Jornalistas&Cia 1464

Edição 1.464 página 14 Especial Dia da Imprensa o Grupo Estado, das casas ligadas ao setor financeiro. “Isso garante uma certa isonomia e independência da cobertura”, diz ele. “Não se trata de uma crítica a essas casas, mas elas têm um interesse por trás, um viés”, afirma. E isso se torna ainda mais preocupante nesses tempos de redes sociais, em que se publica uma matéria, e embaixo uma recomendação. Para ele, a mídia pode e deve exercer um papel de orientação, mas não dessa forma: o ideal é que haja uma análise da notícia sob os mais variados aspectos, e que o próprio leitor decida o que é bom e o que é ruim. Marcio Rodrigues acredita que o público mais especializado reconhece que a mídia tradicional não correria um “risco reputacional” com a divulgação de informações enviesadas. “Esses veículos são legítimos, mas são comprometidos, e isso nem sempre fica claro para o leitor”, comenta José Roberto Caetano, da Veja Negócios. “Nós não estamos a serviço de ninguém”. Para José Paulo Kupfer, a ofensiva das instituições financeiras na mídia é um caso típico de “juntar a fome com a vontade de comer”. Ou seja, os clientes manifestaram a necessidade de obter informações mais ampliadas e mais aprofundadas. E as empresas do setor financeiro descobriram o valor da credibilidade da imprensa. A estratégia escolhida para unir os dois pontos foi a criação de publicações específicas com caráter

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