Jornalistas&Cia 1479

Edição 1.479 página 26 conitnuação - Curtas linguagem visual jovem, descomplicada e com a ideia de impactar especialmente aqueles que vão votar pela primeira vez. A campanha convida o público a “colar no g1” e foi inspirada no trabalho do artista plástico Paulo Climachauska, que utiliza equações para criar imagens. Confira! n Estão abertas as inscrições para o 1º Encontro Nacional de Mulheres Jornalistas, promovido pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) em parceria com a Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas. O encontro será em 9 de novembro, em formato híbrido, com a parte presencial no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e a parte online pela plataforma Zoom. Serão 100 vagas presenciais. As inscrições custam R$ 40 para estudantes e jornalistas sindicalizados e R$ 80,00 para jornalistas não sindicalizados e demais profissionais. Inscrições aqui. n A Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de São Paulo (Arfoc-SP) firmou parceria com o site Observatório da Imprensa para a volta da publicação do projeto Imagem do Mês, que destaca uma fotografia considerada a mais importante do mês na avaliação da entidade, pela complexidade técnica ou pela repercussão. A cada mês, o projeto entrevistará o autor da imagem escolhida para falar sobre a preparação técnica para tirar a foto, como foi escolhido o tema, dificuldades e a repercussão da fotografia. u Em agosto, a imagem escolhida foi uma foto da ginasta Rebeca Andrade, campeã olímpica nos Jogos Olímpicos de Paris. O projeto conversou com Mathilde Missioneiro, que cobriu o evento pela Folha de S.Paulo em Paris e registrou a imagem. Confira! Rebeca Andrade Mathilde Missioneiro Eu tinha 14 ou 15 anos, e meu pai, o seu Alípio, então diretor de Redação de uma revista chamada Construção Hoje, me botou para trabalhar como repórter, para que eu não ficasse muito à toa naquelas férias. Foi a primeira coisa que eu fiz a trabalho, e como jornalista, ainda sem sê-lo. Claro, me dei mal. Eu era muito novo e ainda achava que precisava empinar o peito para ser respeitado. Não sabia que é possível ter humildade e confiança ao mesmo tempo. Aliás, não sabia que essa é a melhor combinação, e não apenas na vida de um repórter. Primeiro, fui encarregado por Delmar Ferreira, chefe de Redação, um jornalista com físico delgado, mas intelectualmente um gladiador, de fazer uma entrevista sobre uma feira da construção pesada, no Pavilhão do Anhembi − hoje “Distrito Anhembi”. Me deram o telefone do organizador da feira. Liguei várias vezes, não consegui ser atendido. Fiquei frustrado por não resolver aquele problema sozinho. Delmar então me deu um dinheiro para o táxi e me mandou tentar a sorte pessoalmente, no Pavilhão, onde a feira estava sendo armada. Não passei da porta. Voltei desconsolado, mas somente então Delmar me explicou que o problema, na realidade, não era eu. A revista não tinha comprado espaço na feira, portanto seu organizador estava de má vontade e por isso não estava recebendo a reportagem. Era uma chantagem. E aquele assunto seria resolvido entre as empresas. Tempos depois, a entrevista foi marcada. Peguei o endereço e fui à sede da empresa de eventos, no Ibirapuera, perto do parque. Era um sobradinho. O dono da companhia me recebeu. Respondeu a duas ou três perguntas, que Delmar havia escrito num papel e eu apenas li, antes de ir embora. O texto, naquela situação sensível, Delmar que escreveu. Era um mau começo, mas viria coisa pior. Marcaram para mim uma entrevista com Romeu Chap Chap, dono de uma construtora com seu nome, e presidente do Secovi, o sindicato das empresas de comércio e serviços imobiliários. Queriam que eu escrevesse, a partir da entrevista, um retrato de como se encontrava aquele mercado. Fui à sede do sindicato. Chap Chap, um senhor elegante e educado, com um bigode fino de filme antigo, trabalhava em um escritório impecável, dentro de um prédio envidraçado. Era falante, solícito, bem articulado. Começou a me explicar tudo didaticamente, sem que eu precisasse perguntar nada. Aí entrou a empáfia do jovem n A história desta semana é novamente de Thales Guaracy, editor na Assírio & Alvim Brasil e colunista no Poder360. Foi, entre outros, diretor editorial da Forbes Brasil, diretor de Playboy, editor em Veja, diretor de Desenvolvimento de Conteúdo do Banco Pátria, consultor de mídia da IE Discovery e diretor editorial da Saraiva. É autor de cerca de 20 livros, como A Era da Intolerância (2021), A Criação do Brasil 1600-1700 (2019), A Conquista do Brasil 15001600 (2017), Anita (2018) e O Sonho Brasileiro (2003). Thales Guaracy Memórias de foca

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