Jornalistas&Cia 1480

Edição 1.480 - pág. 22 ESPECIAL pela Justiça, a empresa assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo em apoiar a causa antirracistas. “Não vejo problema em utilizar esses recursos, porque eles são parte de uma decisão legal que prevê reparação dos danos causados pela marca”, diz a jornalista Thais Bernardes, fundadora do portal Notícia Preta, do Rio de Janeiro (leia mais na página 38). Para o professor da UFC Edgard Patrício o ideal é que esse mecanismo de reparação – não apenas racial, mas como forma de equalizar a competitividade dos veículos de menor porte em relação à mídia comercial – se dê a partir da criação de um fundo público para financiar o jornalismo independente. Essa, aliás, é uma proposta que nasceu na Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e vem ganhando tração graças à atuação de outras entidades do setor, incluindo a Rede JP e a Associação de Jornalismo Digital (Ajor). Uma das fontes para constituição do fundo seria uma taxação sobre as big techs. Patrício, no entanto, faz uma ressalva: “Esses recursos deveriam ser administrados no sistema de cogestão das iniciativas de mídia e não pelo governo. O fundo precisa ser uma política pública e não apenas vinculada a um governo de plantão”. Mas enquanto esse mecanismo não se torna realidade as entidades que representam os coletivos e veículos independentes vêm intensificando a pressão sobre os governos para que haja melhor distribuição das verbas de publicidade e propaganda institucional. Trata-se de um montante bastante Thais Bernardes

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