Edição 1.469A página 19 ESPECIAL Landell de Moura J&Cia Sinval Medina (Jornalista e escritor) “Nasci num momento em que o mundo vivia os horrores da Segunda Guerra Mundial. Em fevereiro de 1943, a notícia da derrota das tropas de Hitler em Stalingrado chegou a Porto Alegre pelas ondas do rádio. O triunfo do exército soviético foi saudado com euforia nas ruas. Era o início do fim para os nazistas. A essa altura, a radiofonia já se tornara o primeiro (e por muito tempo o único) meio de comunicação de massas a reverberar em todo o Planeta. Cresci em plena Era do Rádio. Minha infância foi povoada pelos sons da Gaúcha e da Farroupilha, emissoras dos Pampas, mas também pela Nacional do Rio de Janeiro e Belgrano de Buenos Aires. A música e as vozes emanadas daquela caixa (de madeira ou baquelite) soavam como mágica aos meus ouvidos. No painel, o ponteiro, movido por um botão, selecionava as estações; no interior, as válvulas falavam como pequenos seres vivos. O tempo passou, a TV chegou, o rádio foi dado como morto, mas jamais baixou à sepultura. Na verdade, se manteve mais vivo do que nunca e assim permanece até hoje. Na minha trajetória profissional tive uma rápida experiência no rádio. Em 1975 fui contratado como noticiarista na Rádio Difusora de São Paulo e lá permaneci por alguns meses. Todas as manhãs, de hora em hora, eu redigia um boletim com dois minutos de duração que se encerrava sem terminar. Eu escrevia: no alto do Sumaré (...) Da cabine envidraçada, no topo do prédio, o locutor olhava pela janela e concluía: TEMPO BOM (ou NUBLADO, ou CHUVOSO, o que o céu lhe sugerisse). Apesar de ligado ao rádio desde criança, só há pouco tempo conheci a história do meu conterrâneo Roberto Landell de Moura e de sua contribuição para o desenvolvimento da radiofonia. Para mim, Padre Landell de Moura era uma rua na Zona Sul de Porto Alegre. Fiquei sabendo que ele foi tão (ou mais) importante do que Hertz, Tesla e Marconi na criação do mais popular veículo de comunicação de massas da História pelos jornalistas Hamilton Almeida e Eduardo Ribeiro, que há anos batalham pelo reconhecimento nacional e internacional do grande cientista brasileiro. A luta continua, mas os resultados são animadores. Hoje, graças a Hamilton e Eduardo, Landell de Moura já não é apenas um nome de rua em sua cidade natal. Rogerio Garcia (Produtor de Cinema e Televisão) “Desde 2009, tenho tentado convencer empresários do setor de tecnologia a patrocinarem, através de renúncia fiscal (ou seja, sem gastarem absolutamente nada!!!), o filme documentário sobre a vida, a obra e a genialidade de Landell de Moura, adaptado da obra de Hamilton Almeida, biógrafo e profundo conhecedor das geniais realizações de Landell. O projeto foi inscrito em vários editais, ProAC, ICMS, Lei do Audiovisual, Lei Paulo Gustavo, mas nada desse filme sair do papel. Mais um triste capítulo da ciência brasileira.” Roseli Tardelli (Jornalista, apresentadora, palestrante e presidente da Agência de Notícias da Aids) “Ainda bem que pessoas como o Landell ousaram, acreditaram, sonharam e realizaram seu sonho. 125 anos da primeira transmissão de voz e música pelas ondas do rádio na história da humanidade, obra do padre brasileiro Roberto Landell de Moura. Gaúcho, se estivesse entre nós, provavelmente se uniria às muitas vozes solidárias para ampliar a campanha de solidariedade e apoio a seu, nosso estado, Rio Grande do Sul. Assim, a mágica da transmissão do rádio se fez e cresceu fazendo diferença na história da comunicação no Brasil e no mundo. Um brinde e nossa gratidão ao Padre Landell de Moura!” Vania Maria Abatte (Pesquisadora psicobiofísica e autora do livro Bioeletrografia: o efeito Landell-Kirlian) “São pobres as palavras para descrever o trabalho do Padre Landell de Moura e o significado do rádio, cuja invenção ele é o pai. O rádio é a alma e a espinha dorsal da comunicação. Em 1908, Padre Landell, antes do casal Kirlian, fotografou a imagem do ´Perianto`, tecido vivo do corpo humano, ratificando no campo da biologia humana as propostas de Felix Émile Borel, Niels Bohr, Arnold Sommerfeld, Carl David Anderson e tantos outros já esquecidos por nós. No ano 2000, os russos reconheceram que o Perianto é o mesmo que a fotografia Kirlian, e o renomearam, chamando-o de Bioeletrografia.”
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