Jornalistas&Cia 1464

Edição 1.464 página 13 Especial Dia da Imprensa do digital. Mas, por suas peculiaridades, especialmente o alcance e o prestígio da publicação, o modelo do NYT não dá para ser reproduzido. Aqui, disseminou-se a cultura de que “na internet é de graça”, o que limita a transição para assinaturas. A publicidade na internet, por sua vez, também não tem a mesma dimensão que tinha no impresso e escapa para outros canais, como o Google. A evolução dos dados sobre circulação dos principais jornais do País dá a medida desse desafio. De acordo com o Instituto Verificador de Comunicação (IVC), no ano passado a circulação do impresso de 12 grandes jornais ficou em 324 mil exemplares, uma queda de 16,5% sobre o ano anterior. No digital, houve um salto de 50%, para 1 milhão e 665 mil assinaturas. Mas o grande impulso foi o início da contabilização das assinaturas promocionais, com valor mínimo de R$ 1,90 por mês. Daí as dificuldades enfrentadas por muitos veículos tradicionais para financiar sua atualização no mundo digital e contratar profissionais mais experientes. O que, em última instância, representa sua sobrevivência. É mais ou menos um círculo vicioso. Faltam recursos para aprofundar a cobertura, para atualizar a tecnologia, para recrutar especialistas, e se isso não ocorrer, a publicação não conseguirá atrair mais assinantes. “Você só paga por uma informação se tem confiança no autor e vê nisso um diferencial”, diz Guilherme Velloso. Por sua vez, as novas publicações, braços editoriais de instituições financeiras, mostram fôlego para operar nesse universo, onde a tecnologia de hoje vira a tecnologia de ontem com extrema velocidade e profissionais especializados fazem a diferença. Sem contar a capacidade de disseminação das informações, geralmente maior do que a da mídia tradicional. Em contrapartida, seus gestores têm de se desdobrar para mostrar que as informações transmitidas ao mercado têm credibilidade. Não são, em última instância, “informes publicitários” das instituições que representam. Para não comprometer a confiança no conjunto das informações, o conteúdo patrocinado tem de ficar ainda mais explícito para o leitor. Ricardo Grinbaum, do Estadão, reconhece a importância dos novos competidores, mas ressalta o diferencial do noticiário oferecido pelas mídias tradicionais: qualidade e credibilidade. E acrescenta que não basta garantir esses atributos, mas é preciso que eles sejam identificados pelo público. Para Marcio Rodrigues, editor-chefe da Agência Estado, é muito importante diferenciar uma empresa dedicada ao setor de mídia, como Marcio Rodrigues

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