Edição 1.473 página 28 Jornalistas&Cia é um informativo semanal produzido pela Jornalistas Editora Ltda. • Diretor: Eduardo Ribeiro ([email protected]–11-99689-2230)•Editorexecutivo: Wilson Baroncelli ([email protected] – 11-99689-2133) • Editor assistente: Fernando Soares ([email protected] – 11-97290-0777) • Repórter: Victor Felix ([email protected] – 11-99216-9827) • Estagiária: Hellen Souza ([email protected]) • Editora regional RJ: Cristina Vaz de Carvalho 21-999151295 ([email protected]) • Editora regional DF: Kátia Morais, 61-98126-5903 ([email protected]) • Diagramação e programação visual: Paulo Sant’Ana ([email protected] – 11-99183-2001) • Diretor de Novos Negócios: Vinícius Ribeiro ([email protected] – 11-99244-6655) • Departamento Comercial: Silvio Ribeiro ([email protected] – 19-97120-6693) • Assinaturas: Armando Martellotti ([email protected] – 11-95451-2539) Um dos temas recorrentes da revista Manchete naquele final dos anos 1970 era mostrar o colecionador e sua coleção. Aliás, diversos colecionadores e coleções. Matéria do tipo fotos grandes e textos-legenda. Claro que o bibliófilo José Mindlin costumava aparecer, com seus livros raros, em reportagens do gênero. O milionário Roberto Lee também, com sua coleção de carros. Idem para Jorginho Guinle e seu riquíssimo acervo de discos de jazz. Incumbido de colaborar com uma dessas reportagens, produzidas com a ajuda de várias sucursais do País, saí à cata de personagens novos. Alguém me sugeriu o massagista Mário Américo (1912-1990). Ele vinha havia décadas colecionando xícaras de café, com o devido pires de acompanhamento. Mário fora o massagista da seleção brasileira nas Copas do Mundo de 1950, 54, 58, 62, 70 e 74. Só por essas andanças, imaginei, ampliou a coleção com exemplares raros e cobiçados. Consegui o número dele e telefonei. De início desconfiado, Mário admitiu a mania de guardar xícaras de café e, enfim, topou exibir o acervo. Fui com o fotógrafo à espaçosa porém modesta casa do massagista no bairro paulistano, também modesto, do Imirim. Orgulhoso, Mário nos mostrou a coleção, disposta em prateleiras de vidro simetricamente acomodadas, uma acima da outra, em um único cômodo da residência. O acervo era grande. Mário chegou a juntar mais de 3 mil xícaras, de 77 países. Bisbilhotei mais de perto e notei que a maioria das xícaras trazia o nome n A história desta semana é novamente uma colaboração de Walterson Sardenberg Sobrinho (bergtexto@gmail. com), o Berg, que foi repórter de Manchete e Fatos & Fotos; editor de Placar, Brasileiros e Viagem & Turismo; editor-chefe das revistas Gosto, Próxima Viagem e The President, além de diretor de redação de Náutica, Contigo e Mergulho. Marcelo Spatafora Um cafezinho com Mário Américo Walterson Sardenberg Sobrinho ou o logotipo de hotéis e restaurantes. Com o máximo de cuidado, perguntei se Mário as havia, digamos, surrupiado, em seus périplos internacionais − como, por sinal, fizera, a pedido do dirigente Paulo Machado de Carvalho, com a bola da partida final entre Brasil e Tchecoslováquia, na Copa do Mundo de 1962, no Chile. Ele confidenciou que, de fato, a coleção começara assim, de maneira despretensiosa. Alertado pelos dirigentes, no entanto, preferiu, mais tarde, polido, pedir as xícaras de presente, como singela recordação. Poucos negavam. A seleção brasileira, a partir da Copa de 58, era recebida com salamaleques. Perguntei também qual era o café preferido de Mário Américo. Onde bebericara o melhor? No Brasil? Na Colômbia? Na Turquia? Em algum país africano? A julgar pela coleção, o massagista deveria ser um connaisseur. Sua resposta, quase um muxoxo: — Quer saber? Não sou grande fã de café. Mário Américo e sua coleção de xícaras
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