Edição 1.480 - pág. 39 ESPECIAL jovens comunicadores sobre esse tema”, diz. Essa foi a gênese do Notícia Preta, que, segundo ela, nasceu como uma plataforma nacional de jornalismo antirracista e não sudestino. A guinada aconteceu em abril de 2022, quando o portal participou da primeira edição da Expo Favela, no World Trade Center, em São Paulo, e foi contemplado com um dos programas de aceleração de negócios periféricos, bancado pela Ambev e o Carrefour. “Foi com esse dinheiro que consegui montar a equipe”, diz. O time é composto por 23 pessoas e inclui o pessoal que dá expediente na Escola e os repórteres do portal. Todos formados e com diploma, como faz questão de frisar. Até então, segundo Thais, ela vivia numa ciranda de 20 horas de trabalho por dia, o que a afastava do convívio com a família e os amigos. Antes de participar da Expo Favela, a jornalista e empreendedora tentou financiar o projeto a partir do modelo tradicional de venda de espaço publicitário. Não funcionou. Thais diz que o fato de trabalhar com marcas, digamos, problemáticas, como o Carrefour, não interfere em nada na independência editorial do veículo. “Converso e sento para negociar com todo mundo. Mas quem dita as regras sou eu”. Apesar de ter como carro-chefe o site de notícias, boa parte dos recursos é captada a partir de treinamentos e outros projetos de educação antirracista, que somente em 2023 contou com 11 cursos gratuitos online, beneficiando cinco mil pessoas. “Nossa cobertura e nosso editorial são focados na sustentabilidade. Nunca tive vergonha de falar de dinheiro”.
RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==