Edição 1.471 página 8 No século 19 eram poucas as mulheres que atuavam em jornais e revistas. No século 20, o número de mulheres trabalhando em jornais e revistas já era muito expressivo. No século atual, 21, o número de mulheres trabalhando em jornais e revistas já é bem maior do que o de homens. Algo em torno de 60%. Grandes nomes do cotidiano brasileiro saíram das páginas de jornais e revistas, entre esses, além dos já citados, Rui Barbosa (1849-1923). Rui destacou-se na política e no jornalismo. Chegou a ocupar o cargo de ministro da Fazenda e da Justiça no início do Brasil República. Além de livros publicados, como Oração aos Moços (1921), Rui foi redator-chefe do Jornal do Brasil e correspondente do Jornal do Comércio na Inglaterra, onde se achava exilado. O século 20 começou com jornais e revistas se multiplicando Brasil afora. Já no final dos anos 20, mais precisamente em novembro de 1928, o paraibano Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello (1892-1968) comprou o título da revista O Cruzeiro. Essa revista, a primeira de circulação nacional, foi originalmente fundada pelo português Carlos Malheiro Dias (1875-1941). A princípio, era impressa na Argentina. Chatô, como Chateaubriand era conhecido, deixou vários livros, reunindo artigos que publicava na sua rede de jornais. Entre esses livros Alemanha, Impressões de Viagem, Terra Desumana, A Vocação Revolucionária do Presidente Artur Bernardes e Aquarela do Brasil. Outra figura de destaque nacional foi o poeta de Campinas Menotti Del Picchia (1892-1988). Estudou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e no jornalismo começou fundando e editando os jornais Cidade de Itapira e O Grito. Na capital paulista foi redator de vários jornais, entre os quais A Gazeta e o Correio Paulistano. Trabalhou também nos jornais A Noite, São Paulo e Brasil Novo. São de Menotti os livros Poemas do Vício e da Virtude (1913), A Mulher Que Pecou (1922) e O Deus Sem Rosto (1968). O livro clássico de Menotti é Juca Mulato (1917). Conta a história de um cidadão preto que se apaixona perdidamente por uma mulher branca. Amor impossível. Curiosidade: Menotti transformou-se em soldado Nada nada nada Nada mais do que nada Porque vocês querem que exista apenas o nada Pois existe o só nada Um pára-brisa partido uma perna quebrada O nada Fisionomias massacradas Tipoias em meus amigos Portas arrombadas Abertas para o nada Um choro de criança Uma lágrima de mulher à-toa Que quer dizer nada Um quarto meio escuro Com um abajur quebrado Meninas que dançavam Que conversavam Nada Um copo de conhaque Um teatro Um precipício Talvez o precipício queira dizer nada Uma carteirinha de travel’s check Uma partida for two nada Trouxeram-me camélias brancas e vermelhas Uma linda criança sorriu-me quando eu a abraçava Um cão rosnava na minha estrada Um papagaio falava coisas tão engraçadas Pastorinhas entraram em meu caminho Num samba morenamente cadenciado Abri o meu abraço aos amigos de sempre Poetas compareceram Alguns escritores Gente de teatro Birutas no aeroporto E nada. (Nothing) Assis Chateaubriand
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