Jornalistas&Cia 1452

Edição 1.452 página 6 conitnuação - MediaTalks Parceiro: Apoio: De Londres e de São Paulo, notícias, ideias e tendências em jornalismo, informação, desinformação e plataformas digitais Oferecimento (MediaTalks Partner): Novo negacionismo − A desinformação climática não é nova, mas um relatório produzido pela organização não-governamental Center for Countering Digital Hate (CCDH) mapeou o que os pesquisadores chamaram de “novo negacionismo”, usando como exemplo o conteúdo encontrado no YouTube. O novo foco é atacar a ciência climática e os cientistas e desacreditar as soluções para combater o problema, em vez de negar que o aquecimento global existe ou é influenciado por ações do homem. Segundo o estudo, essas menagens agora representam 70% de todo o conteúdo negacionista sobre mudanças climáticas encontrado no universo pesquisado no YouTube. Há seis anos, a taxa era de 35%, segundo o CCDH. Burlando a censura − A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) colocou no ar um serviço de transmissão por satélite com o objetivo de levar jornalismo independente em idioma russo a pessoas que vivem nos territórios ocupados da Ucrânia, nos países bálticos e na própria Rússia. Nove canais de TV e rádio em língua russa estão sendo agora transmitidos por um dos satélites Hot Bird da operadora Eutelsat, ao vivo e sem criptografia, contornando a proibição de acesso a meios de comunicação que não se alinhem às narrativas do governo imposta pela Rússia após a invasão da Ucrânia. O serviço ganhou o nome de Svoboda (liberdade, em russo). “É a prova que as democracias podem exportar jornalismo independente para inverter a lógica da propaganda”, diz a RSF. Financiamento para projetos − Jornalistas mulheres e profissionais que se identifiquem como pessoas não binárias podem concorrer a financiamentos oferecidos pela Internacional Women’s Media Foundation para desenvolver projetos jornalísticos ou de aprimoramento profissional, por meio do suporte do Fundo Howard G. Buffett. Criado a partir de uma dotação de US$ 4 milhões da fundação de mesmo nome, o programa já apoiou mais de 330 jornalistas de 47 países desde 2015, e tem como objetivo “transformar ambições em realidade”. Não há prazo para submeter projetos. As inscrições são aceitas de forma contínua, e estão abertas a profissionais de qualquer nacionalidade, empregados ou freelancers. Preconceito de gênero − Um novo estudo da Unesco para marcar o Dia Internacional da Mulher revelou tendências preocupantes nos Large Language Models (LLMs) das ferramentas de inteligência artificial generativa, que segundo a entidade estão produzindo conteúdo com preconceitos de gênero e também com homofobia e estereótipos raciais. As mulheres são descritas como trabalhando em funções domésticas com muito mais frequência do que os homens – quatro vezes mais, em um dos sistemas – e foram frequentemente associadas a palavras como “casa”, “família” e “filhos”, enquanto os nomes masculinos foram associados a “negócios”, “executivo”, “salário” e “carreira”. O estudo Bias Against Women and Girls in Large Language Models (Preconceitos contra Mulheres e Meninas em LLMs) examinou os estereótipos nas ferramentas de processamento de linguagem natural que são a base das plataformas populares de IA generativa do GPT-3.5 e GPT-2, da OpenAI, e do Llama 2, da Meta, encontrando “evidências inequívocas de preconceito contra as mulheres no conteúdo gerado por todas elas”. Deepfakes − Uma investigação do programa Panorama, da rede britânica BBC, descobriu fotos falsas, manipuladas com uso de inteligência artificial (IA), mostrando Donald Trump ao lado de pessoas negras circulando nas redes sociais nos dias que antecederam a Super Terça, em que eleições primárias para escolher os candidatos à presidência aconteceram em vários estados. As imagens deepfake podem ser reconhecidas olhando-se mais atentamente, pois têm imperfeições como deformações nos dedos das mãos das pessoas retratadas. Mas à primeira vista muitos podem ter se enganado, no que foi apontado como uma tentativa de apoiadores de Trump de aproximarem o candidato dos eleitores negros, cruciais para a eleição de Joe Biden há quatro anos. Esta semana em MediaTalks Vanilla Bear Films/Unsplash

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