Jornalistas&Cia 1437

Edição 1.437 página 31 A jornalista e empresária potiguar Martha Romano, pós-graduada em marketing político (USP) e gestão pública (PUC-SP), com atuação em grandes campanhas nacionais e internacionais, hoje secretária de Comunicação da Prefeitura de Diadema (SP), fala sobre seu trabalho à frente da comunicação dessa cidade do Grande ABC, assim como foram experiências das campanhas políticas nestes novos tempos da comunicação pública e política. Qual os principais desafios para fazer comunicação pública à frente de uma administração municipal, numa cidade da região metropolitana que não dispõe dos veículos de massa tradicionais? Martha − Fazer a mensagem de uma gestão pública chegar até a população é sempre um desafio. Não ter o recurso da TV nem do rádio dificulta ainda mais. No entanto, força-nos a sermos criativos. Em Diadema utilizamos bastante as redes sociais para nos comunicar com a população. E temos tido uma resposta bem positiva. Principalmente entre a população mais jovem. Também investimos na mídia off-line (anúncios em jornais impressos, outdoor, busdoor, faixas de rua, cartaz em ônibus e equipamentos públicos, panfletos) e no bom e velho carro de som. Como não confundir as ações comunicativas da Prefeitura com a figura do administrador, levando-se em conta a questão da Constituição, que proíbe a promoção pessoal dos governantes? Martha − A legislação deixa muito claro o que pode e o que não pode. O prefeito de Diadema é o Filippi (José Filippi Jr.), mas a prefeitura tem vida própria e pautas que englobam outros assuntos que vão além da figura do prefeito. Neste sentido, nossa linha de comunicação institucional foca muito nas pessoas que fazem a prefeitura funcionar, que são os servidores públicos, mas também no munícipe, que é beneficiado pelos serviços e políticas públicas. Quais os principais conselhos que você daria para quem está à frente da gestão de comunicação de um órgão público no que se refere ao uso das redes sociais? Martha - Monte uma equipe diversa, que mescle gente com experiência com gente que quer muito aprender. Invista em conteúdos criativos e que nem sempre tenham tanta cara de material institucional. E, claro, tenha uma identidade visual, sim, mas ela não pode ser muito restritiva, senão vai deixar tudo com a mesma cara. E isso derruba seu engajamento e alcance. As distorções mais comuns são as manipulações de falas de lideranças em fóruns internacionais. Nas questões identitárias, os temas vão do combate à discriminação até a violência de gênero, passando por questões indígenas, sexuais e religiosas. “São os temas mobilizadores de operadores morais, grupos conservadores, religiosos, que têm um rancor contra esses grupos minoritários”, explica. Na área da saúde, em função da polarização nos anos recentes, a disseminação de fakes news aumentou bastante. Embora houvesse conteúdo falso desde antes, como ameaças de certos produtos à saúde, comportamentos nocivos ou venda de tratamentos falsos, o movimento antivacina amplificou as notícias falsas, principalmente na pandemia de Covid. E na educação, o crescimento deu-se na esteira do movimento “escola sem partido”, com as inverdades sobre a chamada “ideologia de gênero” ou a doutrinação política nas salas de aula. O pesquisador diz que os gestores devem considerar algumas estratégicas antes de contestar as falsas informações. Uma é verificar se a “fonte” daquela fake news é relevante, para não ampliar involuntariamente algo que não tenha um alcance considerável na audiência. A outra é que não basta apenas dizer que tal informação é falsa, mas é preciso apresentar argumentos concretos: “Para vencer esse debate é preciso apresentar argumentos que não sejam simplesmente a versão de um contra a versão de outros; precisa apresentar pesquisas científicas, estudos ou dados, estratégias de fundamentação são importantes nesse ponto”. Monte uma equipe diversa, tenha identidade visual, mas cuidado para não deixar tudo com mesma cara, explica gestora Martha Romano Por dentro da Comunicação Pública Tuitão do Daniel Por Daniel Pereira (daniel07pereira@ yahoo.com.br), especial para J&Cia (*) Batizado há 46 anos no Grupo Estado, Daniel Pereira passou por Rádio Bandeirantes, TV Record, coordenou a Comunicação do Governo de SP na ECO-92 e foi assessor de imprensa no Memorial da América Latina. Publicou em 2016 O esquife do caudilho e acaba de concluir O último réu. No Dia dos Pais, padre Bento ganhou festinha de aniversário. Aceitou, mineiramente ressabiado. O ágape seria na churrascaria do Cosme Velho. Bolo no centro da mesa e Escobar, o velho amigo de infância, deu largada na cantoria. A churrascaria virou um coral: Padre Bento faz anos − uhuu! −, o azar é só dele − uhuu! −, cada ano que passa... Nessas ocasiões é praxe o aniversariante ganhar “aquela” surpresa. Então, eis que surge a menina de tranças e olhos de “cigana oblíqua e dissimulada”. Nos braços, o “presente” do padre. Parabéns, Bentinho. Lembra de mim? E do Ezequiel? Toma, ele é o teu filho. Ao lado, Escobar, que também era Ezequiel, ria por dentro da presepada de Capitu. O filho de Capitu Pág.1

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