Jornalistas&Cia 1492

Edição 1.492 - pág. 4 Pesquisa ESPM / J&Cia vínculos empregatícios. A primeira fase mostrou que a maioria dos jornalistas participantes (56%) usa a IA no trabalho, porém sem receber treinamento (69,2%). Uma parcela significativa dos respondentes (um de cada quatro) diz não usar IA de nenhuma forma no seu trabalho. Sete em cada dez jornalistas responderam que nunca tiveram treinamento para o uso da IA no jornalismo. Os resultados gerais da primeira fase podem ser conferidos aqui. A segunda etapa da pesquisa foi feita de 19 de julho a 25 de outubro de 2024. Essa fase procurou aprofundar as respostas relativas ao uso de ferramentas de inteligência artificial no trabalho. Os jornalistas foram selecionados por representatividade de perfil na amostra inicial. Ao todo, 254 profissionais (60% do total de respondentes) manifestaram interesse em participar da segunda etapa. Foram convidados 100 jornalistas para as entrevistas da segunda fase. Cada profissional selecionado foi chamado duas vezes para responder ao questionário da segunda etapa. No final, 19 profissionais responderam às questões, em entrevistas realizadas por e-mail. A segunda fase do estudo consistiu em 13 perguntas semiestruturadas, que buscam compreender melhor como os jornalistas estão incorporando a IA em suas rotinas de trabalho, os desafios enfrentados e as percepções sobre o impacto dessa tecnologia no jornalismo. Entre os aspectos abordados estão o conhecimento dos profissionais sobre IA, o treinamento recebido para o uso dessa tecnologia, impactos de questões socioeconômicas no conhecimento e uso de IA, parâmetros éticos para utilização das ferramentas, além de regulação e supervisão em sua aplicação. A leitura e análise das respostas foi feita com a ajuda da inteligência artificial. As respostas dos 19 jornalistas às 13 questões geraram uma base de dados com 247 unidades informativas. Com a ajuda da ferramenta Copilot, da Microsoft, os pesquisadores inseriram prompts (comandos para a inteligência artificial) específicos, para identificar padrões nas respostas a cada uma das 13 perguntas e variações nas respostas de acordo com características sociodemográficas (faixa etária, gênero, raça/etnia, região de atuação, vínculo empregatício, área de atuação, função). Entre as respostas, a partir de solicitações dos pesquisadores, foram selecionadas frases mais significativas dos jornalistas participantes. Também a partir de prompts feitos pelos pesquisadores, a IA identificou emoções presentes nas respostas, bem como expectativas/pontos positivos e temores/pontos negativos nas afirmações dos jornalistas sobre suas percepções acerca do uso de IA na atividade profissional. Por fim, foram produzidas considerações gerais sobre as respostas. Em todas as etapas foram selecionadas frases representativas. O material produzido pelo Copilot sobre as respostas dos entrevistados foi analisado, revisado e complementado pelos pesquisadores até chegar ao resultado apresentado nesta segunda fase do estudo.

RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==