Jornalistas&Cia 1480

Edição 1.480 - pág. 58 Rio de Janeiro n Sebastião Nery morreu em 23/9, aos 92 anos, de causas naturais, no Rio de Janeiro. Sua saúde estava debilitada há cerca de quatro meses. A cremação ocorreu no dia seguinte (24/9), no Memorial do Carmo. Era viúvo e deixou três filhos. u Nascido no interior da Bahia, cursou o seminário local e formou-se em Filosofia. Em 60 anos de carreira, passou por veículos importantes. Nos anos 1950, esteve na Tribuna da Imprensa; no Diário Popular em São Paulo; O Diário, de Belo Horizonte; e A Tarde, de Salvador, entre outros. De 1965 a 70, foi editor político da TV Globo. Depois de passagem pelo Correio da Manhã, foi colunista da Folha de S.Paulo entre 1975 e 83. Simultaneamente, apresentou um programa diário na TV Bandeirantes. Esteve ainda no jornal Última Hora. Escreveu mais de dez livros, entre eles A nuvem, uma autobiografia em que retrata o cenário político do Brasil. u Sua carreira na política foi tão movimentada quanto no jornalismo. Viajou a Moscou em 1957 e, na volta, radicou-se em Salvador. Eleito deputado estadual, foi preso e teve os direitos políticos cassados. Foi um dos fundadores do PDT, sob a liderança de Leonel Brizola. Morou em São Paulo e transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi eleito deputado federal em 1982. Três anos depois, foi expulso do PDT sob a alegação de “assumir postura indigna à convivência partidária”. Ao final do mandato, permaneceu em Brasília, de início como assessor do governador do Distrito Federal, e depois participando da campanha de Fernando Collor à Presidência. Eleito o candidato, Nery foi adido cultural nas embaixadas do Brasil em Roma e Paris. u “Um bom jornalista é aquele que, acima de tudo, não teme desagradar”, afirmou em entrevista. A frase reflete sua visão crítica sobre os acontecimentos do País, em que relatava os fatos, acompanhados de uma análise profunda das estruturas de poder. Construiu uma reputação de integridade e coragem, e influenciou o debate público. Exerceu o jornalismo com paixão, num estilo que desafiava autoridades e não fugia aos temas polêmicos. Morre o cronista político Sebastião Nery E mais... n Alex Campos, ex-JB FM, BNDES e IBGE, realiza o workshop A nova era da comunicação. Com apoio de dezenas de vídeos curtos (Certo & Errado), ele destaca orientações e aprendizados sobre como lidar com os desafios pessoais, funcionais e operacionais para preservação de marca, de imagem e de reputação. Neste sábado (28/9), das 9h às 13h. Inscrições aqui. n Em 19/9, a ABI promoveu em sua sede um ato em defesa do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que reuniu cerca de duas mil pessoas e teve repercussão nacional. Glauber enfrenta investigação de quebra de decoro parlamentar do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que pode levar à cassação de seu mandato. O ato teve a participação de políticos de São Paulo, movimentos sindicais, artistas, e a adesão de outros estados, que convocaram atos semelhantes em suas capitais. n Ainda sobre a ABI, a entidade recebe nesta sexta-feira (27/9), das 14h às 19h, o Summit Press Officer (SPO), com uma previsão de 200 participantes. O evento é exclusivo para assessores de imprensa, profissionais das redações e produtores de jornalismo, mas estudantes de Comunicação Social também podem participar. Inscrições no Sympla a R$ 87,89. Sebastião Nery Alex Campos

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