Edição 1.411 página 2 Pela segunda vez, Jornalistas&Cia dedica um de seus especiais à mídia nativa digital, que está transformando de forma veloz e intensa o jornalismo em todos os quadrantes do planeta. Se na primeira investida abrimos espaço para o que poderíamos chamar de “guerrilheiros digitais da imprensa”, pelo impetuoso e persistente trabalho jornalístico avançando sobre os cânones da mídia tradicional, com sucesso, mas permanentemente desafiados em sua sustentabilidade, desta vez quisemos fazer um mergulho em alguns dos grandes veículos nativos digitais. Aqueles que têm feito a diferença e que, com o poder adquirido, vão mexendo com as audiências, com os formatos, com a linguagem, e, assim, fazendo com que o protagonismo do jornalismo no mundo mude de lado, inclusive no Brasil. Neste Dia da Imprensa (1º/6), interessante voltarmos 23 anos no tempo, para recordar a chegada intempestiva da internet na vida de todos nós, particularmente no jornalismo, quando o novo se mostrava uma caixa preta que todos temiam, mas não queriam perder de vista. Quanto se leu e se discutiu sobre sustentabilidade dos negócios da mídia, dos novos caminhos, das tentativas de cobrar ou não pelos conteúdos (o tão falado paywall, que vai virando ficção a cada dia), de como monetizar plataformas e veículos (com publicidade, com assinatura, com os dois, sem os dois etc). Ninguém sabia absolutamente nada, aliás, como aconteceria com a própria pandemia da Covid-19. Mas toda aquela ebulição, com tantos palpites, chutes, pensatas, foi decisiva para a construção dos caminhos. E se hoje já temos mais certezas sobre como deve ser o jornalismo apoiado no mundo digital, e se essa maturidade nos permite enxergar oportunidades e prosperidade onde antes só havia incertezas nesse novo mundo editorial, o certo é que tudo o que sabemos e descobrimos é nada perto do que está à nossa frente, logo ali na esquina. Temos desafios, muitos, como o combate às fake news, o enfrentamento aos algoritmos (que mudam ao sabor dos interesses das big techs), a preparação das novas gerações de jornalistas, a lapidação da linguagem digital no sentido de engrandecêla, o engajamento das novas (e mesmo das antigas) gerações para o jornalismo de qualidade, entre tantos outros. Não é pouco, sabemos, mas é uma responsabilidade e uma missão da qual não se pode fugir. Aliás como sempre foi, desde que o jornalismo existe. Nosso especial traz um pouco dessa inquietação, pelos olhares de vários colegas que hoje estão nessas frentes digitais do jornalismo. E quem com eles falou, liderando essa edição, foi Maysa Penna, profissional de larga experiência, que nos traz um alentado panorama desse novo mundo dos nativos digitais do jornalismo brasileiro, apontando caminhos e inquietações que certamente serão decisivos para o aperfeiçoamento da atividade. Certamente nossos leitores perceberam algumas ausências entre as fontes ouvidas. Não é demais lembrar que muitas delas estiveram em nosso último especial, dedicado às mídias de porte financeiro menor, mas que a cada dia se agigantam editorialmente. E outras não responderam ao nosso convite para contar sobre suas experiências e perspectivas. Uma pena... Os nossos agradecimentos vão adicionalmente para as marcas que, apoiando o jornalismo de qualidade, estão ao nosso lado na celebração deste Dia da Imprensa. Boa leitura! Eduardo Ribeiro e Wilson Baroncelli
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