Jornalistas&Cia 1412

Edição 1.409 página 6 ESPECIAL DIA DA IMPRENSA Jornalismo Digital o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), a proporção dos quase 160 milhões de internautas brasileiros que postaram conteúdo de sua autoria (textos, imagens ou vídeos) saltou de 31% em 2021 para 43% em 2022. E, para o bem ou para o mal, é esse oceano de informação ou desinformação em que o jornalismo tenta navegar, sem amarras, mas também sem porto abrigado. Não existem receitas, não existem modelos, não há fórmulas prontas. Cada um precisa encontrar um formato próprio, que viabilize a sua existência, investindo pesado em qualidade que o diferencie da concorrência e percebendo que, aqui, qualidade não se restringe ao conteúdo, mas chega até o design, passando pela linguagem mais apropriada para cada formato e público. O que é o quê Os brasileiros são os que mais consomem informação online em toda a América Latina, segundo a Comscore (consultoria norte-americana de análise de mídia, referencial para o mundo publicitário): 96% dos usuários brasileiros consomem conteúdos jornalísticos digitais. A média mundial é de 90%. São mais de 126 milhões de brasileiros acessando informação online, 63% dos quais pelo celular. Se esta parece uma boa notícia, talvez não haja, aqui, muito a comemorar. Porque o usuário não distingue muito bem redes sociais de produtos jornalísticos. Segundo Marcelo Rech, presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais), o mundo digital virou de cabeça para baixo o cenário da informação: “No Brasil, assim como nos Estados Unidos, a educação midiática é quase inexistente. Na cabeça do usuário, tudo é jornalismo, até os sites de baixa qualidade, que só buscam audiência, o pseudojornalismo”. O resultado, acrescenta Rech, é que “o público acaba entendendo que o jornalismo é aquele que difunde a minha opinião”, como se viu com muita clareza no pico da polarização política recente. Esse é um problema que atinge não apenas os veículos tradicionais em sua migração para o digital, mas os próprios nativos estão tentando encontrar soluções para superar a falta de educação midiática. Márcio Chaer, diretor do Conjur (Consultor Jurídico), nativo digital com a segunda maior audiência no Brasil (média de 2,7 milhões de visitantes únicos/mês em 2022 − Fonte: Marcelo Rech

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