Edição 1.471 página 4 Escreveu em jornais e revistas, como Leitura, A Imprensa e A República. Era dinâmica, atualizada, inteligentíssima e radicalmente contra o sistema escravocrata. Em 1884, Narciza fundou e dirigiu o jornal quinzenal Gazetinha, que tinha como subtítulo “folha dedicada ao belo sexo” (1880-1883). No rastro dessa jornalista surgiram outras mulheres de fibra, como Maria Clara da Cunha Santos (18661911). Era natural de Pelotas (RS) e também abolicionista de primeiríssima hora, como seu marido, engenheiro José Américo dos Santos. Publicou livros de contos e poesia. Escrevia em vários jornais e revistas, como A Mensageira, Gazeta de Notícias, O Paiz, A Semana, Tribuna Liberal, Correio da Tarde e Jornal do Brasil. Mais: dedicava-se também à música e às artes plásticas. Como Maria Clara, fizeram história Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) e Presciliana Duarte de Almeida (1867-1944). Essa Presciliana era prima de Júlia Lopes e fundadora da revista A Mensageira. Essa publicação foi inaugurada em outubro de 1897 e durou até janeiro de 1900. No total foram impressos 36 números. Nasceu e findou-se circulando na capital paulista. A prima de Presciliana publicou quase 60 livros. Entre eles A Falência, A Viúva de Simões e A Intrusa. Morreu vítima de malária, adquirida na África em 1934. Houve um cara chamado Humberto de Campos (1886-1934) que andou dizendo e escrevendo que o poeta Mário de Alencar (1872-1925) era fruto de uma pulada de cerca de Machado de Assis. Detalhe nessa história é que Mário nunca desmentiu Humberto. A mulher de Machado, Carolina, era estéril. Minha amiga, meu amigo, você sabe quem foi José Martiniano de Alencar? Antes de mais nada, digo: esse Martiniano foi abolido do nome completo de José de Alencar. Meu amigo, minha amiga, você sabe quantos livros o cearense José de Alencar publicou? Minha amiga, meu amigo, você sabe que José de Alencar formouse pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo? Mais: você sabia que o escritor José de Alencar foi deputado mais de uma vez pelo Ceará? E que só não foi senador porque Pedro II impediu? E, diga-se de passagem, que o escritor e político José de Alencar foi também ministro da Justiça, independentemente do gosto do Imperador? Por fim, pergunto: você sabia que José de Alencar era filho de um padre? E que o seu segundo livro, O Guarani, ganhou versão operística pelas mãos e sensibilidade do maestro paulista Antonio Carlos Gomes (1836-1896)? José de Alencar nasceu em 1829. Machado de Assis nasceu em 1839. José e Machado eram amigos e respeitavam-se mutuamente. Em 1855, o jornal Gazeta Mercantil censurou um texto de José de Alencar. Completamente puto, Alencar chutou o pau da barraca e partiu para comprar o jornal Diário do Rio de Janeiro. Comprou. Agora como dono de jornal, José de Alencar começou a publicar uma série de textos intitulada Cinco Minutos. Em 1856, Alencar juntou os textos publicados na forma de folhetim e, assim, lançou o seu primeiro livro: A Viuvinha. Presciliana Duarte Ópera O Guarani
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