Jornalistas&Cia 1461

Edição 1.461 página 4 Habituados a cobrir tragédias, jornais do Rio Grande do Sul também se transformaram em notícia ao sofrerem os efeitos da maior catástrofe da história do Estado e, ao mesmo tempo, se desdobrarem para cumprir sua missão de levar informação às populações atingidas. Em comum, Zero Hora e Correio do Povo, os dois jornais de Porto Alegre mais atingidos, tiveram seus parques gráficos completamente alagados e abriram seus paywalls, liberando o acesso do público a um conteúdo jornalístico mais urgente e relevante do que nunca. Todos os jornais que seguem imprimindo, ainda que parcialmente, suas edições enfrentam enormes dificuldades de distribuição dos exemplares em razão da obstrução ou destruição de mais de 150 pontos nas rodovias gaúchas. Entre os jornais que integram a Associação Nacional de Jornais (ANJ) em Porto Alegre, o primeiro a ser atingido foi o Correio do Povo, instalado no histórico edifício Hudson, no centro da Capital, a cerca de 300 metros do Lago Guaíba. O prédio foi evacuado ainda no fim de semana passado, e as equipes do jornal passaram a atuar de forma remota, como ocorreu na pandemia, produzindo edições digitais abertas aos leitores. Os programas da Rádio Guaíba, localizada no mesmo prédio, passaram a ser transmitidos do prédio da TV Record, no Morro Santa Tereza. n A Associação de Jornalismo Digital fechou uma parceria com a Rory Peck Trust para oferecer apoio psicológico a jornalistas de suas associadas no Rio Grande do Sul. Em princípio, o acordo, que poderá ser ampliado, oferecerá o suporte de uma psicóloga brasileira que integra a rede da entidade ou apoio financeiro para continuar o tratamento com profissionais de fora da rede. Não há um valor fixo para o benefício, mas o auxílio financeiro cobre, em média, de 10 a 15 sessões de terapia. A inscrição deve ser feita online, em inglês ou espanhol. Ajor busca apoio psicológico para associadas Últimas n A Associação Riograndense de Imprensa e a Faculdades EST, de São Leopoldo, criaram uma Central de Jornalismo para profissionais trabalharem durante a cobertura das enchentes que assolam o Estado. O espaço oferece uma minirredação com estrutura, que inclui computadores, mesas, sala de reuniões, estúdio e acesso à internet. A sede, onde já estão abrigadas mais de 60 pessoas, também tem espaço para pouso de helicópteros. Para acessar a Central de Jornalismo é necessário entrar em contato com José Nunes (51-999493142) ou Magali Schmitt (5199972-3777) e informar nome, veículo e dados de identificação. n A Agência Lupa está disponibilizando conteúdos relacionados às enchentes que atingem o Rio Grande do Sul para republicação. Veículos associados à Associação de Jornalismo Digital (Ajor), à Associação Nacional de Jornais (ANJ), à Associação Riograndense de Imprensa (ARI) e parceiros da Alright Media podem utilizar os materiais gratuitamente para levar informação para mais pessoas. n O Aos Fatos, site de fact-checking especializado no combate à desinformação, publicou material que denuncia anúncios falsos com pedidos de doações para as vítimas das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul. Segundo a matéria, os golpes financeiros são impulsionados sem moderação nas redes da Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp. Após a publicação da matéria, o Grupo Meta posicionou-se com uma nota em que afirma lamentar a tragédia e diz que está removendo conteúdos fraudulentos, que não são permitidos em seus serviços, assim que são identificados. Porém, os anúncios apontados por Aos Fatos, permaneceram no ar. Jornais gaúchos desdobram-se para manter operações Por Hélio Gama Neto, assessor de comunicação da ANJ Sede do Correio do Povo inundada Marcelo Rech Enchentes no RS Governo do RS monta gabinete de crise para atender à imprensa n Tânia Moreira, secretária de Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul, montou um gabinete de crise na sede da Secretaria, no Palácio Piratini, para atender às demandas da imprensa sobre as enchentes no Estado. Levou para lá jornalistas de outras secretarias, que vão administrar suas respectivas áreas, sob a coordenação geral de Carlos Ismael Moreira. u O gabinete foi dividido em oito áreas de atendimento, e estes são os responsáveis: − Álvaro Bittencourt: Estradas, portos e aeroportos − Sabrina Ribas e Marcelo Flach: Defesa Civil − Vanessa Trindade: Infraestrutura − Guga Stefanello: Saúde − Júlio Amaral: Segurança − Maria Emília Portella: Humanitária − Ângela Bortolotto: Centrais do Interior − Roberta Marques e Júlia Soares: Núcleo de Combate às Fake News u Além dessas áreas, o Departamento de Redes também recebeu reforços para a triagem de informações e a definição do material a ser publicado. A força-tarefa para checagem e contestação de fake news tem como função identificar, monitorar e apurar as informações. Quando a checagem é concluída, os conteúdos são disponibilizados para grupos com a imprensa e nos perfis oficiais do governo nas redes sociais. u Foi estabelecido um canal direto com a Meta, empresa detentora de Instagram, Facebook e WhatsApp, para avaliar e denunciar perfis que atuam na criação e amplificação de conteúdos falsos ou descontextualizados. A parceria tem como foco auxiliar no controle de publicações com dados incorretos que circulam desde o início das enchentes no Estado e prejudicam os trabalhos para minimizar a catástrofe.

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