Edição 1.434 página 3 Últimas n O Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira já representa mais do que uma simples cerimônia de premiação; tornou-se um evento que celebra a diversidade e a luta antirracista no jornalismo do Brasil, reconhecendo os profissionais pretos do cenário jornalístico brasileiro. Ele não só tem promovido a igualdade racial, mas também reforçado o seu compromisso com a igualdade de gênero na mídia, impulsionada pela massiva representatividade das mulheres na premiação. u O prêmio é uma iniciativa inédita, que reconhece e celebra jornalistas negros e negras, assim como veículos de comunicação que se destacam na cobertura de pautas raciais e na luta antirracista. Promovido por este J&Cia em parceria com Neo Mondo, 1 Papo Reto e a Rede JP de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação, ele destaca a excelência no jornalismo e promove a diversidade e inclusão nas redações, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária. A cerimônia de entrega será em 13/11, às 18h, na Unibes Cultural, em São Paulo (rua Oscar Freire, 2.500), com transmissão pelo YouTube. u Marcelle Chagas, coordenadora da Rede JP, comunidade global composta majoritariamente por jornalistas negras, diz que esse compromisso se reflete na premiação, visto que a Rede JP, que atua com pilares como educação, representatividade e oportunidade, proporcionando uma série de inovações no segmento, surgiu em 2018 a partir de suas próprias experiências pessoais enquanto mulher negra no mercado de comunicação: “Ao longo de minha trajetória, percorri várias redações e empresas de comunicação, e sempre percebi a ausência de diversidade no ambiente de trabalho”. u Essa experiência pessoal de Marcelle ilustra a realidade que muitas jornalistas negras enfrentam, como apontam os dados do levantamento Perfil Racial da Imprensa Brasileira, conduzido pelo J&Cia. Os números evidenciam que o machismo e o racismo, quando combinados, afetam a vida profissional de 85% das jornalistas negras. Dentre elas, 52,3% ainda enfrentam descrença em suas vozes e 20,5% sofreram assédio sexual, enquanto 15,9% denunciaram discriminação e enfrentam disparidades salariais e obstáculos no avanço de suas carreiras. u Segundo Marcelle, o fato de ser mulher também se torna especialmente significativo na coordenação de um projeto que foi minuciosamente concebido, desenvolvido e implementado por elas: “Com frequência, enfrentamos a necessidade de reforçar a nossa presença para evitar que nossas vozes sejam subestimadas ou ignoradas”. u Esse cenário destaca a urgência de iniciativas como o Prêmio +Admirados, que não apenas reconhecem a excelência e contribuição das profissionais de comunicação, mas também trabalham para combater as barreiras sistêmicas que prejudicam suas carreiras. E esse compromisso não se reflete apenas na premiação, mas em toda a programação e homenagens. u Marcelle segue explicando que celebrar as conquistas das jornalistas negras e negros na premiação é de extrema importância por diversos motivos, visto que esse reconhecimento não apenas presta uma homenagem às realizações individuais, mas também ajuda a construir um registro visível das contribuições substanciais desses profissionais ao cenário jornalístico: “Quando jornalistas negras e negros são celebrados por seu mérito e excelência profissional, isso demonstra que eles são igualmente capazes e merecedores de reconhecimento e prestígio na indústria. Além do mais, contribuímos significativamente para o combate a estereótipos e preconceitos arraigados, que historicamente desvalorizaram o trabalho e a voz dos jornalistas pretos”. u Ainda de acordo com ela, essa valorização também serve como exemplo inspirador para outras mulheres negras que desejam seguir carreira no jornalismo. Ao verem as profissionais sendo celebradas, elas se sentem encorajadas a perseguir seus sonhos e superar obstáculos, contribuindo para a pluralidade, o enriquecimento do campo jornalístico e impactando também a formação da próxima geração de comunicadores no Brasil. Marcelle completa: “O reconhecimento das realizações dos jornalistas negras e negros não é apenas um ato de justiça, mas também uma forma de reparar as históricas adversidades e desigualdades que enfrentaram ao longo das décadas. Isso representa o reconhecimento do impacto positivo que esses profissionais têm na sociedade”. Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira Representatividade feminina é massiva entre os finalistas Premiação representa um compromisso na promoção da igualdade racial e de gênero na imprensa brasileira Marcelle Chagas
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