Jornalistas&Cia 1471

Edição 1.471 página 11 Nacionais n A Record TV demitiu a repórter Renata Varandas, responsável pela cobertura política em Brasília, após ela vazar para o mercado financeiro partes de uma entrevista que fez com o presidente Lula antes de ir ao ar, em 16/7, no Jornal da Record. As informações são de Gabriel Vaquer, do F5 (Folha de S.Paulo). u Varandas entrevistou Lula em 16/7, por volta das 9h30, no Palácio do Planalto. A entrevista foi exibida na íntegra no Jornal da Record, por volta das 20h, e trechos da conversa foram publicados pelo portal R7 ao longo do dia. Porém, antes da entrevista ir ao ar no Jornal da Record, a BGC Liquidez DTVM Ltda publicou um comunicado com informações ditas por Lula na entrevista com Varandas. O texto foi atribuído à Capital Advice, agência de análise política para investidores e gestores financeiros, da qual Varandas é sócia. u Ela foi afastada no dia seguinte do ocorrido e a demissão ocorreu em 18 de julho. Procurada pela reportagem do F5, a emissora confirmou a saída de Varandas: “A Record informa o desligamento da repórter Renata Varandas, que, a partir desta quinta-feira (18/7/2024), não faz mais parte da equipe de jornalismo da emissora”. u O F5 também procurou a jornalista, mas não obteve retorno. Na Record, além de repórter de Política, Varandas apresentava o Jornal da Record quando a titular Christina Lemos não estava. n A Procuradoria Geral da República (PGR) enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a abertura de uma investigação e o bloqueio das contas do blogueiro Allan dos Santos por disseminação de informações falsas. u O caso envolve uma publicação do blogueiro nas redes sociais, em que ele teria compartilhado uma captura de tela falsa com mensagens manipuladas atribuídas a Juliana Dal Piva, diretora da Abraji e colunista do ICL Notícias. A divulgação desses prints gerou diversos ataques de seus seguidores contra a jornalista. O pedido foi feito pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, atendendo a solicitação de investigação dos advogados de Dal Piva. u Considerado foragido pela Justiça brasileira e refugiado nos EUA, Allan já teve suas contas bloqueadas nas plataformas digitais em 2021, por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, sob a acusação de usá-las para promover atos antidemocráticos. u O coletivo Mulheres Jornalistas pela Democracia publicou um manifesto em solidariedade a Juliana. No texto, afirma que o ato de assédio contra a profissional não ataca apenas a comunicadora, mas também “o trabalho da imprensa brasileira comprometida com a democracia e com o jornalismo de qualidade”. n O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, comprometeu-se a priorizar a criação de uma lei para combater o assédio judicial a jornalistas e ativistas. A decisão foi anunciada durante o 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). u No evento, Pacheco participou de uma mesa de entrevista com jornalistas brasileiros e estrangeiros. Na conversa, Katia Brembatti, presidente da Abraji, apresentou o Monitor de Assédio Judicial Contra Jornalistas, desenvolvido pela entidade, que identificou 654 ações judiciais movidas contra jornalistas no Brasil de 2008 a 2024. Também estiveram presentes no evento Bruno Brandão (Transparência Internacional − Brasil), João Paulo Batalha (Associação Portuguesa Frente Cívica), Matthew Caruana (Fundação Daphne Caruana Galizia), Sedrick de Carvalho (jornalista e ativista angolano) e Mery Rodrigues (Transparência Internacional − Moçambique). Após ataques a Juliana Dal Piva, PGR defende nova investigação contra Allan dos Santos Allan dos Santos Reprodução/TV Senado Record demite repórter por vazar entrevista com Lula antes de ir ao ar Lula e Renata Varandas durante entrevista Jornal da Record/YouTube Rodrigo Pacheco se compromete a priorizar lei contra assédio judicial a jornalistas Rodrigo Pacheco Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos.

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