Jornalistas&Cia 1480

Edição 1.480 - pág. 67 “Da capital ao interior − do litoral à montanha”, sempre firmes e fortes, os repórteres da Pan não deixavam passar nada, para pleno deleite dos ouvintes durante as férias escolares nos Projetos Inverno e Verão. José Armando Vannucci coordenava com maestria aquela mágica profusão de informações e prestação de serviços. Eu chegava a escrever boletins até mesmo em guardanapos de restaurantes e, dos “orelhões” pelas ruas e alamedas das estâncias, os gravava ou os transmitia ao vivo. Delicioso era fazer jornalismo ombro a ombro. Olhávamos nos olhos dos nativos e ávidos turistas a nos contar causos, estórias e histórias. Numa manhã fui surpreendido por uma paulistana na Avenida Carlos Mauro, no centro de Águas de São Pedro. Ela me identificou pela camiseta da emissora e fez meus olhos lacrimejarem ao dizerme de sua gratidão: “Vocês informam com poesia e lirismo e isso me trouxe até aqui”. Eis, acredito, a função do rádio: aguçar o imaginário com encantamento, preservando a verdade. “Poluição zero aqui na pequenina Águas de São Pedro − rede na varanda, cadeira na calçada” foi um dos meus slogans ao longo de sete produtivos anos. A Estância Hidromineral de Águas de São Pedro é uma graciosa cidade planejada pelo saudoso empresário e aviador Octavio Moura Andrade. Não tem indústria, nem favela − é puro lazer banhado por águas medicinais. Lá funciona o Hotel-Escola Senac, autêntico exportador de talentos para a hotelaria, onde até 1946 existiu um cassino; inclusive com ponte aérea a partir da capital paulista, para transportar os grandes artistas da época. Vale dizer que Águas de São Pedro fica cravada no pé da serra da igualmente aprazível Estância Climática de São Pedro, com suas grutas e cachoeiras. No alto da Serra de São Pedro acontecem n A colaboração desta semana é novamente de Paulo de Tarso Porrelli ([email protected]), que trabalhou em São Paulo, nas tevês Globo e Band e na rádio Jovem Pan AM, além de ter atuado em comunicação corporativa. É ex-presidente da Educativa FM de Piracicaba (SP). Site: https://pessoar.com.br/. Pego literalmente de calças-curtas voos de asa delta e parapente, de onde se avistam várias cidades ao redor em dias de teto de luz. Flávio Prado disse-me que as paisagens e os ares de Águas de São Pedro e São Pedro o faziam lembrar de Andorra, principado da Península Ibérica entre a França e a Espanha. Num ao vivo durante o Show do Esporte, então ancorado na hora do almoço por Milton Neves, fui pego de calças-curtas. Ele fez comigo uma calorosa Santa Inquisição; uma radiografia de Águas de São Pedro e arredores. E que honra ser acolhido assim num programa esportivo tão disputado. Miltão quis saber de tudo: nomes de prefeitos, vices e seus partidos? quantos vereadores? longitudes e altitudes? distância de Sampa? populações fixas e flutuantes? agendas de eventos? tempo e temperatura? preços de passeios? ocupação hoteleira? Etc. e tais?! Prosa das melhores. Até que, para fechar a minha animada participação naquela janela aberta ao Projeto Verão, ele me perguntou no bom e velho tom do consagrado repita: − Paulo de Tarso, que horas são agora em Águas de São Pedro? − Milton, a tranquilidade aqui é tanta que deixei o meu relógio no hotel. Ainda bem que Milton Neves é filho da bela Muzambinho (MG) e entende perfeitamente os trejeitos dos bons caipiras. − Então repita comigo, Paulo. Em São Paulo são doze horas e quarenta minutos. − Meio-dia e quarenta aqui na pequenina Águas de São Pedro, Milton. Como canta Caetano Veloso em seu épico LP Outras Palavras, “é só um jeito de corpo, não precisa ninguém me acompanhar”. Águas de São Pedro – vista aérea

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