Jornalistas&Cia 1469A

Edição 1.469A página 15 ESPECIAL Landell de Moura J&Cia Lúcia Landell de Moura (Professora de biologia aposentada e sobrinha-neta do Padre Landell) “Meu tio-avô, Padre Landell, além de ser um genial cientista, era também um sacerdote muito piedoso e muito sensível aos mais carentes, como os pobres, os idosos e os ex-escravizados. Em especial, ele exaltava o valor das mulheres como mães, esposas e filhas e comparava as suas virtudes com as da Mãe de Jesus. Sempre muito devoto de Nossa Senhora Aparecida, ele dedicava, com sua bela oratória, as homilias das missas nos meses de maio para suplicar, em emocionados e veementes sermões, que o Papa aceitasse a pequena imagem da Mãe morena Aparecida, encontrada nas águas do rio Paraíba do Sul (SP), em 1717, como a única e verdadeira Padroeira do Brasil, o que só ocorreu dois anos após a sua morte.” Luciano Klöckner (Jornalista, pesquisador e PhD em Comunicação) “Os estudos realizados pelo jornalista Hamilton Almeida recolocaram o Padre Landell de Moura e o seu pioneirismo em evidência. Destacamse a primeira transmissão radiofônica sem fio há 125 anos (1899-2024) e outros inventos presentes no século XXI, como a foto da aura humana, a televisão e o wi-fi. Graças à pesquisa e ao empenho do pesquisador, o portoalegrense, o gaúcho, o brasileiro Padre Landell pode ter o trabalho dele reconhecido, agora e para sempre.” Luiz Artur Ferraretto (Professor responsável pelo Núcleo de Estudos de Rádio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS) “O maior mérito de Roberto Landell de Moura é, sem dúvida, o de ter feito ciência de ponta em um país atrasado e pobre, única monarquia da América do Sul que seria convertida em República por força de um golpe militar. Na prática, o campo da engenharia reduzia-se, então, ao seu emprego pelas Forças Armadas. Homem de conhecimento e de fé, o cientista e religioso teve de enfrentar a ignorância crédula de seus paroquianos, chegando a ter um de seus laboratórios depredado pela fúria insana de um grupo de fanáticos. Afinal, ousara acreditar na possibilidade de transmitir a voz humana, sem fios, a distâncias que soavam inatingíveis para quem nada sabia de eletromagnetismo. Parecia coisa de espíritos malignos, ainda mais que eram tempos de mesas kardecistas e terreiros de cultos afro, uns, novidade, outros, vítimas de preconceito racial. A ousadia de Landell precisou, assim, buscar espaço no exterior. Da Europa, trouxe a formação para embasar suas pesquisas. Dos Estados Unidos, cartas-patentes para seus inventos. E precisou esperar décadas para que o seu pioneirismo como o grande precursor brasileiro do sem fio fosse reconhecido.” Luiza Helena Trajano (Empresária, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza) “Hoje celebramos o grande feito dos 125 anos da pioneira transmissão de voz e música por ondas de rádio, realizada pelo visionário padre brasileiro Roberto Landell de Moura. Em 16 de julho de 1899, esse notável gaúcho concretizou uma façanha inédita ao conectar o Colégio Santana, na zona norte de São Paulo, à Ponte das Bandeiras, marcando o início de uma nova era na comunicação humana. Sua inovação não apenas colocou o Brasil no mapa das grandes invenções, mas também abriu caminhos para o desenvolvimento das telecomunicações modernas. Honramos o legado de Landell de Moura, cujo espírito inovador e dedicação à ciência continuam a inspirar gerações. Seu feito histórico é um testemunho da engenhosidade e perseverança que moldam nosso futuro. Viva a genialidade de Roberto Landell de Moura!” Manolo Silveiro Cachafeiro (Historiador. Prefeitura Municipal de Porto Alegre) “Padre Roberto Landell de Moura, nascido em Porto Alegre, é uma figura notável no campo das ciências da comunicação, sendo pioneiro em diversos inventos que transformaram a maneira como nos conectamos. Em 1899, há exatamente 125 anos, ele realizou a experiência pública de seu primeiro invento de comunicação, um feito extraordinário que marcou o início de uma série de inovações tecnológicas. Seu trabalho visionário não apenas colocou o Brasil no mapa da inovação científica global, mas também pavimentou o caminho para futuras tecnologias de comunicação, influenciando gerações de cientistas e engenheiros. Celebrar seu legado é reconhecer a importância de sua contribuição para a era moderna das telecomunicações e inspirar o contínuo progresso tecnológico.”

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