Jornalistas&Cia 1464

Edição 1.464 página 23 Especial Dia da Imprensa O movimento de expansão de publicações especializadas deve se repetir em outras áreas “queridinhas” do jornalismo de Economia, como a de sustentabilidade. E, a julgar por iniciativas já existentes, também é possível projetar uma aproximação maior das empresas de mídia com o setor de educação. Exame mantém uma Faculdade, que oferece, por exemplo, MBAs em finanças corporativas, sustentabilidade e inteligência artificial. O Valor promove cursos de liderança para executivos, em parceria com a Fundação Getulio Vargas, e vai lançar uma plataforma para educação financeira, e a Infomoney tem presença forte em educação financeira. A exploração de novas linguagens tecnológicas, principalmente ligadas à imagem, que já está em curso, também deve ser ampliada e reforçada daqui para a frente. Mas Ana Estela, da Folha, vê uma necessidade adicional ao jornalismo de Economia do futuro: encontrar uma linguagem de texto mais acessível, especialmente aos mais jovens. Lembrando que jovens na faixa dos 30 anos logo estarão em cargos de comando nas empresas. A linguagem sempre foi considerada uma barreira na Economia, mesmo quando o público tinha mais tempo para apreender as informações e era mais acostumado ao texto. “Hoje o público é mais imediatista, menos interessado no texto, e o jornalismo não reflete essas mudanças”, diz ela. Traduzir o economês, como foi feito lá atrás, continua sendo importante, mas não basta para capturar o público atual. Para Lucas Amorim, da Exame, o mais instigante de um novo cenário é a forma de distribuição de conteúdo com o avanço da inteligência artificial. Na primeira etapa da transição digital, os leitores iam até as homepages dos sites, depois passaram a tropeçar nas notícias nas redes sociais. Já é sabido que os jovens entraram de cabeça nessa segunda etapa: vão às fontes de notícias conduzidos pelas redes sociais. Como será a próxima fase? Em outras palavras, como as informações vão chegar às pessoas, e como as pessoas vão chegar às informações? Cada veículo terá seu robô? Quando for publicada uma notícia sobre uma empresa, o leitor poderá perguntar para o robô se deve ou não comprar ações dessa empresa? São perguntas como essa que ocorrem no momento a quem busca projetar o jornalismo de Economia dos novos tempos. “Quem tem base de dados e relevância vai ter vantagem competitiva nesse cenário”, afirma Amorim. “Mas é preciso saber usar esse conteúdo”. Em entrevista recente ao meio ao Meio&Mensagem, Edward Pimenta, diretor de comunicação do portal Investnews, destacou que a parceria estratégica com o Wall Street Journal “fortalece a posição do portal como fonte confiável de informações financeiras e de negócios”. Segundo Pimenta, isso permite entregar ao público “uma curadoria do melhor que o WSJ tem a oferecer”, aumentando a variedade e a qualidade do conteúdo disponível. Edward Pimenta

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