Edição 1.492 - pág. 7 Pesquisa ESPM / J&Cia do conteúdo, maior eficiência nas operações e novas oportunidades para experimentação narrativa. “Temos usado muito o ChatGPT 4 e o Gemini na área de produção de conteúdo, mas como um recurso para gerar insights. Temos trabalhado muito internamente a habilidade de criar bons prompts. Entendemos que aprender a fazer prompts eficazes é uma habilidade que pode ser desenvolvida com a prática e é fundamental. Estamos também usando muito o Gamma para apresentações, o Capcut, o RunwayML e o SEO Writing na área de digital. Um dos próximos passos é fazer uma imersão nas ferramentas que fazem cruzamento de dados”, revela um diretor na área de assessoria de comunicação no Sudeste. Potencial para crescimento As respostas à pesquisa indicam ainda que, apesar de adotarem ferramentas de IA em atividades mais automatizadas, o uso ainda é pequeno em algumas áreas, indicando um potencial de crescimento. A familiariedade com as ferramentas de IA varia entre os profissionais, refletindo diferentes níveis de conhecimento e experiência. “ChatGPT para fazer resumos, ter ideias sob um novo ponto de vista, transcrição de áudio e vídeo, produção de tutoriais”, revela uma produtora de conteúdo em assessoria de comunicação na região Sudeste. “Apenas pesquisa no ChatGPT, mas tem muitos outros concorrentes, como o próprio Gemini, Apple, Microsoft, Oracle, muitas empresas têm suas próprias IAs, para se contrapor à Open AI. Ferramentas de criação de imagens e vídeos raramente são utilizadas pelos órgãos midiáticos, também por questões éticas, e mesmo gigantes das redes começam agora a rotular produções de IA em suas páginas, tudo ainda é muito experimental e incipiente. Poucas são as empresas de comunicação que utilizam esses recursos mais amplamente. Eu gosto do Stable Diffusion, Dalle-E 2 e Midjourney (ainda o melhor), mas existem dezenas, senão centenas de outras atualmente. Novas IAs de criação de vídeos começam a proliferar com o Sora e essa nova geração”, aponta um editor que atua com mídia escrita na região Sudeste, com maior familiaridade com diferentes ferramentas. Variações sociodemográficas Embora os dados da primeira fase da pesquisa indiquem que há diferenças quantitativas com relação a conhecimento, acesso a treinamento e uso da inteligência artificial de acordo com questões sociodemográficas como faixa etária, gênero e raça/etnia, a maior parte dos respondentes na segunda etapa não acredita em impacto significativo nesse aspecto. Alguns jornalistas, porém, manifestam preocupação. “Treinamentos sobre IA com profissionais renomados no mercado são caros e exigem investimento e tempo. Somente uma camada privilegiada da população, sem citar aqui raças e gêneros, possui tempo e condições para investir em treinamentos e plataformas de IA. Geralmente, empresas de tecnologia saem na frente quando o assunto é IA”, pensa uma assessora de comunicação, branca, de 24 anos, que atua na região Sudeste. Impactos sobre o jornalismo As percepções sobre o impacto da IA no jornalismo variam entre os profissionais. Alguns jornalistas veem a tecnologia como uma ferramenta para aumentar a eficiência e a produtividade, enquanto outros expressam preocupações sobre a autenticidade e a falta de humanidade do material produzido. “Os textos seguem uma lógica única, um padrão, que tira toda a humanidade do texto jornalístico”, diz uma produtora de conteúdo em assessoria de comunicação no Sudeste. “Copiar e colar emburrece. Não tem checagem”, critica uma produtora de conteúdo em assessoria de comunicação da região Sul, ao refletir sobre o que considera ser proibido em produção jornalística com uso de IA. Diretrizes e limites A importância de diretrizes éticas para o uso da IA é um tema recorrente nas respostas. Os jornalistas destacam
RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==