Edição 1.419 página 13 Contatos pelos [email protected], http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333 PRECIO SIDADES do Acervo ASSIS ÂNGELO Por Assis Ângelo Licenciosidade é o mesmo que putaria; e, numa expressão mais leve, erotismo. O erótico está em tudo quanto é canto da vida. Está na boca do povo, através da literatura popular, até na arte erudita, que ocupa espaço no balé, no teatro, no cinema, na ópera − desde que ópera é ópera, cujo marco se acha na Alemanha e na Itália. E nunca é tarde para lembrar que o velho teatro de revista, há muito fora de pauta, abordava com alguma ingenuidade as questões referentes a sexo e fantasia. Nesse tipo de teatro destacou-se, entre outras atrizes, Aracy Cortes. Em 1923, Aracy Cortes já era nome consagrado. De certo modo, foi o teatro de revista que inspirou a indústria de filmes pornôs. O duplo sentido no campo erótico é algo que vem de tempos imemoriais. Em tempos mais recentes, quando ainda havia bancas de revistas em tudo quanto é esquina, era fácil comprar revistas do tipo Ele e Ela e Status. Na Ele e Ela havia um encarte mensal intitulado Fórum, onde os leitores contavam seus sonhos e aventuras na cama. A revista Status chegou a promover concursos de contos eróticos. Fez sucesso. E a Playboy, hein? Foi na revista Playboy que o Brasil tomou conhecimento da existência do criador dos “catecismos” que faziam a alegria da molecada, entre os anos 1950 e 60. Seu autor: Carlos Zéfiro, na realidade, Alcides Aguiar Caminha. E na TV, hein? Muitas cantoras brasileiras − e Anitta não foi a primeira – apresentaram-se em público de modo insinuante, provocativo, seminuas. Muitas vezes, ao cantarem, insinuaram uma relação sexual. Isso aconteceu nas apresentações de Sol, Gretchen, Sharon, Tiazinha, Rita Cadillac. Sol, pela mídia sensacionalista, era chamada de “sex symbol”. Deixou o Brasil e foi buscar fama no Japão, onde conquistou um público que a chamava com entusiasmo de Musa do Imperador. Lá, no Japão, ela cantava em inglês, francês, espanhol, italiano, alemão e japonês. Nome de batismo: Sandra do Valle Reis. Outro nome marcante no campo da música sensual e de duplo sentido foi Gretchen, de batismo Maria Odete Brito de Miranda de Licenciosidade na cultura popular (XVIII) Souza. Apresentava-se cantando igual a Sol. É de se perguntar: “Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?”. Gretchen, que era chamada de Rainha do Rebolado, e Sol apresentavam-se de modo praticamente idêntico, mas chegaram a brigar no campo jurídico. Sol processou Gretchen por ser citada no livro Gretchen: Uma Biografia Quase Não Autorizada (Ed. Ilelis Letraria, 2015) como Barbie P… Sharon e Tiazinha foram outros dois nomes bastante frequentes nas telinhas de TV. Sharon era dançarina do SBT e Tiazinha, da Bandeirantes; esta fazia um sucesso danado com uma máscara cobrindo parte da cara. Sensualíssima. Uma festa e tanto para os onanistas de plantão. E Rita Cadillac, hein? Rita Cadillac, no RG Rita de Cássia Coutinho, integrava o corpo de dançarinas do “velho guerreiro” Chacrinha. Depois da morte de Chacrinha, Rita passou a fazer apresentações nos palcos da vida, cantando, inclusive. Depois, virou atriz pornô. Em 2023, a apresentadora de TV Xuxa Meneghel abre a mente e o coração no podcast Quem Pode, Pod para lembrar suas aventuras sexuais com alguns de seus ex-namorados. A respeito de Pelé, diz que ele se dividia em três personagens: Edson, Dico e Pelé, que ao final lhe deixou traumas. Depois disso, ela tece loas a Ayrton Senna, que correspondeu a todas as suas fantasias e ainda tirou-lhe os traumas deixados pelo Rei do Futebol. Anos antes do advento da TV no Brasil, em 1950, a bailarina capixaba Dora Vivacqua marcou época. Apresentava-se em circos e em ambientes impróprios para menores de 18 anos dançando de modo sensual, deixando a plateia masculina ouriçada. Detalhe: ela ocupava o palco “brincando” completamente nua com duas jiboias chamadas de Cornélio e Castorina. Isso a partir de 1944, no Rio. Em 1947, Dora adotou o pseudônimo de Luz Del Fuego. Foi presa diversas vezes. Em 1949, Del Fuego lançou o livro A Verdade Nua enquanto formava o Partido Naturalista Brasileiro. Dora/Del Fuego nasceu em 1917 e morreu em 1967, assassinada. Reproduções por Flor Maria e Anna da Hora Luz Del Fuego
RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==