Jornalistas&Cia 1464

Edição 1.464 página 25 conitnuação - Últimas EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E Esta coluna é de responsabilidade da Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação Ivana Bentes traz panorama completo sobre a relação entre a sociedade e redes sociais em aula no curso Diversidade e Inclusão, que a Rede JP promove na UFRJ. No encontro, Ivana, pró-reitora de Extensão da universidade, frisou os principais tópicos guiadores das redes no mundo de hoje, que vão desde a pluralização de agentes até características semióticas e multimídia nos conteúdos. Assista no link. Relação entre sociedade e redes sociais Ivana Bentes n Morreu na noite de 4/6, em São Paulo, aos 82 anos, vítima de câncer, o jornalista Roberto Müller Filho. Natural de Ribeirão Preto, era casado com a também jornalista Tânia Müller. u Um dos grandes nomes na história do jornalismo de Economia do Brasil, liderou por anos a redação da Gazeta Mercantil, onde, em 1987, ao lado de Luis Levy e Paulo Sotero, foi agraciado com o tradicional prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade Colúmbia, nos Estados Unidos. Também passou pelas tevês Globo, Cultura e Bandeirantes, e foi editor de Economia da Folha de S.Paulo. u Em 2010, pelas mãos de Maria Helena Tachinardi, teve sua vida e obra detalhadas no livro Roberto Müller Filho. Intuição, Política e Jornal (Imprensa Oficial). u Confira mais detalhes sobre a vida de Müller na entrevista que ele deu há cerca de um ano a Mara Luquet, do MyNews, para um quadro chamado Joias do Jornalismo. u Infeliz coincidência, ele também foi um dos entrevistados por Cida Damasco para o conteúdo especial desta edição (ver pág. 5). A seguir, o depoimento dela sobre Müller e esse contato recente: “Nunca estive muito perto de Roberto Müller. Trabalhei duas vezes na Gazeta Mercantil, nos anos 1990, mas nunca sob seu comando. Na última vez, inclusive, ele voltou à empresa justamente quando eu saí. Mas, para mim e para todos que exercem a profissão de jornalista, Müller era quase um mito. Quantas vezes ouvi sobre colegas: “Esse é dos bons, é da escola do Müller e do Matías Molina” − a dobradinha que levou adiante o projeto da Gazeta, considerado um divisor de águas no setor e motivo de orgulho para quem fez parte dele. Por isso, logo que fui incumbida pelo J&Cia de preparar uma reportagem sobre o jornalismo de Economia do Brasil, decidi começar os trabalhos com uma conversa com Müller. Na tarde do dia 13 de maio, uma segunda-feira, ele me recebeu em casa para uma entrevista sobre o tema. A TV ligada num canal de notícias e os jornais espalhados pela mesa confirmavam que, mesmo fora do dia a dia das redações, continuava com foco no jornalismo. Falou muito sobre o desenvolvimento do jornalismo de Economia no Brasil e sobre a montagem da Gazeta Mercantil, mas não se prendeu a uma visão saudosista. O que seria até compreensível, diante do tamanho que o projeto da Gazeta alcançou. Contou histórias, inclusive de suas passagens pela política, lembrou de companheiros da equipe e manifestou otimismo com o futuro do setor. “Ainda há muito o que fazer na evolução dos profissionais”, disse ele. “Minha preocupação é que precisam surgir novos Molinas”. Disse que estava com câncer, enfrentava problemas de mobilidade, mas era muito cuidado pela família. No meio da conversa, entre um e outro cafezinho, uma surpresa: confessou que, quando fui embora do jornal, pouco antes da sua chegada, pensou que eu não quis trabalhar com ele. Expliquei que o motivo era bem mais simples. Tinha sido demitida, junto com integrantes do comando da Redação, no meio de uma das fases de crise financeira aguda do jornal. Saí da entrevista convicta de que, num momento de tantos questionamentos, o ideal seria abrir meu texto com o otimismo de Müller sobre o cenário do jornalismo, inclusive sobre a capacidade de as empresas de mídia para se adaptarem aos novos tempos. Saí também satisfeita com a franqueza da nossa conversa. Pena que não deu tempo para reforçar essa aproximação.” Morre Roberto Müller Filho, referência no jornalismo de Economia Roberto Müller Filho

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