
Edição 1.494 - pág. 14 Comunicação Corporativa n Mario Laffitte fechou seu ciclo de 11 anos à frente da Vice-Presidência Latam das áreas de Comunicação Corporativa, Relações Governamentais, Responsabilidade Social e Corporativa, Assuntos Legais, Compliance e Privacidade de Dados da Samsung. E informa em seu Linkedin que, após mais de três décadas no mundo corporativo (também esteve na Iveco e na Mercedes-Benz), atuando em áreas como comunicação, vendas, marketing, jurídica, entre outras, pretende dedicar-se com ênfase maior a si mesmo, à esposa e aos filhos. E, paralelamente, “apoiar ainda mais projetos em Educação, aprender mais sobre Comunicação, Economia e Sociedade e seguir atuando na construção de reputações sólidas e sustentáveis para empresas, marcas e corporações”. n Julio Gama anunciou em 7/1 sua despedida da Vale após sete anos entre o Brasil e o Canadá. Nos dois últimos anos, em Toronto, no Canadá, ele foi diretor global de Comunicações da Vale Base Metals, em seu processo de se tornar uma empresa autônoma. Antes, durante quase seis anos foi diretor global da Vale, sediado no Rio de Janeiro. Sua trajetória contempla ainda a liderança de comunicação da Telefônica e do HSBC Bank Brasil. u No texto de despedida, no Linkedin, ele ressalta: “Foi uma honra ter liderado a Comunicação de uma das maiores e mais importantes empresas do Brasil e do mundo da mineração no momento mais difícil e de maior transformação na sua história. Saio renovado para os próximos desafios. Com um orgulho imenso de ter sido Vale! Que venha 2025!” n Márcia Leite despediu-se em dezembro da Oficina Consultoria, após 10 anos e meio de casa, período em que atuou como gerente e diretora, inicialmente de núcleo e, depois, de Business Unit, Atendimento e Executiva de clientes. Na sua página no Linkedin, além dos agradecimentos aos colegas de agência, informa que essa “foi uma decisão pessoal e fruto de um momento de virada que escolhi experimentar, com a certeza de viver novos desafios e projetos”. E mais... n Yana Lima, que atuou como consultora autonomia por pouco mais de 5 anos, até agosto, para o Pacto Global da ONU no Brasil, na coordenação do projeto Empoderando Refugiadas, em São Paulo, está desde setembro como associada de comunicações na Acnur, a agência da ONU para refugiados, na Capital Federal. Mario Laffitte despede-se da Samsung... ... e Julio Gama, da Vale Mario Laffitte Julio Gama Brasília Márcia Leite deixa a Oficina Consultoria Márcia Leite Yana Lima I CONHECA A NOVA QUE UNE TECNOLOGIA, REDE GLOBAL DE PR I I INOVACAO E CRIATIVIDADE. IDEAL AXICOM.
Edição 1.494 - pág. 15 Comunicação Corporativa n Renata Bellozi está em nova jornada profissional. ExVale, onde trabalhou por quase 23 anos, ela assumiu em janeiro a Diretoria de Comunicação, Marketing e Eventos do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). n Flávia Ribeiro deixou a WayCarbon, onde esteve por 2 anos como head de Marketing e Comunicação Externa, liderando o rebranding e o reposicionamento da empresa. Seu cargo foi extinto, em mais uma reestruturação da coligada do Santander. Nos últimos 18 anos, ela atuou também como consultora em Sustentabilidade, ESG e agenda climática. Ex-Vale, Votorantim, InPress Porter Novelli, Edelman, está disponível para frilas. Os contatos dela são flaviaribeiro. [email protected] e 21-99114-5985. E mais... n Elaine Silva, ex-Editora Globo, Abril e Siemens, que também registrou passagens por algumas das principais agências de comunicação do País (Máquina, Textual, Weber Shandwick, InPress Porter Novelli e Danthi Comunicação em duas oportunidades), está desde outubro no time de assessores de imprensa da GBR Comunicação, no atendimento a Consulado da Noruega e MDC Energia. Rio Grande do Sul n Arthur Moraes, que foi por pouco mais de 9 anos da Delta Global, até outubro, ocupando por último a função de coordenador de marketing e comunicação, assumiu na sequência como sócio-diretor na NewSeg, veículo de notícias diárias sobre seguros, resseguros, capitalização, planos de saúde e odontológicos, economia e insurtechs. Santa Catarina n Gustavo Córdova, que estagiou por 1 ano e meio como assessor de comunicação na Prefeitura Municipal de Florianópolis, até setembro, foi contratado em outubro como assistente de comunicação pela NSC Comunicação, também na capital catarinense. Ceará n Melina Menezes assumiu novas responsabilidades na rede de farmácias Pague Menos, empresa em que está desde abril de 2023. Até então gerente de marketing de conteúdo e mídias sociais, ela assumiu em dezembro também a área de RP. Minas Gerais n Mariana Melo assumiu em novembro a Gerência de Comunicação da Brazilian Nickel, em atuação híbrida. Ali chegou após 1 ano e 2 meses como gerente de comunicação interna da EuroChem. Foi ainda gerente executiva de comunicação da Aperam por 5 meses e coordenadora de comunicação com territórios e eventos na Fundação Renova, por 2 anos e 7 meses. Paraná n Cláudia Campos, consultora pleno na LLYC, em São Paulo, deixou a agência em dezembro, após 2 anos e 4 meses de casa, transferindo-se para a Clima Comunicação, na mesma função, porém com atuação híbrida. Outra agência em que atuou anteriormente foi a Marqueterie, por 5 anos e 9 meses. Piauí n Lourrany Meneses é a nova assessora de imprensa da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, de Teresina. Antes, trabalhou no Portal Conecta Piauí e foi assessora da Prefeitura Municipal de Demerval Lobão. Melina Menezes Mariana Melo Cláudia Campos Rio de Janeiro Renata Bellozi começa no Cebri Renata Bellozi Flávia Ribeiro deixa a WayCarbon Flávia Ribeiro Elaine Silva Arthur Moraes Gustavo Córdova Lourrany Meneses
Edição 1.494 - pág. 16 Comunicação Corporativa E mais... n Alessandra Gardezani, analista, despediu-se em setembro da Textual, onde atuou por quase 5 anos, e foi contratada pelo Cubo Itaú, organização a que atendia na agência. Ali assumiu a função de líder de marketing. Antes, esteve por pouco mais de 2 anos na Loures. n André Borges despediu-se do mundo corporativo para empreender. Deixou o iFood, onde esteve por 4 anos e 7 meses, por último na função de diretor de Sustentabilidade, para abrir o Tantin Bar (um tantinho de cada lugar do Brasil), que fica na rua dos Pinheiros, 987, em São Paulo. n Bruna Sena, ex-GrandVision by Fotoptica e Me Poupe, que foi por 2 anos e 8 meses da FSB Comunicação, até dezembro, deixou a empresa para integrar o time da NR7, na função de gerente de comunicação. n Claudia Silveira Calderaro, que foi gerente de marketing e comunicação externa da Atento por cerca de 3 anos, deixou a companhia há algumas semanas. Antes, passou por Funcional Health Tech (2 anos e 4 meses) e Qualicorp (6 anos e 2 meses), em ambas na área de marketing. n Daniel de Oliveira, executivo da Imagem Corporativa, em que atuava na assessoria de imprensa e relacionamento com influenciadores dos clientes Grupo Pão de Açúcar, Veros e Kavak, deixou a agência em dezembro, após 2 anos e 9 meses de casa. Antes, esteve na Approach por 2 anos e meio. n Emilia Guimarães despediu-se em novembro, após 7 meses, da Cris Moraes Comunicação, onde atuou como relações públicas. Ela também já foi da Textos + Ideias e da bcbiz Comunicação. n Fabio Portela, ex-editor de Brasil de Veja, que foi coordenador de imprensa da campanha do ex-governador José Serra à Prefeitura de São Paulo em 2012, tendo mais recentemente atuado como superintendente de Relações Internacionais da CNN Brasil, é o novo secretário de Comunicação da Prefeitura de São Paulo. Assume o cargo no novo mandato do prefeito Ricardo Nunes, sucedendo a Marcello D’Angelo (ex-Grupo Bandeirantes), que liderou a pasta por 1 ano e 9 meses, na segunda metade do mandato encerrado. n Graziella Lee está em nova jornada profissional. Ex-head de comunicação corporativa da Mondelêz, onde esteve por 1 ano e 3 meses, e com passagens por companhias como Citi, Novartis, Algar Telecom e Ericsson, ela acaba de ser anunciada pela Dow como sua nova líder de comunicação no Brasil, passando a coordenar a equipe de comunicação e responsabilidade social e a responder pela estratégia e implementação dos planos de comunicação corporativa e public affairs. u Paralelamente, integrará o board do Brazil Leadership Team (BLT), em linha direta com Mariana Orsini, líder regional da companhia no País. Como líder de Comunicação local, Graziella integra o time de Laura Nagle Detomini, diretora de Public Affairs da Dow para a América Latina. São Paulo Fabio Portela assume a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de São Paulo... ...e Graziella Lee, a Comunicação da Dow Brasil Fabio Portela Graziella Lee Alessandra Gardezani André Borges Bruna Sena Claudia Silveira Calderaro Daniel de Oliveira Emilia Guimarães
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