Jornalistas&Cia 1456

Edição 1.455 página 31 Comunicação Corporativa n A Edelman divulgou na última semana os achados brasileiros da edição 2024 do Trust Barometer, entre eles uma grande lacuna entre a confiança nos setores e nas inovações que promovem. Apesar de 79% dos brasileiros afirmarem que as empresas de tecnologia são confiáveis, apenas 53% confiam na inteligência artificial. O mesmo acontece para empresas de saúde: 70% confiam em seus negócios, mas apenas 56% confiam em medicina genética. A diferença mais relevante está no setor de alimentos e bebidas, no qual 75% afirmam confiar, mas apenas 31% confiam em alimentos geneticamente modificados, uma diferença de 44 pontos. u As empresas aparecem como as únicas confiáveis – com 63% de confiança – para integrar as inovações na sociedade, garantindo que sejam seguras, compreendidas pelo público, benéficas e acessíveis. Enquanto ONGs (52% de confiança) e mídia (50%) ficam no patamar da neutralidade, a desconfiança predomina em relação ao governo (46%). u Apesar de serem as únicas confiáveis para integrar inovações na sociedade, a expectativa não é de que empresas atuem sozinhas. Entre os brasileiros, 59% confiariam mais nas empresas para fazerem mudanças por meio da tecnologia se elas fizessem isso em colaboração com o governo – um crescimento de 6 pontos desde 2015. Globalmente, houve um aumento significativo de 15 pontos (45% em 2015 para 60% atualmente). u Sessenta e oito por cento dos brasileiros entrevistados esperam que os CEOs gerenciem as mudanças que estão ocorrendo na sociedade, e não só aquelas que estão relacionadas a seus negócios. Entre os empregados, mais de oito em cada dez consideram importante que seu CEO seja transparente sobre questões como habilidades profissionais para o futuro (88%), o uso ético das tecnologias (86%) e o impacto da automação nos empregos (82%). u “Comunicar prós e contras, manter inovações financeiramente acessíveis e ouvir as preocupações do público estão entre as etapas essenciais para empresas nesse processo de transformações”, comenta Ana Julião, gerente geral da Edelman no Brasil. Edelman divulga o recorte brasileiro da edição 2024 de seu Trust Barometer Outros achados do estudo • O desemprego segue sendo o medo mais elevado, com 91% de preocupação entre os brasileiros. Já em relação aos medos relativos à sociedade, destacam-se as mudanças climáticas (82% preocupados), guerra nuclear (78%), hackers (74%) e guerra de informação (63%). • A confiança segue sendo local. No Brasil, a figura do “Meu empregador” é a mais confiável para fazer o que é certo no geral (82% de confiança entre os empregados), assim como em todos os outros países entrevistados, com exceção da Coreia do Sul. As empresas (66% de confiança) são a única instituição em que os brasileiros confiam para atuar corretamente. Na edição deste ano da pesquisa, as ONGs estão no patamar da neutralidade (59%), enquanto mídia (45%) e governo (42%) permanecem como desconfiáveis. • Globalmente, as autoridades governamentais estão entre os grupos de pessoas menos confiáveis para fazer o que é certo (42% de confiança), seguidas dos jornalistas (49%) e CEOs (51%). Cientistas (77%), professores (74%), “meu CEO” (69% entre os empregados), cidadãos do “meu país” (63%) e “meus vizinhos” (62%) estão no patamar da confiança. • O relatório ainda aponta uma desconfiança entre os líderes tradicionais, com a preocupação de que autoridades governamentais (72% preocupados), líderes empresariais (64%) e jornalistas e repórteres (68%) estão tentando enganar as pessoas propositalmente, dizendo coisas que sabem ser falsas ou exageradas. “Pessoas como eu” (80%), cientistas (75%) e especialistas técnicos de empresas (70%) aparecem entre as vozes confiáveis para dizerem a verdade sobre as inovações e novas tecnologias. u Conduzida pelo Edelman Trust Institute, a pesquisa ouviu mais de 32 mil pessoas no mundo. O relatório completo pode ser acessado no site da Edelman Brasil. Ana Julião

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