Edição 1.416 página 35 IF? Serão priorizadas ou a equipe tem liberdade para consultar fontes de todo o mercado, inclusive da concorrência? Modé – A equipe, mais do que a liberdade, tem a obrigação de buscar fontes fora do universo Itaú Unibanco. E tem feito isso com naturalidade e consistência. Sem dúvida, somos privilegiados, porque o banco tem equipes de primeiríssima linha em todo o ecossistema de informações e negócios de economia, investimentos e finanças. Mas o mercado é muito amplo e precisamos incorporar visões e conhecimentos diferentes, dado que somos um veículo de comunicação como outro qualquer. J&Cia – Inevitável, a propósito, perguntar sobre a independência editorial da IF em relação aos interesses do Itaú. Como isso está pactuado dentro da companhia? Até onde vai a autonomia da equipe, inclusive em assuntos que envolvam a própria instituição ou mesmo em relação à concorrência? Modé – A redação da IF tem total liberdade e autonomia para definir e executar as pautas. Temos metas próprias, principalmente de audiência e engajamento, que não guardam nenhuma relação com metas de áreas de negócios do banco. O interesse do Itaú na IF é fomentar a conversa sobre investimentos e finanças pessoais. Como notam teóricos da comunicação, saímos da era do entretenimento no século 20 para entrar na era da informação no século 21. Além disso, a comunicação persuasiva vem perdendo espaço para a comunicação conversacional. Nesse contexto, conteúdo é essencial. E nós acreditamos fortemente no conteúdo de cunho noticioso/editorial. J&Cia – Qual comparação pode ser feita entre a Inteligência Financeira, do Itaú Unibanco, e experiências como as da XP, com o Infomoney, do BTG Pactual, com a revista Exame, do Banco Safra, com O Especialista? O que diferencia a IF dos “concorrentes”? Modé – Nosso posicionamento, desde o início, é falar com os investidores de forma geral, desde o iniciante até o mais experiente. Nos apoiamos em pesquisas e evidências empíricas que mostram que, mesmo entre pessoas com maior capacidade de investimento, há carência por informações claras e acessíveis. A linguagem e o olhar de mundo da IF tentam resolver essa “dor”. J&Cia – Qual o investimento no projeto e como será a sustentabilidade? Haverá publicidade externa, por exemplo, ou o próprio banco será o único “cliente”? Modé – Não divulgamos os valores investidos. Em um primeiro momento, diferentes áreas/propriedades do Itaú serão as únicas a exibir publicidade na IF. J&Cia – Como foi até aqui a curva de audiência da IF e quais as metas projetadas nesta nova etapa? Modé – Também não abrimos esses dados, mas posso afirmar que já estamos entre as seis maiores audiências do segmento, com mais de 3 milhões de visitantes únicos por mês. J&Cia – Há um trabalho em atrair para a IF a base de clientes do Itaú? Há conversas com o Marketing nessa direção? Modé – Sim, há um trabalho (que tende a se fortalecer) para apresentar a IF, cada vez mais, para os milhões de clientes do Itaú Unibanco em todos os seus negócios. J&Cia – O que a IF agrega, na visão dos dirigentes e mesmo da equipe, em termos de reputação para o banco? E em termos comerciais? Há objetivos definidos? Quais? Modé – A principal razão de a IF existir é ajudar as pessoas a entenderem melhor o mundo dos investimentos. Nesse sentido, encaixa-se em uma tradição do Itaú Unibanco de ter causas que se conectam com as demandas e necessidades da sociedade, em especial nas áreas de educação e cultura. No caso específico da IF, houve também um reconhecimento, por parte do banco, de que precisávamos ampliar o escopo do nosso ecossistema de investimentos. Ter uma plataforma de notícias de finanças e investimentos encaixa-se nesse objetivo. J&Cia – Quais os objetivos principais desse investimento do banco, pensando, de um lado, nos próprios clientes, e, de outro, no mercado em geral? Modé – O principal objetivo é ampliar o acesso a informações de finanças e investimentos, tornando um universo que pode parecer distante mais acessível para a população em geral, com isenção e qualidade. A partir disso, esperamos contribuir para que as pessoas tenham autonomia e confiança para tomar suas decisões financeiras. Esse movimento beneficia o mercado em geral e os nossos clientes, que ficam livres para escolher o que melhor se encaixa no seu momento de vida. J&Cia – Como foi pensada e como tem sido executada a conexão com os leitores? E com as redes sociais? Modé – Nós entendemos que o nosso público tem diferentes necessidades e hábitos de consumo de conteúdo. Por isso, pensamos sempre na adequação ao ecossistema de cada plataforma. Na Inteligência Financeira, abordamos o mesmo tema de maneiras diferentes, mas a nossa preocupação é a mesma: que a mensagem fique clara e cumpra a missão de provocar a vontade de entender mais sobre investimentos. Planejamos produtos exclusivamente para as redes sociais, distribuímos newsletters e estamos avançando em materiais mais aprofundados, como os e-books, tudo para que cada perfil se sinta atendido pela IF. Temos uma frente grande de vídeo e contamos com parceiros como Gabriel Navarro, um dos maiores influenciadores de finanças do TikTok e do Instagram; Dirlene Silva, economista top voice no Linkedin; e a jornalista Mara Luquet, que é praticamente sinônimo de finanças pessoais e investimentos, dado que foi pioneira nessa cobertura. Eles nos ajudam a estar mais próximos da audiência, entender o que quer saber. J&Cia – Falando de um modo geral e após mais de um ano na liderança da IF, que impactos crê que essa nova tendência editorial, apoiada na chamada mídia proprietária, provoca no jornalismo tradicional? Modé – A mídia proprietária é uma excelente notícia (sem trocadilho) para o ambiente de comunicação e para os profissionais de jornalismo. A desinconitnuação - Especial
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