Edição 1.455 página 30 conitnuação - MediaTalks Não a Musk − A briga épica comprada por Elon Musk com o ministro Alexandre de Moraes, que ganhou as manchetes do mundo, acontece duas semanas depois de ele ter visto uma tentativa de silenciar uma ONG crítica do Twitter / X arquivada por um juiz federal da Califórnia. Musk processou em 2023 a respeitada organização Center for Countering Digital Hate (CCDH) por um relatório apontando proliferação de discurso de ódio e desinformação em contas com selo azul, mas o juiz decidiu arquivar a ação judicial sob o argumento de que o empresário, que se apresenta como absolutista da liberdade de expressão, “tentou punir os réus por seu discurso”. A ONG, com escritórios em Londres e em Washington, havia sido acusada em julho de “afastar anunciantes” do Twitter/X, causando perdas de “dezenas de milhões de dólares”, e de tentar impedir o diálogo público. Mas o juiz entendeu diferente. Deportada da Suécia − A Suécia decidiu expulsar uma jornalista da China radicada há 20 anos no país, sob a acusação de representar uma ameaça à segurança nacional, segundo revelaram a SVT, emissora pública sueca, e o jornal Göteborgs-Posten. O nome da jornalista não foi divulgado oficialmente. Segundo a SVT, ela tem 57 anos, entrou legalmente na Suécia, é casada com um cidadão sueco e tem filhos. Ela estava detida desde outubro de 2023, presa quando retornava ao país. Um advogado tentou reverter a decisão de deportá-la em um tribunal de recursos, mas na semana passada a Agência Sueca de Migração ordenou a expulsão em caráter vitalício, em decisão assinada pelo Ministro da Justiça. Primeira em 142 anos − O Los Angeles Times escolheu uma mulher de origem oriental, Terry Tang, de 65 anos, como sua nova editora executiva, em substituição a Kevin Merida. A contratação dele, em 2021, havia sido saudada como um movimento importante em prol da inclusão de negros no comando das redações, na esteira do Black Lives Matter. Nascida em Taiwan, ela é a primeira mulher a liderar a redação do jornal em 142 anos. Entrou no LA Times em 2019 como editora de opinião, e vinha atuando como editora executiva interina desde a saída de seu antecessor. Merida deixou o jornal em janeiro, em meio a uma crise financeira e na sequência de demissões em massa. Os donos do LA Times, Patrick e Michele Soon-Shiong, disseram em nota que a opção por Tang se deveu “ao seu entendimento de que a missão do jornal é ser um pilar da democracia e desempenhar um papel vital para a cidade e para o mundo, ao chamar a atenção para as questões que mais importam, especialmente para aqueles cujas vozes muitas vezes não são ouvidas”. Prêmio Javier Valdez − O Instituto Imprensa e Sociedade (IPYS), com sede no Peru, recebe até 2 de junho inscrições para a edição 2024 do Prêmio Latino-Americano de Jornalismo Investigativo Javier Valdez, realizado em conjunto com a organização Transparência Internacional. O objetivo é reconhecer trabalhos sobre temas de interesse público resultantes de investigação jornalística em que tanto o fato revelado quanto o método para apurar e comprovar as informações sejam exemplares. O vencedor receberá um prêmio de US$ 5 mil (R$ 27,5 mil). Podem concorrer jornalistas individuais ou equipes de reportagem de qualquer país da América Latina e região do Caribe. 95 mortos − A guerra em Gaza tem causado graves danos aos jornalistas desde que o Hamas atacou Israel em 7 de outubro, e Israel declarou guerra ao grupo palestino, aponta o Comitê de Proteção a Jornalistas, que nos seis meses de conflito vem contabilizando dia a dia o impacto do conflito sobre a liberdade de imprensa e sobre os profissionais. O CPJ investiga todos os relatos de jornalistas e profissionais de atividades de apoio à mídia mortos, feridos ou desaparecidos na guerra, e afirma que trata-se do período mais mortal para a imprensa desde que a organização com sede nos EUA começou a coletar dados, em 1992. Em 5 de abril de 2024, o levantamento do CPJ mostra que pelo menos 95 jornalistas e profissionais de mídia estavam entre os mais de 34 mil mortos desde o início da guerra em Gaza. Esta semana em MediaTalks Terry Tang EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E Esta coluna é de responsabilidade da Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação Rosane Borges liderou uma aula inspiradora e profunda sobre o protagonismo feminino negro na comunicação durante o curso Diversidade & Inclusão na UFRJ. Com uma mistura de experiências pessoais e análise crítica, ela destacou a importância da presença feminina e da diversidade de gênero na área, provocando reflexões sobre a representação midiática, estereótipos e a interseccionalidade entre gênero e raça. Sua abordagem magistral cativou os alunos, tanto presencialmente quanto online, evidenciando a necessidade urgente de uma comunicação mais inclusiva e plural. Veja aqui como foi o evento. O protagonismo feminino negro na comunicação Rosane Borges
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