Jornalistas&Cia 1461

Edição 1.461 página 24 Por Assis Ângelo PRECIO SIDADES do Acervo ASSIS ÂNGELO Contatos pelos [email protected], http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333 Victor Hugo (1802-1885), que todo mundo sabe que nasceu na França, deixou uma obra monumental. Antes de dedicar-se à literatura, foi deputado e senador na França. Era um democrata que não perdoava corruptos e criminosos de quaisquer tipos. Chegou a ser exilado, mas voltou à sua terra quando o povo aspirava os ares da liberdade. Quando morreu, o corpo do escritor foi acompanhado por cerca de dois milhões de pessoas. Um dos livros mais conhecidos de Hugo, O Corcunda de Notre Dame, foi escrito em poucos meses por pressão do editor. A primeira edição é de 1831, que foi à praça com três capítulos a menos. Eles seriam acrescentados a partir da 8ª edição. A história criada por Hugo se passa na França do século 15. Na história, o bem e o mal se misturam, como o belo e o feio. Quasímodo, o corcunda, é feio de dar dó e surdo que nem um poste. Apaixona-se por Esmeralda, uma bela e jovem cigana cujo coração é disputado pelos mais diferentes varões. Ela é louca pelo amor de um capitão chamado Phoebus de Châteaupers. E aí temos um triângulo, não é mesmo? Mas pra piorar a situação de Quasímodo surge o ávaro e ciumento cônego Claude. Esse personagem ameaça Esmeralda o tempo todo, de morte inclusive. Quer possuí-la, porém não obtém sucesso. E mais não digo. Francês também foi o escritor Honoré de Balzac (1799-1850). Deixou pérolas, entre as quais A Mulher de Trinta Anos. Esse romance deixou marcas indeléveis na memória popular. A personagem principal nesse livro de Balzac é Jolie, uma jovem muito bonita que vai com o pai assistir a um desfile cívico do Exército napoleônico. Lá ela vê o seu amado e jura que com ele vai se casar. O pai desaprova, mas mesmo assim ela se casa e ao fim e ao cabo, dá tudo errado. A expressão “balzaquiana” foi criada a partir da trama do seu famoso livro, publicado em 1842. No Brasil, a famosa personagem inspirou João de Barro, o Braguinha, a compor a marcha carnavalesca Balzaquiana, gravada em 1949 por Jorge Goulart. Honoré de Balzac publicou o primeiro livro quando tinha 30 anos de idade. Nos 20 anos seguintes ele construiu uma obra formada por mais de uma centena de títulos. O grosso dessa obra se acha em vários volumes da Comédia Humana. Na obra de Balzac se acham amor, traição, o escambau. Curiosidade: o autor de Estudo de Mulher era viciado em café. Tomada dezenas de xícaras diariamente. Licenciosidade na cultura popular (LIX) Não são poucos os escritores que têm vício; um vício qualquer. Uns bebem, bebem… outros se drogam. James Joyce, autor do clássico Ulysses, apreciava os puns da mulher, mostrando assim ser um ser normal como outro qualquer. Ele: “É maravilhoso comer uma mulher peidorreira, quando cada estocada arranca um peido de dentro dela. Acho que eu reconheceria um peido da Nora em qualquer lugar. Eu acho que eu saberia qual é o dela numa sala cheia de mulheres peidando. É um barulhinho bem feminino, nem um pouco parecido com o peidão molhado que eu espero das esposas gordas. É súbito e seco e sujo como o que uma garota ousada soltaria por diversão, de noite, no dormitório de uma escola. Eu espero que Nora não se prive de peidar na minha cara, para que eu também possa conhecê-los pelo cheiro”. E ainda foi mais longe na mesma carta: “Nora, minha doce putinha, eu fiz como você mandou, sua garotinha safada, e bati duas punhetas enquanto lia a sua carta”. A Nora aí citada era a futura esposa do escritor e pra ela, noutra carta, ele mandou ver: “... Nora, minha querida e adorada, minha colegial de doces olhos e boca suja, seja minha puta, minha senhora, tanto quanto você quiser (minha pequena e fodida senhora! Minha maldita putinha!) você é sempre minha, minha bela flor selvagem das sebes, minha flor azul escura, encharcada de chuva”. Será demais dizer que o amor tem segredos claros? Ao contrário de James Joyce, Ernest Hemingway (1899-1961) teve uma vida pessoal um tanto atribulada. Pra começar, a mãe, Grace, o criou como gêmea da irmã Marcelline até os seis ou sete anos de idade. Cresceu traumatizado, mas publicamente exibia um perfil másculo. Teve quatro esposas e com elas dois meninos e uma menina. A menina, Glória, era trans. Num dos seus livros, O Jardim do Éden (1986), romance que deixou inacabado, Ernest cria um personagem identificado por muitos como seu alterego: David. Numa noite de amor pede à mulher que corte seu cabelo à moda feminina e o sodomize sem dó nem piedade. Ernest Hemingway era, no fundo, uma pessoa melancólica, depressiva. Detalhe lamentável: o pai de Ernest suicidou- -se, o irmão e a irmã também se suicidaram; e suicidou-se também a neta de Ernest, depois de ele mesmo tirar a própria vida com um tiro no peito. Isso depois de receber alta de um manicômio. Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora PS: O cantor, compositor e violeiro Téo Azevedo morreu na madrugada de 11/5, em Montes Claros (MG). Ele estava internado e em coma desde a semana passada. Essa triste notícia chegou-me por telefone, em ligação do cantor e compositor Luiz Wilson. “Soubemos disso, da morte de Téo, através de um recado de uma das filhas do querido Téo”, contou Luiz. A história do violeiro Téo Azevedo é enorme, riquíssima. Falei com ele faz uns 15 dias e estava, segundo disse, em plena recuperação. Pretendia vir à Sampa ainda neste mês de maio. Téo Azevedo nasceu numa sexta-feira (2 de julho) e morreu num sábado. Pra lembrar Téo, clique. Victor Hugo James Joyce Manuscrito de Joyce Téo Azevedo

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