Edição 1.464 página 21 Especial Dia da Imprensa praticamente repetindo o resultado do ano anterior. No total, quase 3 milhões e 800 mil novos pequenos empreendimentos num único ano. Outra pesquisa mostra que ter o próprio negócio é o terceiro maior desejo dos brasileiros, superado apenas por viajar pelo Brasil e comprar a casa. A cobertura desse universo, tanto na grande mídia como nos veículos especializados, tem crescido bastante e produzido recordes de audiência. O desafio é contar boas histórias, sem alimentar a fantasia de que empreender, por si só, permite acumular uma fortuna em pouco tempo. Lucas Amorim, da Exame, explica que a revista vai atrás de histórias de empreendedores com potencial de ganhar escala. “Quem já conseguiu alguma tração, pode inspirar outras pessoas”, diz ele. Para Amorim, o déficit de cobertura das mídias regionais abre espaço para se explorar o empreendedorismo Brasil adentro. Apesar do discurso generalizado de prioridade à sustentabilidade, à chamada economia verde, à transição energética, também permanece uma certa distância entre o que está acontecendo nesse campo, na vida real, e o que aparece nas grandes publicações. A transição energética vai mexer com negócios de inúmeros setores, e esse movimento terá de ser acompanhado pelo jornalismo de Economia. As práticas de governança ambiental e corporativa nas empresas, expressas no selo ESG, também terão de ser mais e mais esmiuçadas. Há uma expectativa de que o desastre climático do Rio Grande do Sul dê um impulso extra à cobertura do tema, que vinha ganhando mais visibilidade durante os grandes eventos internacionais. “Os jornais não estão acompanhando bem as mudanças na Economia”, insiste Celso Ming, colunista do Estadão. Ele cita ainda a cobertura insuficiente de política industrial, de serviços ligados ao envelhecimento da população, entre outros temas. A grande mídia cobre o poder, o Planalto, e muitas vezes as iniciativas práticas estão longe do poder. Na mídia tradicional, as equipes encolheram, sacrificando muitas vezes justamente os especialistas. É aí que as publicações setorizadas ganham espaço. Mas há um esforço inegável dos grandes veículos para superar essas barreiras e cumprir as novas pautas da economia. A Folha de S.Paulo anunciou recentemente a criação do posto de correspondente climático, com sede em Madri. Maria Fernanda Delmas, diretora de Redação do Valor, destaca a criação de seções especiais para acompanhar a evolução das práticas ESG, o ensino profissionalizante e a discussão sobre a mudança no Código Civil, além do reforço na cobertura da transição energética. Novos formatos A ampliação dos interesses do público, a necessidade de especialização e a diversificação da concorrência estão mexendo não apenas com o conteúdo das mídias tradicionais como com os modelos de organização das redações e do próprio negócio. Tanto nas empresas que integram grandes grupos de mídia como nas que têm voo solo e/ou estão ligadas a empresas fora da mídia. O Valor Econômico é hoje um hub de cobertura econômica, na definição de Maria Fernanda Delmas. Centraliza as informações dos filhotes do próprio jornal, como Valor Investe, o serviço de tempo real Valor Pro e a newsletter Pipeline. E engloba também informações econômicas de outras publicações do Grupo Globo − que vão do Maria Fernanda Delmas
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