Jornalistas&Cia 1467

Edição 1.467 página 17 100 ANOS DE RÁDIO NO BRASIL Por Álvaro Bufarah (*) A indústria automotiva vive uma metamorfose digital, redefinindo a experiência de viagem. O rádio automotivo, outrora rei absoluto do entretenimento a bordo, enfrenta um dilema existencial: como se adaptar e prosperar em um cenário dominado por telas imersivas, conectividade 5G e inteligência artificial? O rádio, com sua simplicidade e alcance irrestrito, foi por décadas o companheiro inseparável dos motoristas. Sua voz familiar narrava notícias, tocava músicas e conectava as pessoas com o mundo exterior. Mas a ascensão de smartphones e serviços de streaming representou um duro golpe. A variedade ilimitada de músicas, podcasts e audiobooks, aliados à praticidade e personalização, atraiu muitos motoristas. Em alguns veículos, o rádio sequer é oferecido como item de série, sendo substituído por sistemas de infotainment que priorizam a conectividade e o streaming. Essa tendência levanta questionamentos sobre o futuro do rádio automotivo, alimentando o receio de que sua melodia clássica silencie para sempre. Para sobreviver e prosperar na era digital, o rádio automotivo precisa se reinventar. A integração com smartphones e serviços de streaming é essencial para oferecer uma experiência unificada e personalizada. Criar conteúdo exclusivo e de alta qualidade, como programas ao vivo, entrevistas e podcasts, que não estejam disponíveis em outras plataformas, também é fundamental. Combinar o rádio com recursos como inteligência artificial e geolocalização pode proporcionar uma experiência de audição mais personalizada e envolvente. A inteligência artificial pode recomendar músicas e programas de acordo com as preferências do usuário, enquanto a geolocalização pode fornecer informações relevantes sobre o local onde o carro está trafegando. Explorar novas funcionalidades que vão além da reprodução de música, como navegação por voz, informações sobre o trânsito e serviços de concierge, também é importante. Isso torna o rádio automotivo um centro de informações e serviços para o motorista, aumentando sua utilidade e valor. Estabelecer parcerias com montadoras, provedores de conteúdo e empresas de tecnologia pode ampliar o alcance e a relevância do rádio automotivo. Parcerias com montadoras garantem que o rádio seja integrado aos novos veículos, enquanto parcerias com provedores de conteúdo dão acesso a um catálogo mais amplo de programas e podcasts. O rádio automotivo precisa redefinir seu percurso na Era Digital Rádio automotivo tradicional O rádio híbrido, que combina a recepção tradicional com a conectividade digital, surge como uma solução promissora para o futuro. Essa tecnologia permite que os usuários desfrutem da variedade de conteúdo digital, sem abandonar a simplicidade e o alcance do rádio tradicional. As emissoras de rádio precisam agir com rapidez e inteligência para se adaptar à nova realidade. Investir em conteúdo de qualidade, criar experiências personalizadas, desenvolver novos produtos e serviços, forjar parcerias estratégicas e investir em marketing e comunicação são algumas das principais estratégias que podem ser adotadas. O futuro do rádio automotivo não está definido, mas a indústria está tomando medidas para garantir sua relevância na era digital. A integração com smartphones, a criação de conteúdo exclusivo, a exploração de novas funcionalidades e o desenvolvimento de parcerias estratégicas são algumas das maneiras pelas quais o rádio automotivo pode se reinventar e encontrar seu lugar na sinfonia do entretenimento automotivo do futuro. A chave para o sucesso está na capacidade de se integrar à era digital, oferecendo uma experiência de audição personalizada, envolvente e relevante para os motoristas. O rádio automotivo pode se adaptar e prosperar nesse novo cenário, continuando a ser uma fonte de informação, entretenimento e companhia para os motoristas em suas viagens. Por outro lado, a legislação brasileira de trânsito impõe restrições ao uso de alguns equipamentos durante a condução, criando um cenário desafiador para a implementação de consoles multimídia e multifuncionais nos veículos. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece que o condutor não deve dirigir com “um dos braços fora das janelas do veículo, exceto para dar sinais regulamentares de trânsito” (Art. 252, inciso I). Essa norma, interpretada de forma ampla, pode ser aplicada ao uso de dispositivos que exijam a manipulação com as mãos, como telas sensíveis ao toque ou teclados. Além disso, o CTB proíbe o uso de “aparelhos de telefone celular” durante a condução, a menos que estejam conectados ao veículo por sistema de viva-voz ou com fone de ouvido e microfone que permitam ao condutor ter as mãos livres para dirigir (Art. 252, inciso V). Essa restrição se estende a outros dispositivos de comunicação, como tablets e smartphones, que também podem ser utilizados para chamadas telefônicas, envio de mensagens e acesso à internet.

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