Jornalistas&Cia 1469A

Edição 1.469A página 18 ESPECIAL Landell de Moura J&Cia Miguel Frederico do Espírito Santo (Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul – IHGRS) “Embora a Fundação Educacional Padre Landell de Moura tivesse sido fundada em 1967, somente a divulgação das pesquisas de Hamilton Almeida sobre o Padre Landell de Moura, no início da década de 1980, reavivaram o interesse pelo padre cientista. Data dessa época o incremento de visitas e consultas ao seu acervo, custodiado pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul. Entre os novos investigadores da vida e obra de Landell, estimulados por Hamilton Almeida, destacou-se Ivan Dorneles Rodrigues. O alegretense Ivan Dornelles, estudioso da radiofonia, radioamador de larga e sistemática atuação, não foi apenas um constante frequentador e colaborador do IHGRGS; interessado em ler, anotar, refletir e suscitar discussões sobre os documentos de Landell de Moura, foi além. Seguiu o exemplo de Hamilton Almeida e somou-se aos divulgadores da obra do cientista porto-alegrense. Fundou e manteve, enquanto viveu, o Memorial Landell de Moura, destinado a apoiar as pesquisas sobre Landell e sobre a história do Rádio. Sobre Landell nada lhe passava despercebido e festejava e compartilhava cada nova descoberta que fazia. Assim foi quando lhe caiu nas mãos o livro Feitiços e Crendices, do médico e escritor Hernani de Irajá, edição de 1932, quatro anos depois da morte do Padre. Hernani de Irajá conviveu assiduamente com Landell em Porto Alegre e testemunha, no livro, episódios particulares de sua vida, com a importância de resgate de memórias. Quando se comemora o Padre Cientista Roberto Landell de Moura, que foi membro fundador do IHG do Rio Grande do Sul, em 1920, como seu avô, o dr. Robert Landell, que fundou o IHG da Província de São Pedro, em 1860, deve-se homenagear aqueles que mantiveram e mantém viva sua memória, e Ivan Dorneles Rodrigues merece essa homenagem.” Maurício Benassatto (Editor do DiárioZonaNorte) “De tantas marcas históricas que a cidade de São Paulo possui, uma das maiores e de nível mundial é a do Padre Roberto Landell de Moura. Um feito muito significativo que o brasileiro precisa gritar muito alto, com todos os pulmões, e deixar de lado a síndrome de cachorro vira-lata. Nada mais do que valorizar o que é nosso! Landell é o verdadeiro inventor do rádio, entre outros. Isso aconteceu há 125 anos, no dia 16 de julho de 1899, quando Landell realizou a primeira transmissão de voz e música por ondas de rádio da história da humanidade, ligando o Colégio Santana, na zona norte de São Paulo, à Ponte das Bandeiras – porta de entrada do bairro de Santana. Landell merece muitas homenagens das autoridades na cidade que o acolheu – inclusive no Bulevar do Rádio, junto à Avenida Paulista, onde aconteceu outro grande feito radiofônico deste grande brasileiro.” Octavio Costa (Jornalista, presidente da Associação Brasileira de Imprensa – ABI) “O Jornalismo deve muito do seu desenvolvimento ao rádio. E o rádio tem uma eterna dívida de gratidão com aquele que o inventou e que para nosso orgulho foi Landell de Moura ou simplesmente Padre Landell, em terras brasileiras. Recordar e reverenciar os 125 anos da primeira transmissão de voz e música por ondas de rádio da história da humanidade é fazer justiça a esse cientista, que infelizmente morreu no ostracismo e que, mesmo hoje, ainda é pouco reconhecido pelo povo brasileiro. Lutar por seu reconhecimento é lutar pela ciência e pelos cientistas brasileiros. Viva Landell de Moura!” Maria Mazzei (Gerente de Comunicação e Imprensa da Norte Energia) “Ao conhecer os feitos de figuras tão relevantes quanto a de Padre Landell encontramos inspiração para questões do nosso tempo. Padre Landell gravou sua marca na história ao contribuir para o surgimento do rádio, transformando a comunicação. Enquanto a tecnologia aliada ao jornalismo acrescentou a agilidade que marca esse veículo, o companheirismo e o imediatismo que ele proporciona seguem intactos ao longo dos anos, seja pelas ondas AM/FM ou através de novas apresentações, como o podcast. Hoje, décadas depois de Landell, continuamos colhendo frutos de seu pioneirismo. Para todas as vezes que ouvimos que o rádio estava para morrer vimos surgir uma voz como expoente para falar em nome dos que não são ouvidos ou dos que não têm voz fora dessa caixa mágica. Isso sem falar do entretenimento, das músicas e da fundamental prestação de serviço que as novíssimas formas de comunicação pela internet ainda não alcançam. Mesmo hoje, quando tudo circula via bites, nas regiões mais remotas onde isso ainda não é possível, é o rádio que une o nosso país de proporções continentais e continua a informar e ajudar a escrever a nossa história.”

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