Jornalistas&Cia 1461

Edição 1.461 página 3 n O Sindicato dos Jornalistas do RS está fazendo um levantamento para mapear a situação dos jornalistas gaúchos em meio à calamidade que vive o Estado. Através de um formulário online, a entidade está mapeando os casos de profissionais que passam por dificuldades neste período, facilitando assim o repasse de eventuais recursos e doações. Para atender aos necessitados, o SindiJoRS lançou a campanha nacional SOS Jornalistas. Quem puder colaborar com qualquer quantia, basta fazer uma transferência através da chave PIX [email protected]. u Outro relato emocionante, este registrado ao vivo, foi do repórter Felipe Vieira, da Rádio Bandeirantes, que não conseguiu conter o choro ao relatar a abertura de um corredor humanitário para atender à população de Estrela, a 130 quilômetros de Porto Alegre: “Estão saindo um avião da GOL e um avião da Defesa Civil em São Paulo. Esses dois aviões vão descer em Caxias do Sul com alimentos, água, cobertores, colchões, medicamentos. Descem em Caxias, e está sendo aberto um corredor... (pausa com a voz embargada). Desculpem a emoção, mas é que a gente só ouve falar isso em guerra. Corredor humanitário. Está sendo aberto de Caxias até Estrela, no Vale do Taquari, porque não tem condições de acessar Estrela, que é um município a 130 quilômetros de Porto Alegre, estradas asfaltadas, duplicadas. As estradas estão interrompidas. Então a ajuda vai chegar via Caxias, em um corredor humanitário (nova pausa para choro). A gente se emociona, mas é desesperador...” n Não bastassem as dificuldades naturais que jornalistas estão enfrentando no dia a dia de suas atividades, outra tragédia, a da ignorância, também tem sido uma adversária ferrenha. A proliferação de informações falsas, que seguem se multiplicando nas plataformas sociais, mais uma vez colocam profissionais de imprensa como alvo e inimigos de uma parcela da população. Ironicamente, muitos desses casos têm sido compartilhados e incentivados nas redes sociais por políticos e autoridades, que deveriam estar ao lado da população neste momento tão sensível. u Em 8 de maio, o repórter Arildo Palermo, da RBS TV, afiliada da TV Globo no RS, foi hostilizado por moradores locais, em Porto Alegre, em meio à cobertura das enchentes. O jornalista mostrava uma tenda que oferecia atendimento médico quando um homem começou a ofender a equipe. “Vocês que são da Globo não prestam, desserviço da Globo. Mentira da mídia. Mentindo nessa televisão. Estão acusando a Record e o SBT de coisas que foram provadas”. u O manifestante se referia à informação de que caminhões que carregavam doações e que não dispunham de nota fiscal dos produtos estavam sendo multados por fiscais da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o que foi desmentido pelo órgão. u O profissional tentou continuar a reportagem, porém foi interrompido novamente e precisou interromper a transmissão. “William Bonner, você não tem mais autoridade aqui em Porto Alegre”, disparou o manifestante. u Três dias mais tarde foi a vez do repórter Eduardo Paganella, também da RBS TV, ser hostilizado ao vivo. O jornalista tentava conversar com um voluntário em um abrigo na cidade de Canoas, quando foi interrompido por algumas pessoas que começaram a gritar “Globo lixo”. Paganella ainda tentou seguir com a transmissão, que na sequência precisou ser interrompida para que ele deixasse o local. “A gente vai organizar aqui melhor e daqui a pouco a gente volta a conversar com o pessoal que está um pouco incomodado com a situação”, declarou. Grupos Globo e RBS na mira da ignorância Arildo Palermo Eduardo Paganella SindiJoRS cria campanha nacional para ajudar jornalistas gaúchos Enchentes no RS

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