Jornalistas&Cia 1480

Edição 1.480 - pág. 20 ESPECIAL de Jornalismo (12), posicionou a Rede JP como um interlocutor de destaque. A partir daí, a Rede não apenas ganhou musculatura, como também passou a atuar como think-tank (13), procurando incidir nas políticas públicas para o setor de comunicação. “Tudo o que fazemos é em rede e em parceria com outras entidades, como a Coalizão por Direitos, a Fenaj e a Conaq (que representa os quilombolas)”, destaca. No front internacional, a Rede JP é a representante no Brasil da Caucus of Journalism, coalizão internacional de jornalistas da diáspora africana. Atualmente, a Rede JP mantém parcerias com destacados centros de saber, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de ter ajudado na atualização da pesquisa Raça, gênero e imprensa: quem escreve nos principais jornais do Brasil?, conduzida pelo GEEMA-UERJ (14). O eterno dilema A exemplo do pioneiro Paula Brito, os jornalistas da comunidade afro-brasileira enxergam na comunicação uma ferramenta de luta por diversidade e inclusão, em um país no qual decorridos 136 anos do fim formal da escravização esse contingente ainda convive com as barreiras do racismo estrutural. Este dado da realidade é, em menor ou maior grau, apontado como uma das principais barreiras ao crescimento da mídia independente, em geral, e dos veículos comandados por jornalistas negros e negras, em especial. A começar pelo acesso a anunciantes, públicos e privados. Aqui, cabe uma ressalva em relação aos diversos modelos de negócio que regem a mídia independente. Muitos veículos e coletivos rejeitam “dinheiro privado” com o temor de perder a independência editorial. Outros tantos fazem restrições a determinados anunciantes, como é o caso da rede francesa Carrefour, cujos seguranças mataram o cliente Beto Freitas, um homem negro de 40 anos, em novembro de 2022, considerado o George Floyd brasileiro. Condenada

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