Edição 1.469A página 6 ESPECIAL Landell de Moura J&Cia Cacalo Kfouri (Jornalista de texto e foto, analista de conteúdo e colaborador do site Chumbo Gordo) “O Brasil não dá importância ao Brasil. Quem inventou a fotografia foi um francês radicado em Campinas, Hercule Florence. Mas todos consideram ter sido Louis Daguerre, apesar de Florence ter criado e dado o nome de Photography três anos antes. É sabido que Santos-Dumont é o pioneiro da aviação, mas em quase todos os outros países acham que são os irmãos Wright. De fato, fizeram um voíco antes de Dumont, mas foram lançados por uma catapulta. SantosDumont decolou e pousou usando o motor do 14-Bis. Agora, a prefeitura paulistana inaugura um local na Avenida Paulista − Boulevard do Rádio − e ignorou que o inventor do rádio foi Landell, não há nenhuma menção a ele. É o complexo de vira-lata a que se referiu Nelson Rodrigues?” Aydano Roriz (Jornalista, escritor e sócio-fundador da Editora Europa) “Em plena revolução da inteligência artificial, pode parecer anacrônico tentar resgatar a memória de um inventor gaúcho morto há quase 100 anos − e, ainda por cima, padre. Mas não é. Só os ingênuos acreditam que o mundo, tal como o vemos hoje, foi inventado na véspera. A ciência não dá saltos. É um processo cumulativo. E o Padre Landell de Moura, com os seus inventos, nem sempre reconhecidos como sendo dele, erigiu um ou mais degraus nos quais se apoiaram outros tantos inventores que nos legaram, por exemplo, a televisão e até mesmo a fibra ótica. Isto posto, parabéns a Edu Ribeiro, Hamilton de Almeida e cia na luta pelo reconhecimento da obra científica do Padre Landell.” Armando Medeiros (Coordenador técnico do Projeto Legado de Brumadinho e vice-presidente da ABCPública) “Roberto Landell de Moura nasceu e morreu em Porto Alegre. Inevitável associar seu pioneirismo nas telecomunicações com uma manchete que esteve presente no início da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. Com mais de 250 mil pontos sem energia elétrica, os rádios de pilha foram a única forma de comunicação nas comunidades atingidas. A Universidade Federal de Santa Maria foi uma das instituições que arrecadou radinhos em bom estado e pacotes de pilha. A informação pública que salva e une pessoas e coletividade certamente foi inspiração para Landell Moura, cientista e homem de fé, que marcou para sempre a história do rádio.” 2011 21 de janeiro – Os Correios lançam em Porto Alegre, Brasília e Campinas, simultaneamente, um selo comemorativo ao sesquicentenário do nascimento do padre-cientista. − O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul promove, em Porto Alegre, o painel Roberto Landell de Moura: 150 anos. − Radioamadores de todo o País realizam “passeata virtual” em homenagem ao seu patrono. − A Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através do Gabinete de Inovação e Tecnologia (Inovapoa), promove o Ano da Inovação padre-cientista Roberto Landell de Moura, com a realização de uma série de eventos, como seminários, exposições, inauguração de rua e lançamento de e-book. − Outras entidades, como a PUC-RS, a Universidade Federal do RS, o Museu do Rádio, a Agert – Associação Gaúcha das Emissoras de Rádio e Televisão, a ARI – Associação Riograndense de Imprensa, o Sindicato dos Jornalistas do RS, a Biblioteca Pública do Estado e o Colégio Militar de Porto Alegre também se uniram à iniciativa, realizando eventos em homenagem ao cientista. − Em São Paulo, capital, J&Cia organiza debates e palestras. 26 de abril − Abertura da exposição Landell de Moura: um gênio brasileiro, na Biblioteca Pública Mário Schenberg, promovida por J&Cia. 17 de maio − A Câmara Municipal de São Paulo entrega o título de Cidadão Paulistano in memoriam para o familiar mais idoso da família Landell, numa iniciativa proposta pelo vereador Eliseu Gabriel. 20 de setembro − O mesmo vereador Eliseu Gabriel inaugura placa em homenagem ao Padre Landell no Colégio Santana, local das mais antigas transmissões de rádio da história. no
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