Jornalistas&Cia 1409

Edição 1.409 página 39 Agradecemos aos leitores que enviaram colaborações para recompor minimamente o nosso estoque do Memórias da Redação. Se você tem alguma história de redação interessante para contar mande para [email protected]. Passei um período de minha adolescência, nos caleidoscópicos anos 1960, no milênio passado, defendendo o gol do alviverde Natal Futebol Clube. O time de várzea era formado basicamente pela garotada que morava na rua Natal, uma das mais longas – com cerca de dois quilômetros –, sem nenhuma travessa, na área central de Santo André, um dos municípios que formam o Grande ABC da capital paulista. À época também não existia a figura do treinador – até porque só nos encontrávamos aos domingos antes das partidas –, mas no caso do Natal tínhamos para esporádicas orientações a colaboração do Birigui, um colega mais velho, com módica experiência recolhida em lépidos estágios em times profissionais do interior do Estado. Certa vez, depois de uma partida em que fomos mais bombardeados do que os nazistas na retirada de Stalingrado, na Segunda Grande Guerra, e derrotados por um gol resultante de um mofino desvio da bola na perna de um zagueiro, ele me disse, consolador: para ser um excelente goleiro, mais que competência e confiança na zaga, é preciso ter sorte, muita sorte, caso contrário é melhor jogar em outra posição. Nunca mais me esqueci da desmilinguida asserção e pouco mais de 30 anos depois acabei verificando que ela poderia ser aplicada para profissionais de diversos outros ramos de atividades. Estávamos nas despedidas dos anos 1990 quando integrei um grupo de oito jornalistas, que cobriam a área de ciência, tecnologia e meio ambiente, convidados pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa) para conhecer projetos de manejo florestal na Região Norte. No penúltimo dia de programação tínhamos uma agenda em Itacoatiara, no Amazonas, aonde chegaríamos com um voo de mais ou menos uma hora a partir de Belém, no Pará. Chegamos ao aeroporto e fomos informados pelo funcionário da empresa de táxi aéreo que nosso grupo era de sorte, pois voaríamos com o piloto mais requisitado da companhia, apontado como o mais n A história desta semana é novamente uma colaboração de Ubirajara Júnior (u.birajr@ hotmail.com), que teve passagens por Folha de S.Paulo, Diário Popular, TV Globo, TV Gazeta, SBT, Rádio Gazeta, Autolatina, Radiobras (Brasília), Secretaria Estadual de Esporte e Turismo (S. Paulo), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Jornal da Ciência (SBPC) e Agência Espacial Brasileira (AEB). Diz que depois de 41 anos de atividade resolveu cuidar só da própria vida e se aposentou. Ubirajara Jr De competência, confiança e certeza n A jornalista e editora Denise Natale e a juíza Tatiane Moreira Lima, titular da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher no bairro paulistano de São Miguel Paulista, lançaram o livro O corpo é meu, ninguém põe a mão, obra infantil que aborda a questão da violência sexual contra crianças e adolescentes. O livro foi publicado pela Editora Papagaio, do também jornalista Sergio Pinto de Almeida. u Baseado em acontecimentos reais, o livro tem o objetivo de traduzir, com cuidado, leveza e suavidade, o crime a que crianças e adolescentes são submetidos todos os dias no Brasil. A ideia é alertar crianças, adolescentes, pais, amigos familiares e professores a identificarem os abusos, combatê-los e denunciá-los. A obra conta a história da gata Estrela, alegre e brincalhona, que quer jogar os Jogos Olímpicos da Floresta, até que ela conhece Lupi Lantra, a raposa amiga de seu pai. Aos poucos, o que começa como brincadeiras e amizade se torna abuso, segredos que a família não pode saber, visitas escondidas à casa da raposa e muitas ameaças. A história mostra o drama que a vítima passa a viver, misturando sentimentos de fraqueza, culpa, medo e isolamento, e indica ainda os caminhos para buscar ajuda institucional. u Para as autoras, é preciso fornecer informações corretas sobre o próprio corpo a crianças e adolescentes, com o objetivo de fazer com que o tema do abuso deixe de ser tratado como tabu. “Educação sexual em casa e na escola é cada vez mais urgente e deve ser constante, para que a vítima tenha elementos para reconhecer o abuso e denunciar o drama que está vivendo”, afirma Denise. Livros Livro infantil aborda violência sexual contra crianças e adolescentes

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