Edição 1.437 - 22 a 28 de novembro de 2023
Edição 1.437 página 2 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze Unibes Cultural Akins Kintê Edu Ribeiro +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira Mais do que uma celebração, um ato de resistência n A cerimônia de premiação dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, realizada em 13 de novembro, em São Paulo, e que reconheceu Zileide Silva (TV Globo) como a campeã da premiação, ficará para sempre marcada como importante capítulo na luta por um jornalismo com mais diversidade, equidade e inclusão. u Mais do que enaltecer o trabalho de excelência de jornalistas e publicações empenhados na luta antirracista, a celebração foi marcada por muita alegria, confraternização e uma profusão de mensagens emocionadas, quase que gritos entalados por séculos na garganta, e que foram colocados para fora pelos mais de 60 profissionais que subiram ao palco da Unibes Cultural. u Conduzida pelos mestres de cerimônia Eliane Almeida e Luiz Claudio Alves, a cerimônia contou na abertura com uma apresentação do poeta, contista, músico, roteirista, diretor e educador Akins Kintê. Importante nome cultural da luta antirracista, ele deu o tom de que aquele encontro seria, sim, de muita alegria, mas também de cobrança para que os espaços e oportunidades para a população negra sejam ampliados. u “Exijo mais pente afro, menos ferro, menos favela, mais terra e condição. Que duro não é o cabelo, são as escolas e suas deixas. O sistema e suas brechas. O crespo é toda uma vida, quando livre as madeixas”, destacou em um trecho do poema apresentado ao vivo. E acrescentou no final de sua apresentação, encerrada com o pulso erguido: “Duro não é o cabelo, é o sistema. Não alisa, quebra na emenda. Entenda a persistência de mantê-lo crespo na essência. É bonito, é político, é resistência!”. n Projeto que vinha sendo maturado já há alguns anos pela Jornalistas Editora, responsável por este Jornalistas&Cia e pelo Portal dos Jornalistas, a eleição dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira saiu finalmente do papel em 2023 graças à união com outras três organizações empenhadas na luta por um jornalismo mais diverso: 1 Papo Reto, Rede de Jornalistas Pela Diversidade na Comunicação (Rede JP) e Instituto Neo Mondo. u “É a nossa modesta contribuição na permanente luta antirracista em prol da diversidade no jornalismo, que, esperamos, um dia nem mais faça sentido existir”, destacou Eduardo Ribeiro, diretor da Jornalistas Editora em seu discurso de abertura. Ele ainda alertou sobre a desigualAs fotos deste esp´ecial são de Fabio Risnic. Pág.1
Ir alémé ter as pessoas como a nossa prioridade. Para a Bayer, a aliança entre tecnologia, sociedade e diversidade, equidade e inclusão é a forma correta de fazer negócio: colocando as pessoas no centro e a ciência a serviço de uma vida melhor. Melhor para você, melhor para todos nós. Se é Bayer, é bom.
Edição 1.437 página 4 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze dade nas redações brasileiras: “Negros e negras ocupam cerca de 20% das vagas existentes nas redações, a despeito de serem 56% da população brasileira. Nosso prêmio valoriza a presença e o talento negro e busca desse modo incentivar a diversidade nelas”. u Visivelmente emocionada, Marcelle Chagas, coordenadora da Rede JP, destacou o processo que levou à criação da organização em 2018 e todas as conquistas ocorridas desde então: “Hoje é só mais uma parte da nossa caminhada, mas, assim como com o Jornalistas&Cia, temos parcerias com todas as organizações comprometidas em discutir o futuro da comunicação, discutir inovações, e nós levamos sempre a nossa perspectiva a partir dos grupos subrepresentados. A gente está falando também de diversidade, pluralidade e qualidade da informação, que é essencial pra gente no momento em que vemos o aumento do discurso de ódio, bullying e todas essas coisas”. u Editor-chefe do portal 1 Papo Reto, Rosenildo Ferreira aproveitou a cerimônia para fazer um chamamento aos presentes: “Não estou aqui para tentar pautar parte de meus ídolos, mas queria colocar uma reflexão para vocês. Antes de cada reunião de pauta, antes de cada encontro com um editor, com o chefe, pensem em colocar o talento e o poder de suas canetas, câmeras e microfones para pressionar os agentes públicos para atender com qualidade e rapidez a pauta dos quilombolas, porque, afinal, se estamos todos aqui, é porque eles lutaram muito por nós”. u “Como grande defensor da maior diversidade na comunicação é com muito orgulho que participo como organizador desta iniciativa”, acrescentou Oscar Luiz, publisher e presidente do Instituto Neo Mondo. “Hoje é dia de celebração, por isso quero dar meus parabéns aos profissionais, que, independentemente de colocação, já são todas, todos e todes vencedores. Também quero agradecer aos patrocinadores, que nos ajudaram a transformar essa importante iniciativa em realidade, mostrando que a luta antirracista é de responsabilidade de todos os setores da sociedade”. Marcelle Chagas Rosenildo Ferreira Oscar Luiz A Dow parabeniza os vencedores do Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira +DIVERSIDADE no jornalismo é A luta pela inclusão racial é pauta diária +REPRESENTATIVIDADE nas histórias que são contadas br.dow.com Pág.1
Histórias têm o poder de impactar as pessoas e o mundo. Parabéns ao Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira por dar visibilidade a essas histórias. UNIdos fazemos o bem hoje, por um mundo melhor amanhã. www.unilever.com.br | #CadaUFazOBem
Edição 1.437 página 6 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze n Dois momentos durante as mensagens de abertura dos organizadores e patrocinadores chamaram a atenção pela grande efusão de aplausos e gritos de apoio por parte do público. Tanto Unilever quanto Bayer, patrocinadoras ouro da iniciativa, foram representadas no palco por executivos negros, que ressaltaram a importância da diversidade não apenas no jornalismo, mas em todos os setores da sociedade. u Visivelmente emocionada, Aline Siqueira, gerente de Comunicações Externas da Unilever Brasil, lembrou o período em que se formou na universidade, há 20 anos, quando apenas dez dos 40 alunos de sua sala eram negros: “Aquilo era muito para a época. A gente não via pessoas negras nas universidades, e eu achava o máximo. Dessas dez pessoas, quatro estavam ao meu lado no projeto de conclusão de curso, um videodocumentário sobre as mulheres negras no jornalismo, e tinha uma única pessoa branca no grupo. Uma pessoa aliada. Corta a cena para hoje, 13 de novembro de 2023, neste auditório repleto de jornalistas negros... Gente, eu estou muito arrepiada, e é muito legal ver que aquela única pessoa aliada branca também se multiplicou. Porque cada pessoa branca aqui, hoje, é um aliado nosso na luta pela pauta antirracista. Quero agradecer demais aos organizadores e à Unilever por ter acreditado no projeto e por estar aqui como uma das empresas patrocinadoras, e por ter confiado em mim para passar a palavra para vocês. E quero parabenizar cada um que está sendo reconhecido aqui hoje. Ter jornalistas negros à frente das redações, ou à frente de seus próprios veículos, é um orgulho imenso, uma prova de resistência muito grande”. u Na sequência, Guilherme Martins, gerente de Estratégia em RH e líder do BayAfro, grupo de afinidade para questões étnico-raciais da Bayer do Brasil, destacou a importância da Público comemora a presença de executivos negros entre os patrocinadores Aline Siqueira Guilherme Martins Pág.1
Edição 1.437 página 7 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze n A primeira edição dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira destacou-se pela grande presença feminina entre os premiados. Maioria entre os TOP 50 homenageados, elas garantiram oito lugares entre os TOP 10 +Admirados, inclusive com um pódio totalmente feminino, e levaram ainda o prêmio na categoria de Profissionais de Imagem/Vídeo e em três dos cinco troféus regionais. u Mas o grande destaque, sem dúvida, coube a Zileide Silva, repórter especial do Jornal Nacional e do Jornalismo da Globo, mais votada nos dois turnos da eleição. “Este prêmio, particularmente, é muito importante para nós, porque quando comecei nessa profissão nós contávamos nos dedos de uma mão quantos jornalistas negros e negras ocupavam esse espaço. Hoje, estamos aqui recebendo esse prêmio”, destacou Mulheres destacam-se entre os +Admirados diversidade na imprensa para ampliar as vozes e as perspectivas, e assim garantir que as histórias contadas sejam verdadeiramente representativas da sociedade. Com a voz embargada, ele chegou a interromper seu discurso, tamanha a emoção: “Os jornalistas negros e negras representados aqui, hoje, desempenham um papel crucial neste processo. Vocês trazem luz a questões muitas vezes negligenciadas e comunicam histórias que de outra forma permaneceriam desconhecidas. Vocês desafiam preconceitos e estereótipos. Promovem o diálogo e a compreensão, e por isso inspiram as gerações futuras a seguirem seus passos, com talento, dedicação, protagonismo e ocupando cada vez mais espaços. Lutar muitas vezes não é uma opção, mas celebrar, sim, é. Estamos aqui hoje para aprender com todos vocês, ouvi-los e construir em conjunto uma sociedade mais justa e inclusiva, onde a diversidade seja celebrada, a igualdade seja verdadeiramente vivida e a justiça prevaleça”. u Em sua quarta passagem pelo Brasil, David Hodge, cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, apoiador da cerimônia, destacou a percepção que teve em relação ao aumento de profissionais negros na imprensa brasileira nas últimas décadas. “A minha primeira vez servindo no Brasil foi há mais de 30 anos, no Rio de Janeiro. Naquela época era muito raro ver jornalistas negros e negras na imprensa brasileira, e certamente pouquíssimos veículos voltados para esse grupo. Essa é minha quarta vez servindo no País e posso ver que avanços foram feitos, embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido. Parabéns aos participantes dessa premiação e espero que seja a primeira de muitas”. u A íntegra da cerimônia dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira está disponível no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube. Ela contou também com o patrocínio da DOW, apoio da Latam e apoio institucional de ABI, Conajira/Fenaj, Redemar e Unibes Cultural. David Hodge Zileide Silva Pág.1
Edição 1.437 página 9 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze Zileide, que infelizmente não pôde comparecer pessoalmente por causa de compromissos em Brasília. u Ela também lembrou em seu discurso, transmitido a todos os presentes, que houve momentos ao longo de sua carreira em que mães a abordaram no Congresso Nacional e lhe contaram que diziam aos seus filhos que, se ela estava naquela posição, eles também poderiam ocupar o mesmo espaço. Para ela, esse é o principal objetivo do prêmio, “mostrar como pessoas pretas são capazes de ocupar felizes esses espaços”. u Também da TV Globo, a apresentadora Maju Coutinho, do programa Fantástico, ficou na segunda posição geral. Assim como Zileide, ela não pôde comparecer ao evento, mas enviou um vídeo: “É muita honra estar junto desse time de jornalistas negros e negras que são admirados por mim e fazer parte desse clube é maravilhoso. Espero que a gente conquiste e ocupe cada vez mais os espaços, e também os espaços de chefia. Isso é muito importante. Um beijo para vocês e parabéns para todos nós”. u Completando o pódio, Semayat Oliveira, diretora de Conteúdo do site Nós, Mulheres da Periferia e consultora jornalística do podcast Mano a Mano, de Mano Brown, agradeceu às muitas jornalistas negras que foram exemplos e tiveram papel importante na sua formação profissional. Destacou a importância do jornalismo periférico, preto e coletivo para a melhoria de vida de grupos historicamente minorizados: “É uma luta coletiva. O que eu faço no Mano a Mano é um trabalho coletivo. O que eu faço no Nós, Mulheres da Periferia é um trabalho coletivo. Eu só quero que a gente cresça, pois é isso que a democracia brasileira precisa pra de fato avançarmos enquanto país”. u Completam os TOP 10, pela ordem, Roberta Garcia (ICL), Tiago Rogero (Projeto Querino), Valéria Almeida (Rede Globo), Silvia Nascimento (Mundo Negro), Pedro Borges (Alma Preta), Flávia Oliveira (O Globo/ GloboNews) e Basília Rodrigues (CNN). u Na categoria Profissionais de Imagem/Vídeo, a vencedora foi a repórter cinematográfica Andreza Oliveira, da Rede Globo: “Estou muito feliz não só por receber esse prêmio, que é um reconhecimento ao trabalho que tenho desenvolvido, mas também por estar aqui, nessa noite de celebração, com tanta gente que é referência para mim. Tudo que a gente conquista é com muito apoio, então eu dedico este prêmio aos meus pais, Antonio Carlos e Maria Aparecida, minha família, meus irmãos, à minha chefia de cinegrafia, que também confiou no meu trabalho e abriu as portas para que eu estivesse aqui, e aos meus amigos e aos colegas que votaram para que eu estivesse aqui”. Maju Coutinho Semayat Oliveira Andreza Oliveira Nós Elevamos... Qualidade, Segurança e Inovação Transportamos mais de 2 bilhões de pessoas no mundo diariamente. Entendemos que o respeito às diferenças é fundamental para oferecermos a melhor experiência com a nossa marca e compartilharmos um mundo melhor para se viver. Somos a Atlas Schindler e o que nos move é mover você! www.schindler.com.br • 0800 055 1918 Pág.1
Edição 1.437 página 10 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze u Em Veículo Liderado por Jornalistas Negros, a publicação mais votada foi a Revista Raça, ali representada pelo diretor Maurício Pestana, que não pode ficar até o final da premiação (e por isso nem soube que havia vencido a categoria, em função de uma viagem cedo no dia seguinte). Em Veículo Geral, o prêmio foi para a TV Cultura. A emissora foi representada pela diretora de Jornalismo Marilia Assef. “Que surpresa! Muito gostoso receber este prêmio”, afirmou a jornalista, com a voz bastante embargada pela emoção da conquista. “A TV Cultura, como uma tevê pública, trabalha muito pela diversidade, com nosso pessoal e com os temas que são muito caros a nós. Muitíssimo obrigado”. u Ao final das homenagens aos premiados pela votação popular, foram entregues troféus aos mais votados nas categorias regionais: Vinícius Veloso (Metrópoles), no Centro-Oeste; Luana Souza (TV Bahia), no Nordeste; Cley Medeiros (A Crítica), no Norte, Larissa Alves (BandNews FM), no Sudeste; e Aline Reis (Jornal Plural), na Região Sul. Marilia Assef David Hodge e Cley Medeiros Vivian Reis e Luana Souza Larissa Alves e Renata Pimentel David Hodge e Aline Reis A íntegra da cerimônia dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira está disponível na íntegra no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube. Vinicius Veloso e Elaine Vieira Pág.1
Edição 1.437 página 11 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze n Outro ponto alto da cerimônia foi a entrega dos prêmios especiais aos decanos, personalidade e revelação do ano. Nestes casos, as homenagens foram definidas pelos organizadores do prêmio, e não pela votação popular, como nas demais categorias. u Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Sílvio Luiz de Almeida foi o escolhido para receber o Troféu Glória Maria – Personalidade do Ano. Sua presença estava confirmada até a manhã do evento, porém ele foi convocado de última hora pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar, em Brasília, a comitiva que recebeu os brasileiros que deixaram a Faixa de Gaza. u “Todavia, eu gostaria de expressar meu total apoio e admiração a esta belíssima iniciativa”, destacou o ministro em um vídeo de agradecimento. “O reconhecimento de jornalistas negros e negras é um passo crucial para a construção de uma imprensa verdadeiramente diversificada e inclusiva. Celebrar suas contribuições não apenas destaca a excelência profissional, mas também desempenha um papel essencial na promoção da representatividade, na quebra de barreiras históricas. Ao destacar e premiar o talento destes profissionais, tenho certeza de que fortalecemos a narrativa jornalística com perspectivas autênticas e enriquecedoras e contribuímos para uma sociedade mais justa e bem informada. Não é apenas um gesto Prêmios especiais Silvio Almeida Pág.1
Edição 1.437 página 12 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze simbólico, mas uma medida concreta em direção a uma imprensa mais equitativa e reflexiva, o que para mim são fatores fundamentais para o avanço e a transformação do cenário jornalístico brasileiro”. u Repórter do portal Metrópoles, e vencedora em 2023 dos tradicionais prêmios SIP, da Sociedade Interamericana de Imprensa, e Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, Rebeca Borges foi a escolhida para receber o Troféu Tim Maia – Revelação do Ano. u “É uma honra muito grande estar aqui diante de dezenas de nomes inspiradores”, afirmou em seu discurso. “Acredito que nenhuma vitória é individual, especialmente quando se é uma pessoa negra. Esse troféu também é de Paulo e Alessandra, meus pais, que batalharam a vida toda e se desdobraram de todas as formas possíveis, enfrentando os desafios impostos a pessoas pretas em nosso país, para garantir que eu tivesse uma boa educação. Esse troféu também é de Roberta e Rafael, meus irmãos e maiores confidentes. Essa vitória é de Dione Moura, diretora da Faculdade de Comunicação da UNB e minha professora e orientadora durante a graduação. Uma mulher negra pioneira no movimento de cotas raciais. Essa vitória é dos colegas pretos que insistem em fazer jornalismo no Brasil e no mundo. Se estou aqui hoje, é por nomes como Glória Maria e Tim Lopes, como Flavio Carrança e Rosane Borges, como Zileide Silva, Basilia Rodrigues, Flavia Oliveira e tantos outros. Mas se estou aqui hoje, também é pela nova geração de jornalistas pretos, especialmente os que estão na cobertura diária de Brasília comigo, batalhando por mais espaços nas redações e pela atenção das autoridades às questões raciais”. u O Troféu Luiz Gama – Decano e Decana do Jornalismo, foi entregue respectivamente aos professores Flávio Carrança e Rosane Borges, que além de décadas de carreira dedicadas à luta antirracista e à promoção da atuação de profissionais negros na Comunicação, são autores da coletânea Espelho Infiel: o negro no jornalismo brasileiro. u O primeiro a subir ao palco para receber a homenagem foi Flávio Carrança, que destacou a criação, a história e os avanços conquistados pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial – Cojira SP, órgão do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo que ajudou a criar e coordenou por 20 anos. “Eu queria cumprimentar essa iniciativa, que vai ao encontro dos objetivos da Cojira. Acho que o trabalho que o Jornalistas&Cia vem desenvolvendo nesse campo é muito importante, que contempla inclusive o levantamento de informações sobre a presença de jornalistas negros nas redações, que é um dado importante para a implementação de políticas de combate ao racismo. Eu realmente fiquei muito feliz com a homenagem e vamos em frente nesta luta! E não posso deixar de lembrar do saudoso Paulo Vieira Lima, parceiro histórico de vocês do J&Cia, que foi um dos fundadores do movimento, sendo dele a sugestão do nome da nossa Cojira”. u Na sequência, Rosane Borges destacou a importância do prêmio, do que o difere de tantas outras iniciativas e fez uma bela homenagem à ancestralidade e às lutas encabeçadas por Zumbi dos Palmares: “Há toda uma discussão sobre prêmios. No contexto em que a gente está, de artificialismos, de uma performance vazia, às vezes os prêmios caem em um lugar comum, mas não é o caso deste prêmio. Um dos motivos de eu aceitar esse prêmio, e não é modéstia nem encenação, é por pensar que ele decididamente não é meu. Esse prêmio é das vozes que me habitam e das vozes que nos antecedem. Esse prêmio é das vozes das mulheres negras silenciadas. Esse prêmio é desse momento do nosso presente, que é pura fonte de inspiração. Esse prêmio responde a uma convocatória do presente, recolhendo o que a imprensa colonial racista tentou soterrar, mas assim como Palmares, e assim como os quilombolas, nós resistimos e estamos fazendo Palmares de novo”. u E concluiu: “Mas a gente faz Palmares de novo não apenas resistindo, denunciando, morrendo, sendo violados, denunciando a violência. A gente faz Palmares de novo porque nós estamos em pleno 2023, a despeito de tudo, celebrando, acreditando, movimentando e realizando. Esse prêmio, mais que um reconhecimento das nossas trajetórias pessoais e das nossas lutas, sintetiza um Himalaia de questões. E eu diria, sem medo de ser megalômana, ele reposiciona, reatualiza e renova a luta de Zumbi dos Palmares”. Flávio Carrança, Rosane Borges e Denora Paolucci Pág.1
Edição 1.437 página 13 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze Momentos da premiação Robson Ferreira e Eduardo Ribeiro Priscilla Peixoto, Carmem Souza e Basília Rodrigues Cley Medeiros e Raimundo Leite Sheila Raiana em ação Naiara Oliveira, Shagally Ferreira e Luana Souza Marcelle Chagas, Eliane Almeida e Luiz Claudio Alves Luciana Barreto e Marcelle Chagas Pág.1
Edição 1.437 página 14 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze Rosenildo Ferreira, Guilherme Soares Dias e Flavio Carrança. Rosenildo Ferreira, Rosane Borges, Joyce Ribeiro e Luiz Paulo Lima Jordana Araújo Luciana Barreto, PC Vasconcellos, Karine Alves e Luiz Teixeira Pág.1
Edição 1.437 página 15 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze Os Mestres de Cerimônia Luiz Claudio Alves e Eliane Almeida Akins Kintê Pedro Borges, Oscar Luiz e Elaine Silva Oscar Luiz Oscar Luiz e Thais Bernardes Oscar Luiz Oscar Luiz Oscar Luiz e Andreza Oliveira Pág.1
Edição 1.437 página 16 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze Jéssica Batman e Oscar Luiz Marcela Bonfim e Oscar Luiz Edu Ribeiro, Marta Barros e Aline Reis Amon Borges e Edu Ribeiro Edu Ribeiro e Camila da Silva Marta Barros e Carmem Souza Edu Ribeiro e Fred Ferreira Guilherme Soares Dias e Marta Barros Pág.1
Edição 1.437 página 17 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze Edu Ribeiro e Jaqueline Fraga Jessica Moreira e Marta Barros Edu Ribeiro e Jordana Araújo Luiz Paulo Lima e Joyce Ribeiro Luiz Paulo Lima, Karine Alves e Rosenildo Ferreira Letícia Vídica e Rosenildo Ferreira Luiz Paulo Lima e Louise Freire Lucas Veloso e Luiz Paulo Lima Pág.1
Edição 1.437 página 18 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze Luciana Barreto e Rosenildo Ferreira Luiz Paulo Lima e Luiz Teixeira Manoel Soares e Rosenildo Ferreira Luiz Paulo Lima e Mariana Bispo Matheus Meirelles e Rosenildo Ferreira Luiz Paulo Lima e Milena Teixeira Naiara Oliveira Marcelle Chagas, Paola Ferreira Rosa e Fabio Soares Pág.1
Edição 1.437 página 19 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze Marcelle Chagas e Paulo Cesar Vasconcellos Pedro Lins e Marcelle Chagas Fabio Soares e Priscilla Peixoto Marcelle Chagas e Raimundo Leite Rebeca Motta e Fabio Soares Marcelle Chagas e Regina Dourado Rose Campos e Fabio Soares Shagally Ferreira e Fabio Soares Pág.1
Edição 1.437 página 20 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze Thiago Simpatia e Fabio Soares David Hodge e Cley Medeiros Luana Souza Vinicius Veloso Larissa Alves e Renata Pimentel David Hodge e Aline Reis Andreza Oliveira Elaine Vieira e Basilia Rodrigues Pág.1
Edição 1.437 página 21 2023 Apoio Apoio Institucional Realização Patrocínio Ouro Patrocínio Bronze Quem sabe faz ao vivo A celebração em homenagem aos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira também contou com uma performance de tirar o chapéu da artista visual Sheila Raiana. Enquanto os convidados confraternizavam e recebiam seus prêmios, ela produzia um painel em um palco instalado na área em que aconteceu o coquetel de boas-vindas. “É uma honra contribuir artisticamente em uma festa que premia profissionais pretos, pois, como mulher preta e artista, sei das dificuldades de conseguir espaço em ambientes que na sua grande maioria são majoritariamente ocupados por pessoas brancas. A minha arte é uma extensão de mim, dos meus e do que gostaria de ver nas telas. Minha arte é a grande vontade de fazer a gente presente como protagonista. Minha expressão artística vem muito disso, de querer fazer pertencente, de mostrar o protagonismo preto, de me mostrar e mostrar os meus, acima de tudo”. Flavia Oliveira e Rubia Breda Pedro Borges e Renata Pimentel Valéria Almeida Roberta Garcia e Guilherme Martins Edu Ribeiro (esq.), Oscar Luiz , Sheila Raiana, Marcelle Chagas e Rosenildo Ferreira Pág.1
Edição 1.437 página 22 Últimas n Pelo oitavo ano consecutivo os colegas especializados na cobertura de Economia, Negócios e Finanças serão homenageados por este J&Cia e pelo Portal dos Jornalistas por terem sido eleitos por seus próprios pares e pelos colegas de comunicação corporativa como os +Admirados dessa área do jornalismo brasileiro. u O evento de premiação está marcado para esta segunda-feira (27/11), no Hotel Renaissance, em São Paulo, a partir das 11h30, com apresentação dos mestres de cerimônia Fátima Turci e Joaquim Botelho, repetindo a dobradinha de 2022. u Entre os eleitos aos TOP 50 − que em verdade passaram a ser TOP 51 em função de empate − há muitos nomes novos, ao lado de outros consagrados e referências nessa área do jornalismo. Também serão homenageados os veículos TOP 3 nas oito categorias temáticas: Agência de Notícias, Canal Digital, Jornal, Podcast, Programa de Rádio, Programa de TV, Revista e Site. Como nas outras edições, destaque para a maioria feminina entre os profissionais eleitos: 29 mulheres, do total de 51 jornalistas. u O Grupo Estado liderou a eleição dos profissionais, com oito representantes de três de seus veículos entre os +Admirados do Brasil, sendo três da Agência Estado, três do Estadão e dois do e-Investidor. Na sequência aparecem Valor Econômico, com sete jornalistas entre os TOP 51, sendo seis do Valor e um do Valor Invest; e a revista Exame, com cinco representantes. u No ano passado, Miriam Leitão, do Grupo Globo, foi eleita a +Admirada Jornalista da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças de 2022. Ela é a recordista nessa premiação, com cinco troféus conquistados nos anos de 2016, 17, 18, 19 e 22. Carlos Alberto Sardenberg dividiu o título com Miriam em 2019, e nas outras edições os vencedores foram Nathalia Arcuri (2020) e Thiago Salomão (2021). Dos quatro, apenas Miriam foi eleita novamente entre os +Admirados do País na cobertura de economia. u Confira aqui os colegas eleitos este ano e que estarão no almoço de premiação. Vale destacar que a cerimônia será transmitida ao vivo pelo canal do Portal dos Jornalistas no YouTube. +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças Almoço de premiação será nesta segunda-feira (27/11), no Renaissance, em São Paulo Premiação é patrocinada por BTG Pactual, Deloitte, Gerdau, Nexcom, Vale e Vivo e conta com apoio de Latam e Ibri n Pelo terceiro ano consecutivo, o MediaTalks by J&Cia, parceiro de conteúdo do UOL, dedicará um de seus especiais anuais à COP, neste caso a COP28, que será realizada daqui há alguns dias nos Emirados Árabes Unidos, sendo a primeira sob a gestão de Lula, Marina Silva e Sônia Guajajara. Nela, a partir da coordenação de Luciana Gurgel e Aldo De Luca, desde Londres, mais a participação de correspondentes brasileiras em Argentina, Suécia, EUA e Itália, buscará aprofundar o debate sobre o papel do jornalismo, das redes sociais e das corporações para a solução da crise climática. u “O objetivo, como fizemos já nos dois primeiros especiais”, diz Luciana Gurgel, editora-chefe do MediaTalks, que tem mais de 100 mil visitantes/mês, “é ir além do noticiário da Conferência, levando para os colegas das redações do Brasil pesquisas, entrevistas e artigos com a visão de jornalistas de grandes organizações de mídia internacionais, executivos de comunicação, lideranças empresariais, acadêmicos e dirigentes de organizações não governamentais. Além disso, vamos usar conteúdo de parceiros da rede Covering Climate Now”. Uma pauta com forte interesse jornalístico e corporativo n O especial COP28 do MediaTalks buscará responder, como assinala a editora-chefe do MediaTalks, a uma série de indagações nesse novo contexto político do Brasil, entre elas: • O jornalismo está respondendo à altura do desafio, quantitativa e qualitativamente? • Alarmismo ambiental ainda funciona para convencer? • O que mudou na percepção do mundo sobre a crise climática diante de outras crises, como custo de vida, guerras e migração? • O que é jornalismo de soluções e como ele pode ajudar? • Qual o papel da cultura e do entretenimento na crise da mudança climática? • Como manter o público engajado na causa ambiental? • Os movimentos anti-woke podem silenciar as corporações ou provocar retrocesso na agenda ambiental? • ‘Atribuição’: o que é e por que ela é importante? • Dicas de manuais, guias e livros para escrever e falar sobre as mudanças climáticas em sintonia com a ciência Conteúdo será veiculado em revista especial e outros cinco canais n Todo esse valioso conteúdo será veiculado na revista digital, em edição premium, em uma page especial do MediaTalks alimentada diariamente durante a COP28; distribuído a uma audiência de mais de 55 mil profissionais e jornalistas e veiculado no UOL, do qual o site é parceiro de conteúdo. Deadline comercial n O Especial MediaTalks COP28 circulará na segunda semana de dezembro, logo após o dia 12, quando se encerra a Conferência. O deadline comercial, para marcas interessadas em participar comercial e editorialmente do projeto, é no próximo dia 29 de novembro. Outras informações com Silvio Ribeiro, pelo silvio@ jornalistasecia.com.br ou 1997120-6693. MediaTalks fará edição especial sobre a COP28 Edição, que circulará no encerramento da Conferência, já conta com o apoio de AngloAmerican, BRF, Cummins, Itaú Unibanco e TekBond, além do apoio master da GM Pág.1
Edição 1.437 página 23 EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E Esta coluna é de responsabilidade da Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação A coluna de hoje aborda a reportagem da Rede JP sobre as recentes “ondas” de calor no Brasil, evidenciando temperaturas extremas. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais revelam um aumento significativo de dias com altas temperaturas nas últimas seis décadas, com destaque para a última. O Instituto Nacional de Meteorologia alerta sobre os meses mais quentes desde o início da série histórica. Além disso, a matéria destaca mudanças nos padrões de chuvas, com aumento de dias secos em algumas regiões e aumento das chuvas no Sul. O conceito de racismo ambiental é introduzido, destacando a desigualdade no impacto das mudanças climáticas em comunidades étnicas minoritárias. Um seminário recente, promovido pelo Observatório da Branquitude, explorou a interseção entre racismo ambiental e mudanças climáticas. Thales Vieira, codiretor executivo, enfatizou a responsabilidade de abordar as mudanças climáticas considerando os efeitos desproporcionais em populações racializadas. O debate climático é apontado como crucial, com a necessidade de ampliar a discussão para incluir perspectivas diversas, principalmente as vozes negras e periféricas. (Leia a íntegra) Racismo ambiental e mudanças climáticas Thales Vieira fala na reunião do Observatório da Branquitude Felipe Alberto / Dunas n Juliana Dal Piva, autora do podcast A Vida Secreta de Jair, revelou em 17/11 sua saída do UOL. No veículo desde 2020, atuava como colunista e repórter investigativa. u O anúncio foi feito pelas redes sociais. Na publicação, Juliana agradeceu pelo período no veículo e aos colegas de equipe: “Hoje eu me despeço do meu trabalho no UOL e deixo meu obrigada para muita gente talentosa com quem trabalhei e aprendi nesses três anos. Vocês sabem quem são. Acho que abracei cada um ao longo desse tempo”. u Também agradeceu pelo sucesso do podcast, feito com o núcleo investigativo do UOL, que teve mais de cinco milhões de downloads. Juliana segue como repórter do Centro Latino-Americano de Jornalismo Investigativo (CLIP) no Brasil. u Formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ela tem mestrado pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da FGV. Teve passagens por Folha de S.Paulo, O Dia e O Estado de S. Paulo. Juliana Dal Piva anuncia saída do UOL Juliana Dal Piva n O jornalista e escritor Fernando Morais foi eleito presidente da agência internacional Inter Press Service (IPS), empresa independente criada em 1964, em Roma, com foco em comunicação democrática e temas de países em desenvolvimento. u Morais é o primeiro brasileiro a assumir a presidência da agência, que é sediada no prédio da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, e tem escritórios e correspondentes em diversos países. Nascido em Minas Gerais, o jornalista trabalhou em diversos veículos pelo País. Venceu três vezes o Prêmio Esso e quatro vezes o Prêmio Abril de Jornalismo. Em 2001, venceu o Prêmio Jabuti com o livro Corações Sujos. Além disso, foi deputado estadual e secretário da Cultura e da Educação de São Paulo. Fernando Morais é o novo presidente da Inter Press Service Fernando Morais Sindicato dos Jornalistas de SP/Twitter conitnuação - Últimas Pág.1
Edição 1.437 página 24 De Londres, Luciana Gurgel Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. Lançado em 30 de novembro de 2022, o ChatGPT vai completar um ano de vida, mas a data acabou ofuscada pela demissão de Sam Altman, CEO da OpenIA − sem explicação sobre o que ele teria escondido do conselho para merecer um tratamento incomum no mundo corporativo, gerando uma novela na mídia e alvoroço no Vale do Silício até a sua recondução. As especulações sobre se a demissão da principal estrela da IA estaria relacionada à segurança foram inevitáveis, o que é consistente com as incertezas em torno da tecnologia. Embora ela não tenha sido inventada pela OpenIA, o ChatGPT foi o divisor de águas e provocou a concorrência. O Google entrou na briga com o Bard. Agora, Elon Musk chega com seu Grok, que parece inspirado no dono, respondendo aos prompts dos usuários com ironias. Mas muitos questionamentos sobre privacidade, direitos autorais e desinformação continuam sem resposta. E as regulamentações ainda não saíram do papel na maioria dos países. No meio dessa confusão, a Repórteres Sem Fronteiras deu um passo importante. Na semana passada, a organização publicou uma carta de princípios para guiar o uso da IA generativa pelo jornalismo. O texto foi elaborado por uma comissão de notáveis de vários países − nenhum do Brasil −, liderada pela filipina Maria Ressa, detentora do Nobel da Paz de 2021. Ressa tem credenciais para falar sobre o tema que vão além de seu prêmio. Ela é uma crítica feroz das redes sociais e de sua dificuldade em controlar desinformação e discurso de ódio, riscos também associados à IA. Ao apresentar a chamada Carta de Paris, ela destacou que a inteligência artificial pode prestar serviços notáveis à humanidade, “mas tem claramente o potencial de ampliar a manipulação das mentes em dimensões sem precedentes na história”. Para a jornalista, a evidência factual, a distinção clara entre conteúdo autêntico e sintético, a independência editorial e a responsabilidade humana serão as principais garantias para o direito a notícias e informações confiáveis na era da IA. Enquanto o caos reina no Vale do Silício, a Repórteres Sem Fronteiras tenta disciplinar a IA no jornalismo A carta tem dez princípios: • A ética jornalística deve guiar o uso da IA por empresas de mídia e profissionais, sendo colocada a serviço dos valores essenciais da atividade, como veracidade, precisão, justiça, imparcialidade, independência, não-lesão, não-discriminação, responsabilização e respeito pela privacidade e pelo sigilo das fontes. • Os meios de comunicação priorizarão os seres humanos ao usarem a IA, tanto na tomada de decisões sobre estratégias de longo prazo quanto nas escolhas editoriais diárias. • Os sistemas de IA utilizados no jornalismo devem ser submetidos a avaliações independentes por parte de entidades do setor − como a própria RSF. • As empresas jornalísticas assumirão a responsabilidade pelo conteúdo resultante do uso da IA em apuração, produção ou distribuição de notícias. • Os meios de comunicação deverão ser transparentes, divulgando ao público se a IA teve participação significativa no conteúdo − ainda falta definir a extensão de “significativa”. • Ferramentas de última geração devem ser adotadas para garantir a autenticidade de origem de conteúdos veiculados, minimizando o risco de conteúdos falsos. • O jornalismo deve estabelecer uma linha clara entre conteúdo real e sintético, e evitar o uso de recursos que simulem situações ou pessoas reais. • A personalização de conteúdos deve ser orientada pela ética, promovendo perspectivas diferenciadas sobre vários temas e dando aos usuários a opção de desativar preferências para ter acesso a conteúdo não filtrado. • Empresas jornalísticas e associações devem ter papel na governança e regulamentação da IA. • O jornalismo deve preservar sua base ética e econômica no engajamento com organizações de IA, assegurando acordos que garantam a sustentabilidade econômica e os diretos autorais. Como toda carta de princípios, o documento da comissão criada pela Repórteres Sem Fronteiras é cheio de boas intenções, e algumas de suas propostas não dependem apenas de jornalistas, redações ou empresas de mídia. Mas é um bom começo − e muito melhor do que não fazer nada, especialmente quando nem os líderes da IA estão se entendendo. HÁ 10 ANOS APERFEIÇOANDO O MERCADO DE COMUNICAÇÃO VOCÊ TEM QUE ESTAR AQUI! A MAIOR FERRAMENTA DE ENVIO DE RELEASES DO BRASIL! MAIS DE 55 MIL JORNALISTAS NO MAILING DE IMPRENSA! O QUE VOCÊ ESTÁ ESPERANDO PARA CONTRATAR? Pág.1
Edição 1.437 página 25 conitnuação - MediaTalks Soltem os jornalistas! − Além dos mais de 40 jornalistas que perderam a vida em Gaza, Israel e Líbano desde os ataques do Hamas em 7 de outubro, há pelo menos 14 profissionais de imprensa presos pelas forças de segurança de Israel na Cisjordânia, denunciou nesta em 20/11 a organização de liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras. Segundo a RSF, a maioria foi capturada em suas casas e em ataques direcionados praticados entre 15 de outubro e 8 de novembro no território palestino. “O aumento da repressão constitui um grave obstáculo à liberdade de imprensa”, disse a organização, exigindo a libertação imediata dos jornalistas. Liberdade de imprensa? − Dias antes da vitória de Javier Milei no segundo turno das eleições na Argentina, realizado em 19/11, um documento da Sociedade Americana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) sobre liberdade de imprensa na região destacou as preocupações de organizações de jornalismo com a relação tensa do presidente eleito com a mídia, e o risco de que isso venha a deteriorar ainda mais a situação no país. Segundo o relatório da SIP, apresentado e debatido em sua assembleia geral realizada no México no dia 10 de novembro, “Milei praticou mais de vinte agressões e intimidações contra jornalistas, desde insultos a processos judiciais”, chegando a dizer que muitas das críticas que recebe “partem de profissionais supostamente corruptos”. O Índice Chaputelpec de Liberdade de Imprensa da organização lista a Argentina em 11º lugar entre 22 países, apontando problemas como violência por parte do nacotráfico em Rosário, ataques e assédio judicial a jornalistas e as ameaças de Milei, que vão desde ofensas até sinais de que pode “mudar o padrão publicitário oficial”, segundo a SIP. Wiki Loves Monuments − Uma imagem do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, projetado como uma escultura contra o céu alaranjado do entardecer na Baía da Guanabara foi a vencedora da etapa Brasil do concurso internacional Wiki Loves Monuments Brasil, organizado pela enciclopédia online para aumentar o acervo de fotos gratuitas e adicionar novos ângulos de monumentos já registrados em todo o mundo. De autoria de Bruno Tamm Rabello, a foto foi a escolhida entre mais de 13 mil imagens de monumentos e sítios históricos enviadas por 122 fotógrafos profissionais e amadores. As dez melhores imagens da etapa nacional vão representar o Brasil na etapa internacional do concurso Wiki Loves Monuments, que em 2022 elegeu uma foto do Gabinete Português de Leitura, no Rio, como a vencedora global. Bolsas sobre drogas − A Fundação Gabo está com inscrições abertas para a quinta edição do programa de anual de bolsas para jornalistas Fundo de Investigação e Novas Narrativas sobre Drogas, em parceria com a Open Society Foundations (OSF). Serão concedidas no máximo 14 bolsas com valores entre US$ 3,5 mil (R$ 17 mil) a US$ 5 mil (RS$ 24,5 mil) para o desenvolvimento de projetos de investigação jornalística em Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. Os escolhidos terão três meses para realizar o projeto e contarão com mentoria dos organizadores. Milei vs. jornalismo − A decisão de incluir as empresas de mídia públicas da Argentina no plano de privatização de estatais, anunciada pelo presidente eleito Javier Milei, provocou reação imediata do setor. Já havia especulações de que a onda de privatizações do novo governo poderia atingir o sistema estatal de imprensa, mas dias antes do segundo turno das eleições a coalizão La Libertad Avanza (LLA) desmentiu essa possibilidade depois de uma declaração feita pela deputada eleita Lilia Lemoine. No entanto, os sinais eram claros. Javier Milei, que mantém uma relação pouco amistosa com a imprensa, havia afirmado em entrevistas que os meios de comunicação públicos são “um ministério secreto de propaganda” e que “tudo o que puder estar nas mãos do setor privado, estará”. Esta semana em MediaTalks Bruno Tamm Rabello Branded Content Ideias & Cia Por Manuel Rocha, consultor sênior de Negócios Internacionais nos EUA A indústria da mineração está constantemente sob escrutínio e enfrenta notáveis riscos de reputação, especialmente devido ao surgimento de novas formas de comunicação que amplificam as vozes mais críticas. Uma recente análise de big data, realizada pela LLYC, avaliou a percepção da mineração na sociedade de dez países latino-americanos. Este estudo revelou que a indústria mineradora fez muito mais do que comunicou sobre o que realmente faz. Um fator que influencia definitivamente são as circunstâncias particulares da América Latina, uma região que ainda carrega problemas estruturais que repercutem na conversa sobre o setor. Questões como a corrupção, o quarto tema mais mencionado em relação à mineração, ou a extração ilegal são assuntos ainda relacionados à indústria mineradora. No caso do primeiro, isso ocorre devido a eventos específicos ocorridos no passado; e em relação ao segundo, a iniciativa parte dos governos e até mesmo das próprias empresas, que, buscando diferenciar suas boas práticas, têm elevado o posicionamento de uma atividade ilegal que nunca deveria ser chamada de mineração. A resposta da indústria em elevar o conceito de “mineração sustentável”, a fim de evidenciar os planos de gestão ambiental e projetos comunitários das empresas, tem uma presença muito limitada na conversa, ocupando apenas 2%, e o sentimento associado a este tema continua sendo majoritariamente neutro (74%), mostrando que não está alcançando um público mais amplo além do círculo da mineração. Uma nova mineração no imaginário coletivo Manuel Rocha Pág.1
Edição 1.437 página 26 Comunicação Corporativa n As reservas para a cerimônia de premiação destinadas às agências de comunicação e organizações empresariais e públicas finalistas da edição 2023 do Prêmio Jatobá PR encerram-se nesta sexta-feira (25/11). A partir de segunda-feira (28/11), as vagas não adquiridas serão abertas para todo o mercado. u O evento de premiação será em 5/12, no Hotel Renaissance, em São Paulo, a partir das 19 horas. Nele serão entregues os 43 troféus, abrangendo 31 categorias, cinco premiações regionais, três premiações para Cases do Ano, três premiações para Organizações do Ano, uma premiação Destaque, além da homenagem à Aberje, que receberá o Troféu Jatobá Decio Paes Manso de Contribuição à Comunicação Corporativa e ao PR. u As reservas podem ser feitas diretamente no site do Jatobá, já com a escolha do lugar que será ocupado durante a festa – aqui o link (basta acessar com login e senha ou então se registrar). n A Confederação Nacional das Seguradoras promoveu mudanças no seu Departamento de Comunicação e Marketing, liderado pela superintendente executiva Carla Simões. Uma delas foi a chegada de Clovis Horta para a Gerência de Comunicação. Clovis estava na Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e antes passou por Apex Brasil, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Senado Federal, e pelas agências FSB e LLYC. u Um pouco antes, também chegou, para ocupar a Gerência de Marketing e Patrocínios, Gisele Freitas, vinda da startup Rock Content e com passagens pelos mercados financeiro, educacional e de grandes eventos, além da TV Globo. uBruno Rodrigues, com longa experiência em gestão da informação e dez anos de Petrobras, chegou para cuidar do hub de conteúdo que engloba três sites da Confederação (o institucional, o da Revista de Seguros e o do Notícias do Seguro). u Quarta e quinta novidades: Natasha Breder foi transferida para a área de produtos da Confederação para criar o marketing do departamento; e Neide Fujioka foi implementar a comunicação institucional na Fenacap – Federação que reúne as empresas de Capitalização. Ambas têm mais de cinco anos na CNseg. u A Comunicação da entidade, que conta hoje com 20 profissionais internos, vem investindo na produção de conteúdo em mídia online e offline, além de patrocínios, com o objetivo de mudar a linguagem do setor segurador e aumentar o acesso dos brasileiros aos produtos de seguros, previdência e capitalização. E mais... n Felipe Rider de Abreu, ex- -Approach, que atuou por pouco mais de dois anos como assessor de imprensa na N9NE, até março, integrou-se em novembro ao time da FSB Comunicação. Prêmio Jatobá PR Reservas para os finalistas no jantar de premiação no Renaissance encerram-se nesta sexta-feira (25/11) Brasília nJoão Freire, ex-produtor executivo da Revista Fórum, que fez um job de quatro meses na Oficina Consultoria, como coordenador de comunicação para a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, começou em outubro na FSB, contratado como coordenador de comunicação do Projeto Indústria Verde, criado sob os auspícios da Confederação Nacional da Indústria (CNI). João Freire Rio de Janeiro Mudanças na Comunicação e Marketing da CNseg Felipe Abreu Neide Fujioka Natasha Breder Bruno Rodrigues Gisele Freitas Clóvis Horta Carla Simões Pág.1
Edição 1.437 página 27 conitnuação - Comunicação Corporativa nRodrigo Marinheirodespediu- -se dias atrás da Associação Paulista de Supermercados (Apas), onde por três anos e meio foi head de Relações Institucionais, Relações Governamentais e Comunicação. Antes, cuidou de relações corporativas e comunicação na Rede Santa Catarina; foi consultor sênior na BPA; atuou como especialista em reputação no Itaú; e como especialista em relações institucionais na Fiesp. u Em mensagem que postou no Linkedin, lembrou do desafio que foi cuidar da área de relações institucionais da entidade no período da pandemia que ocasionou uma crise político-institucional e regulatória sem precedentes no setor − e que culminou com distinções como o Prêmio Marco Maciel − Ética e Transparência na Relação Público-Privada, em 2021. São Paulo Rodrigo Marinheiro deixa a Apas Rodrigo Marinheiro Alessandra Blanco Ana Soares Anna Luisa Dafico E mais... nAlessandra Blanco começou em outubro em nova posição no Google, como gerente de desenvolvimento de parcerias estratégicas para notícias. Antes, foi do time editorial do Yahoo Brasil, com responsabilidades sobre Canadá e América Latina. nAna Claudia de Assunção Soares, que foi atendimento júnior e depois pleno da Approach por um ano e dez meses, até julho, está desde então como consultora pleno na RPMA, no atendimento aos clientes EstrelaBet, Dux Nutrition e Camicado. n Anna Luisa Dafico assumiu nova posição no Grupo Heineken, organização em que está há oito anos. Deixou a Gerência de Marketing da marca Amstel para ser gerente de marketing sênior das marcas Eisenbahn, cerveja de estilo artesanal criada em Blumenau (SC), e Sol, cerveja que começou no México há mais de 120 anos. n Bruno Godoy está de casa nova. Deixou em novembro a NR7, onde era gerente de atendimento e esteve por pouco mais de dois anos, e foi para a BCW Brasil, contratado para a função de gerente de conta. Antes, foi por dois anos e meio da LLYC. n Danilo Alves, apresentador do Bossanova Investimentos, começou em novembro como analista de marketing no Grupo Moon. n Flávia Cunha, gerente de atendimento, que esteve por um ano e sete meses, até agosto, na Dfreire, iniciou em novembro nova jornada na Loures, como coordenadora de atendimento para o Grupo Carrefour Brasil. n Glaucia Cristina Scavassi, que foi de Sanofi, Bird Comunicação Inventiva e Dafiti Group, onde atuou até julho, começou em setembro como coordenadora de marketing em parceria de novos negócios no Grupo Arcor. Bruno Godoy Danilo Alves Flávia Cunha Glaucia Cristina Scavassi Pág.1
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