Jornalistas&Cia 1472

Edição 1.472 página 4 conitnuação - Nacionais brasileira, nos moldes existentes na Europa, para coibir o assédio judicial contra jornalistas. u Cerca de 10% da programação oferecida no Congresso teve patrocínio de empresas, o que marca uma nova estratégia da Abraji. Além disso, as parcerias permitiram ampliar a diversidade regional, com 243 organizações presentes, ou 25% a mais que na edição anterior. Garantiram ainda 87 bolsas para jornalistas e comunicadores, como a Jornada Galápagos, o programa Defensores Ambientais, o projeto Caravana da Abraji, pesquisadores do Seminário de Pesquisa em Jornalismo Investigativo, além de jornalistas negras selecionadas pela diretora da Abraji Basília Rodrigues, em parceria com YouTube, Fundação Lemann e Natura. Katia Brembatti comenta n Katia Brembatti, presidente da Abraji, conversou com J&Cia sobre esta edição do Congresso. Jornalistas&Cia − Como avalia este Congresso, que tem números tão significativos? Katia Brembatti − Foi mesmo fora da curva. Embora procuremos sempre aumentar essa curva, os números bateram até as nossas expectativas. A cada ano, nosso objetivo é que o Congresso seja maior e melhor. Acho que conseguimos alcançar esse objetivo. J&Cia − Na sua opinião, entre os temas tratados, qual ou quais foram os mais importantes, e por quê? Katia − É difícil escolher um só, porque a Abraji tem como premissa a diversidade nos temas. Se formos escolher os principais, temos Amazônia e os indígenas, tentando antecipar as demandas da COP de Belém, no ano que vem. Temos que falar nas eleições municipais, uma cobertura com foco local. E também essa questão da Inteligência Artificial. Já foi abordada em nosso último Congresso, mas viemos com novidades. Lidamos agora tanto com as ferramentas para ajudar em processos de apuração, quantos as questões éticas e o impacto no setor. Quisemos abordar o que o público queria, sem sermos repetitivos. J&Cia − Conforme o balanço do Congresso, houve 250 sugestões enviadas pelo público. O que a Abraji faz com essas sugestões? Katia − As sugestões passam por um processo de curadoria. De uns três ou quatro anos para cá, temos pedido ao público sugestões. Se não, o conteúdo fica muito centrado nas nossas ideias. Algumas sugestões vêm repetidas, outras muito específicas, como “a minha reportagem”. Peneiramos tanto o que vem do público quanto o que consideramos importante para ser tratado, como o caso Dom e Bruno, a Guerra de Gaza. Não é só o que o público quer. Cabe a nós apontar as tendências para o público. Katia Brembatti J&Cia − Parece que houve uma nova estratégia nos patrocínios. Qual a diferença entre o antes e o depois? Katia − O Congresso da Abraji sempre aceitou patrocínios. O que fez foi diversificar e aumentá-los, para ter menos dependência de um ou outro patrocinador. Fizemos isso criando cotas específicas para os veículos. As bolsas tiveram patrocínios específicos: da Amazônia, por trabalho de pesquisa... Tivemos como parceiros Aberje e Abracom, que vieram somar, por serem do setor. A novidade deste ano foram as mesas patrocinadas, de branded content. Além do patrocínio com marcas, oferecemos conteúdo patrocinado. Tivemos desde o patrocínio clássico, até um leque de diversos tipos de patrocínio. J&Cia − Pode falar mais sobre as oficinas em formato de masterclass, produzidas para o ambiente digital? Katia − Durante a pandemia, o Congresso passou a ser obrigatoriamente online, e precisamos chamar a atenção do público. Com isso, percebemos uma demanda reprimida de pessoas que queriam ter acesso ao conteúdo, mas estavam em lugares de difícil acesso a São Paulo. Quando voltamos a ser presenciais, não achamos justo manter essa distância. No online, procuramos ter conteúdos muito, muito interessantes, que pudessem contribuir para a formação do jornalista. J&Cia − A Abraji já tem planos para o 20º Congresso, no ano que vem? Katia − Até pela data redonda, temos a expectativa de que seja maior e ainda mais significativo e representativo. Já começamos a selecionar os temas, para fazer os convites aos palestrantes internacionais até o final do ano. Falamos com patrocinadores também. J&Cia − O que gostaria de acrescentar? Katia − A cada ano, o Congresso é a celebração da nossa profissão. Um momento de encontro, para refletir o que a gente faz e como a gente faz. No dia a dia, temos dificuldade de fazer essa reflexão. Muitos jornalistas me falam que o Congresso é um momento de recarregar as baterias. Um momento de pensar por que a gente faz o que faz. Katia Brembatti no Congresso

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