Edição 1.464 página 44 Depois de quase um ano na editoria Internacional da Folha eu já estava esgotada de recortar telex e beber o café requentado das garrafas térmicas que jaziam na mesa dos contínuos. Quem viveu a década dos 1970 sabe bem do que estou falando. Era esse o cotidiano quando as agências de notícias − AP, UP, Ansa e Reuters − despejavam notícias do mundo todo nas redações. A máquina de telex − hoje peça de museu − emitia o som incessante de uma locomotiva enquanto vomitava informação 24 horas, enviando a notícia principal e seguindo com dezenas de suítes. Meu trabalho e de todos os noticiaristas (não sei se ainda existe esse cargo, era uma função um degrau abaixo de um redator) consistia em ler tudo e organizar os vários trechos, que depois seriam colados como uma colcha de retalhos e desceriam para a gráfica. Um dia, em modo desespero e num rompante de coragem, fui até o mesão implorar ao Ruy Lopes, o editor-chefe, que me arrumasse um lugar em outra editoria. Eu fiz Jornalismo para ser repórter, argumentei, ir para as ruas, ver o que estava acontecendo e transmitir para os leitores. Lembrem-se: não existia internet ou redes sociais, a TV só tinha telejornais noturnos e o rádio não era tão competitivo. O jornal impresso tinha um lugar de importância. Ruy, com aquela elegância característica, me ofereceu quatro opções: Política, Educação, Interior e Ilustrada. Política não dava. Eram os anos de chumbo, quando alguém, especialmente jornalistas, sumia ou n A história desta semana é novamente de Lorien Saviano ([email protected]), que atuou em Folha de S.Paulo, Jornal de Casa (em Belo Horizonte), Shopping News, Jornal da Tarde, Voice Comunicação e como assessora de imprensa da Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV Nacional), entre outros. Tempos de Ilustrada Lorien Saviano Jornalismo de saúde − As inscrições para o 9º Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha de S.Paulo estão abertas e os interessados podem se inscrever até 23 de junho, por meio deste link. São dez vagas e o curso terá duração de um mês, de 22 de julho a 23 de agosto. As aulas serão tanto de forma presencial quanto remota, na qual a parte online será no horário noturno, das 19h às 22h30, e a parte presencial, de uma semana, vai ocorrer de forma integral em São Paulo. LAI − A Associação Brasileira de Pesquisadores de Audiovisual, Iconografia e Conteúdo (Pavic) anunciou as inscrições para o Workshop sobre a Lei de Acesso à Informação (LAI), que será ministrado por Adriano Belisário, jornalista experiente em investigações envolvendo dados e documentos públicos. O curso será de forma remota em 3 de julho, das 19h às 20 horas. O custo é R$ 110. São 15 vagas para pessoas não associadas à Pavic. As inscrições podem ser feitas através deste link. Terrorismo informativo − A disseminação de fake news em meio à catástrofe que atingiu o Rio Grande do Sul evidenciou o perigo do terrorismo informativo, fenômeno que gerou pânico e incertezas durante as enchentes no Estado. O ponto central do caos noticioso foram as redes sociais, onde foi possível notar como o terrorismo informativo pode afetar negativamente uma localidade em meio a um momento tão crítico. Este artigo de Carlos Castilho, no Observatório da Imprensa, trata do tema. Internacional n Joca, jornal brasileiro de notícias da atualidade para crianças e adolescentes, foi o único representante do Brasil a participar do EBU Kids News Meeting, encontro realizado uma vez por ano pela União Europeia de Radiodifusão, que reuniu mais de 20 países produtores e editores de notícias para o público infantojuvenil para trocar conhecimento, melhores práticas e discutir os desafios atuais do setor. O evento aconteceu nos dias 13 e 14 de maio, em Copenhague, na sede da DR (Danish Broadcasting Corporation), uma organização de serviço público considerada a maior e a mais antiga empresa de mídia eletrônica da Dinamarca. conitnuação - Curtas
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