Jornalistas&Cia 1399

Edição 1.399 - 1 a 7 de março de 2023 Acabou o nosso estoque do Memórias da Redação. Se você tem alguma história de redação interessante para contar mande para [email protected]. n A Editora Globo criou uma estrutura que integra sob o guarda-chuva do Valor Econômico seus títulos especializados em economia e negócios. O objetivo é oferecer uma cobertura mais completa ao leitor desses temas e uma estrutura mais ágil e eficiente. As equipes dos veículos envolvidos também se unirão. u Sandra Boccia, atual diretora editorial de Segmentadas, vai se juntar à equipe do Valor Econômico como diretora editorial de Marcas e Projetos Especiais, reportando-se a Maria Fernanda Delmas, diretora de Redação do Valor. Os títulos comandados por Sandra (Um Só Planeta, Época Negócios, Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Auto Esporte e Globo Rural), e suas respectivas redações, farão parte do arco do Valor. Os títulos trabalharão em sinergia e seus conteúdos serão complementares ao já produzido pelo jornal. u Sandra continuará responsável pela iniciativa Um Só Planeta, que reúne várias marcas da Editora Globo com foco na cobertura de sustentabilidade e clima. Ela também responderá pela coordenação editorial de todas as grandes premiações das marcas, como Valor 1000, Executivo de Valor, Melhores do Agronegócio, Startups to Watch, Great Place to Work e Melhores Franquias. u A nova estrutura dará mais visibilidade a temas como inovação, startups e tecnologia (com a Época Negócios), indústria automotiva (com a Auto Esporte) e empreendedorismo (com a PEGN). u Uma das iniciativas dessa integração será a cobertura de agronegócios. A partir de março, as redações de Agro do Valor Econômico e da Globo Rural serão unificadas na Nova Globo Rural, com vistas a se tornar o maior portal sobre agronegócio no País. O site abrigará ferramentas para o produtor, cotações, invest imentos, gestão de negócios no campo e notícias sobre diversos segmentos do setor. A Nova Globo Rural abastecerá o Valor PRO, as páginas impressas do Valor, a revista mensal e o jornal O Globo. u O Valor pretende investir ainda este ano na criação de fóruns e comunidades para grupos específicos de profissionais ou para assinantes, frente na qual Sandra terá papel fundamental, segundo informou em comunicado Frederic Kachar, diretor-geral Editora Globo e Sistema Globo de Rádio. Editora Globo cria estrutura integrada de economia e negócios Maria Fernanda Delmas Sandra Boccia

Vista panorâmica do novo distrito de Bento Rodrigues. Um novo tempo está começando. No final do ano, foram concluídas as obras de 118 casas, mais da metade das residências previstas no novo distrito. Outras 30 moradias estão em construção. As casas foram construídas de acordo com a necessidade e as expectativas de cada família, e a comunidade participou ativamente de todo o processo. A Fundação Renova está preparando Bento Rodrigues para a entrega das chaves aos seus futuros moradores e para a mudança das primeiras famílias a partir de março. Saiba mais sobre o novo distrito de Bento Rodrigues. fundacaorenova.org/bentorodrigues MAIS DE 100 CASAS PRONTAS EM BENTO RODRIGUES.

Edição 1.399 página 3 Últimas n O Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo abre ao público nesta sexta-feira (3/3) a exposição Padre Landell: o homem que inventou o futuro, sobre o padre gaúcho Roberto Landell de Moura, o verdadeiro inventor do rádio. u A exposição mostrará a patente registrada por Landell nos Estados Unidos, esquemas e estudos preliminares de seus experimentos e diários originais, além de outros documentos históricos e manuscritos, cedidos para a mostra pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul. Haverá também uma réplica em tamanho real de um transmissor de ondas (wave transmitter), o primeiro aparelho de rádio do mundo, construída pelo gaúcho Marco Aurélio Cardoso Moura, com base nos escritos de Landell. A exposição mostrará ainda documentos manuscritos que comprovamque o padre Landell estaria projetando a televisão. u Uma instalação interativa, feita em parceria com o Instituto de Física da USP, também será atração da exposição. Serãomostrados experimentos simples que ilustram descobertas de físicos e inventores, contemporâneos de Landell, que contribuíram para a evolução tecnológica do rádio. u A exposição, que temcuradoria da pesquisadora Helena Tassara, faz parte da mostra Rádio no Brasil, sobre a história do rádio. Hamilton de Almeida, biógrafo do padre Landell, foi consultor do projeto. A visitação será gratuita, de terça a sexta-feira, das 11h às 20h; e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 19 horas. u Vale lembrar que a Jornalistas Editora, por meio deste J&Cia e do Portal dos Jornalistas, lidera desde 2010 movimento em prol da divulgação da vida e obra de Landell de Moura e do reconhecimento dele como o verdadeiro inventor do rádio. MIS-SP faz exposição sobre padre Landell de Moura, inventor do rádio

Edição 1.399 página 4 Nacionais n Em comunicado que circulou na semana passada, a RedeTV anunciou a saída de Franz Vacek após quase 18 anos de casa. Ele atuava desde 2014 como superintendente de Jornalismo, Esporte e Digital da emissora. u Franz chegou à RedeTV em 2005, para cobrir férias no Departamento de Jornalismo, e acabou sendo efetivado. Como repórter, fez coberturas marcantes, como o desastre da TAM ao vivo. Em 2008, foi o primeiro correspondente internacional da emissora e tornou-se repórter de guerra. Visitou dezenas de países, incluindo nações em situações extremas, presenciando diversas catástrofes. Teve até o carrometralhado na Líbia. u Cobriu tambéma seleção brasileira em diversas ocasiões e as Olimpíadas de Londres. EmParis, foi responsável pela negociação que permitiu que o sinal da RedeTV chegasse à França, pela operadora Orange. Em 2014, retornou ao Brasil e foi promovido ao cargo de Superintendente de Jornalismo, Esporte e Digital. Pelo conjunto da obra à frente do Jornalismo da RedeTV, recebeu o título de Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres. Em 2020, ganhou o Prêmio de Segurança Humana, na categoria Imprensa, por seu trabalho como repórter de guerra e correspondente internacional. Franz Vacek deixa a RedeTV após quase 18 anos Franz Vacek conitnuação - Últimas n Entidades representativas dos setores de imprensa, rádio e televisão condenarama campanha de desmonetização da Jovem Pan, realizada desde dezembro pelo grupo SleepingGiants Brasil. O projeto faz campanhas nas redes sociais para que empresas deixem de patrocinar canais e veículos que propagamdesinformação e discurso de ódio. u A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) classificou a campanha como “intimidação contra veículos de comunicação”. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) descreveu o caso como “inequívoca ação de intimidação” que não representa o “caminho adequado para o aprimoramento de nossa sociedade, da liberdade de expressão e de imprensa, e do Estado Democrático de Direito”. E a Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Aesp) repudiou o “ataque e boicote aos veículos de comunicação”, e acusou o Sleeping Giants de constranger empresários e anunciantes. u Vale lembrar que o Ministério Público Federal (MPF) instaurou em janeiro um inquérito contra a Jovem Pan devido a conteúdos propagados em programas da emissora que teriam contribuído para incitar os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília. A Jovem Pan alega que é vítima de perseguição e pede o fim da campanha de desmonetização e a remoção de todo o conteúdo sobre o assunto publicado na internet. n Com objetivo de diminuir os desertos de notícias socioambientais na Amazônia, o InfoAmazonia, em parceria com o site Vocativo, criou o projeto Rede Cidadã, que reúne veículos amazônicos e mapeou organizações nos nove estados da Amazônia Legal para instigar coprodução de reportagens. u Débora Menezes, coordenadora do projeto, ressalta que o InfoAmazonia utiliza dados aprofundados e mapas para contar histórias sobre a Amazônia. As parcerias possibilitam o acesso a narrativas e personagens locais que dificilmente seriam abordados sem o projeto. u “É nessa linha que queremos trabalhar: coproduzir cada vez mais reportagens com quem está atuando diretamente na Amazônia”, afirma. u O primeiro passo da Rede Cidadã foi a elaboração do Mapa Vivo deMídias da Amazônia, com dados dos veículos de comunicação dos nove estados da Amazônia Legal que abordam temas socioambientais. O levantamento foi feito a partir de bases de dados e coletas complementares, identificando conteúdos sobre meio ambiente publicados durante janeiro e dezembro de 2021. InfoAmazonia reúne veículos de comunicação para enfrentar desertos de notícias Entidades ignoram inquérito e defendem Jovem Pan contra campanha de desmonetização

Edição 1.399 página 5 n A Justiça de São Paulo condenou o comentarista Augusto Nunes e a Jovem Pan por ofensas ao jornalista Kiko Nogueira, diretor do blog Diário do Centro do Mundo. Eles deverão pagar uma indenização de R$ 15 mil, acrescidos de juros e correção monetária. Cabe recurso da decisão. Em2018, durante o programa Os Pingos nos Is, Nunes, que à época era comentarista da Jovem Pan, disse que Kiko Nogueira havia sido demitido da editora Abril por “assédio a uma funcionária”. Umdia antes da declaração, Kiko publicou em seu blog um texto no qual chamava Nunes de “ jornalista de extrema direita”. u No processo contra Nunes e a Jovem Pan, Kiko declarou que era uma pessoa de “princípios” e “ jamais abusaria sexualmente de uma colega de trabalho. Realmente o blog equivocou-se ao tratar Augusto Nunes como jornalista de extrema direita, afinal, não se trata de um jornalista aquele que se presta a criar factoides e proliferar mentiras”, declarou. u Em sua defesa, Nunes disse que “apenas contou um fato jornalístico, envolvendo pessoas de exposição pública”, citando o direito do sigilo à fonte. Nunes e a Jovem Pan venceram o processo em primeira instância, mas Kiko recorreu da decisão. Agora, a desembargadora Ana Zomer, relatora do processo no Tribunal de Justiça, disse que Nunes “desrespeitou a correta prática jornalística, tratando do assunto de forma leviana, sem publicar informações objetivas e contextualizadas”. n Ederson Salinas Benítez, conhecido como Ryguaçu, chefe da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na fronteira do Paraguai com o Mato Grosso do Sul, foi assassinado no estacionamento de um supermercado no Bairro Las Mercedes, em Assunção, no Paraguai. Ele era um dos suspeitos demandar matar o jornalista Léo Veras, em fevereiro de 2020. u À época do ocorrido, Salinas foi apontado como um dos mandantes do assassinato do jornalista. Segundo a polícia local, o criminoso encomendou a morte de Veras após descobrir que ele havia revelado a sua verdadeira identidade às autoridades. Salinas apresentou em outras ocasiões documentos com nomes falsos à polícia. A Justiça de Ponta Porã, porém, não avançou nas investigações. u Léo Veras foi assassinado a tiros em fevereiro de 2020, na cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira comPonta Porã (MS). Ele era donodoportal PorãNews, e publicava sobre a disputa do narcotráfico na fronteira entre Brasil e Paraguai, e os crimes ligados ao PCC. A morte dele segue sem esclarecimento. A últimamovimentação do caso foi em novembro de 2022, quando o Tribunal de Sentença da cidade dePedro JuanCaballero absolveu por falta de provas o principal suspeito, Waldemar Pereira Rivas, conhecido como Cachorrão. n A CNN Brasil chegou às antenas parabólicas. A emissora comprou uma frequência e está agora disponível em domicílios com antenas, principalmente no interior do Brasil. A ideia é aumentar a audiência do canal ao chegar aos cerca de 35 milhões de domicílios que recebem sinais de TV pelo sistema de parabólicas. u O sinal está disponível no kit de recepção digital da banda KU. O aparelho substituiu o antigo sinal, que será usado na expansão do 5G no Brasil. O número do canal é o mesmo da TV por assinatura, 577. João Camargo, chairman executivo da CNN, colocou como umdos objetivos de sua gestão a entrada da CNN na TV aberta. As negociações com emissoras na Grande São Paulo não avançaram, então a parabólica foi vista como alternativa, mas a CNN segue com a intenção de alcançar o público da TV aberta. conitnuação - Nacionais Suspeito de mandar assassinar Léo Veras é morto no Paraguai Léo Veras Justiça condena Augusto Nunes e Jovem Pan por ofensas a Kiko Nogueira Augusto Nunes CNN Brasil chega às antenas parabólicas HÁ 10 ANOS APERFEIÇOANDO O MERCADO DE COMUNICAÇÃO VOCÊ TEM QUE ESTAR AQUI! A MAIOR FERRAMENTA DE ENVIO DE RELEASES DO BRASIL! MAIS DE 55 MIL JORNALISTAS NO MAILING DE IMPRENSA! O QUE VOCÊ ESTÁ ESPERANDO PARA CONTRATAR?

Edição 1.399 página 6 De Londres, Luciana Gurgel Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. Um novo relatório da ONG britânica Hope Not Hate sobre a extrema-direita no Reino Unido, lançado esta semana, traz um capítulo dedicado a um “coach do Campari” em escala global, o influenciador misógino Andrew Tate. O documento, State of Hate 2023, examina temas como ódio a migrantes, teorias conspiratórias, terrorismo e movimentos anti-LGBTQIA+. Tate é apresentado como o mais grave exemplo do uso da internet para manipular audiência e ganhar dinheiro fazendo mal à sociedade. Ele está preso na Romênia por acusações de estupro, tráfico humano e crime organizado. Nascido nos EUA, mas criado emLuton, perto de Londres, área onde residemmuitos imigrantes, o influenciador começou como lutador de kickboxing e ficou famoso em 2016 participando do Big Brother. Foi expulso depois do surgimento de um vídeo em que aparecia batendo na namorada. O que para alguns seria devastador virou uma oportunidade que ele soube aproveitar, criando uma persona que se tornou ícone para comunidades anti-feministas. Andrew Tate não é o único a fazer isso. Mas foi mais longe do que muitos que tentaram. Em 2022, tornou-se a pessoa mais buscada no Google. Seus vídeos no TikTok alcançaram 11 bilhões de visualizações, promovendo desprezo a mulheres, racismo e homofobia em uma atmosfera de luxo e riqueza, com casas e carros de luxo. Sua suposta fortuna (que alguns duvidam que seja tão grande) veio de vídeos pornográficos. Ele também percebeu que a ilusão de dinheiro fácil era um filão, e criou uma “universidade” online para ensinar “estudantes” a manipular mídias sociais, repostar seu conteúdo e também ficarem ricos. O misógino foi banido das redes em agosto passado, quando ONGs como a Hope Not Hate soaram o alarme. Só que não adiantou − e isso mostra a fragilidade dos controles das plataformas. Seus seguidores, que ele chama de “soldados”, continuamdisseminando suas teses, sua fama, e a teoria conspiratória de que a Andrew Tate, o influenciador misógino que virou símbolo do perigo do discurso de ódio na internet prisão na Romênia é um ato do establishment, ou “The Matrix”. No Twitter ele nem precisa de soldados, pois Elon Musk restabeleceu sua conta. Parece tudo difícil de acreditar e restrito a nichos. Mas uma pesquisa de opinião encomendada pela Hope Not Hate mediu a extensão da influência de Andrew Tate na sociedade, quantificando o impacto que não cessou mesmo depois que ele foi preso e acusado de crimes. Entre todos os pesquisados na faixa de 16 a 24 anos, 94% ouviram falar dele, 67% assistiram ou leram algo de sua autoria e 28% têmuma visão positiva sobre ele. A taxa de visão positiva aumenta para 47% entre pessoas do sexo masculino. A principal razão é a crença de que ele «quer que os homens sejam homens de verdade», al imentando a violência contra mulheres e a intolerância. Uma comparação entre Tate e os principais políticos do país, que estão todos os dias nas primeiras páginas dos jornais e nos noticiários da TV, confirmou o que out ras pesqui sas já revelaram: o distanciamento dos jovens da mídia tradicional. Quase 8 em cada 10 jovens do sexo masculino entre 16 e 17 anos disseram ter consumido conteúdo produzido por Andrew Tate, mas 58% deles afirmaram não ter ouvido falar do primeiro- -ministro Rishi Sunak, enquanto 58% não tinham ouvido falar do prefeito de Londres, Sadiq Khan, e 32% disseram não conhecer o líder da oposição, Keir Starmer. A pesquisa da Hope Not Hate constata como as visões do influenciador estão moldando comportamentos, com mais de 30% dos jovens afirmando que não hámal em fazer piadas sobre a religião ou raça de alguém, ou compartilhar fotos íntimas enviadas em confiança por um parceiro romântico. A ONG alerta para os reflexos da normalização da violência onl ine no mundo real . E engrossa o coro dos que pedem a erradicação de conteúdos que glorificamamasculinidade tóxica e incentivam a violência contra a mulher. O relatório pode ser visto aqui. Andrew Tate

Edição 1.399 página 7 conitnuação - MediaTalks Boa notícia? − Parecia uma boa notícia, mas a anistia concedida pelo governo do Irã a 12 jornalistas que estavampresos ou aguardando julgamento acabou se revelando uma medida inócua, pois todos tiveram que assinar compromissos que restringem sua atuação profissional e os coloca em risco permanente. O alerta foi feito pela organização Repórteres Sem Fronteiras, que recriminou as condições estabelecidas para devolver a liberdade aos profissionais, muitos deles com prisões associadas aos protestos pelamorte da jovemcurda Mahsa Amini. A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) considera esses perdões uma nova forma de suprimir a liberdade de imprensa no Irã, tentando dar a impressão de clemência. Mortes na guerra − O primeiro ano da guerra na Ucrânia foi marcado por um número elevado de ferimentos e mortes de jornalistas, mas nem todas as perdas foram de profissionais que documentavam o conflito: pelo menos 27 deles tornaram- -se soldados e morreram em combate. A conta foi feita pela organização não-governamental ucraniana Institute of Mass Information (IMI), que destacou, em seu balanço dos efeitos da guerra sobre a liberdade de imprensa neste primeiro ano da guerra, o número de profissionais que perderama vida lutando por seu país na linha de frente, situação incomumemoutros conflitos. Houve ainda 13 perdas de jornalistas assassinados em bombardeios ou vítimas de tortura nas mãos das forças russas, e oito no desempenho de suas funções. O total de mortes foi de 48. Russos expulsos − Na seman a em q u e a invasão da Ucrânia completou um ano, a Fede r ação Internaciona l de Jornalistas (IFJ) desl igou de seus quadros a União de Jornalistas da Rússia (RUJ, na sigla em inglês). O afastamento foi votado na quarta-feira (22) pelo Comitê Executivo global da Federação. Segundo parecer do Comitê Executivo, a decisão deveu-se a uma investigação sobre a conduta do RUJ desde a invasão da Ucrânia pela Rússia e a abertura de filiais do RUJ em territórios ucranianos anexados. Raiva e traição − Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford revelou que mais de 85% dos sites de grupos que propagam fake news e desinformação sobre saúde anal isados real izam alguma tentativa de obter dinheiro de seus usuários, usando principalmente a raiva e a traição como argumentos para sensibilizar potenciais colaboradores. As doações são a forma mais comum de monetização utilizada pelos grupos de desinformação, seguidas pelas vendas de informativos e de mercadorias. A publicidade e as taxas de associação são menos comuns. Escândalo de desinformação − Uma das estrelas da TV francesa, o jornalista Rachid M’Barki, foi suspenso ao ter seu nome envolvido em um esquema de manipulação da imprensa e de redes sociais revelado em uma investigação jornalística transnacional envolvendo profissionais de mais de 30 veículos de comunicação. Rachid, que apresentava o Le Journal de la Nuit (Jornal da Noite) na BFMTV, uma das emissoras mais populares da França, é suspeito de ter transmitido reportagens encomendadas pelo esquema de desinformação Team Jorge, comandado a partir de Israel. A notícia da suspensão foi revelada pelo jornal Politico. Esta semana em MediaTalks EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E A jornalista Bianca Omi Lami é a responsável pela Agência Otà de Jornalismo de Terreiro, que busca usar o jornalismo como forma de combater a intolerância e o racismo religioso e produzir conteúdo desmistificando o culto às religiões de matriz africana. De modo geral, a cobertura jornalística sobre religião nos veículos de comunicação acontece de forma superficial, geralmente abordando casos de violência ou em datas comemorativas. Na edição de 2023 do Encontro Internacional de Jornalistas da Diáspora Africana, a repórter Camila Silva abordou o tema em uma mesa especial: “A religião não é somente cobrir as particularidades de cada fé, mas entender que também é uma forma de você ver o mundo e que influencia nas atitudes e decisões de cada indivíduo”. Veja a reportagem completa no link. Jornalismo e diversidade religiosa

Edição 1.399 página 8 conitnuação - Comunicação Corporativa São Paulo n Ana Paula Favaron começou em novembro na equipe de atendimento da Máquina CW. Esteve anteriormente, por um ano e quatro meses, na Tao PR, e também trabalhou no Grupo Rái e na agência A Fonte! Comunica. n Andrea Queiroz, sócia por quatro anos e meio da Tre Assessoria, fundou e dirige desde julho a QnA Comunicação. n Bruna Pedroso de Moraes, executiva sênior de PR, deixou a NR-7 após um ano e dois meses de casa e começou em janeiro como consultora na GBR Comunicação. Ela também teve uma passagem de nove meses pela SevenPR. n Carolina Rodrigues de Campos, analista de comunicações, deixou o Merck Group, onde esteve por três anos, até janeiro, e na sequência iniciou nova jornada como analista de comunicação para vacinas na Sanofi. n Danielle Nhoque, analista sênior de marketing digital, deixou a AACD, onde esteve por pouco mais de quatro anos, até fevereiro, e começou na sequência como analista de conteúdo na Rede Globo. n Evelyne Faccio deixou na última semana a Gerência de Corporate Affairs da Bimbo Brasil, onde esteve por pouco mais de três anos. Antes, ela ficou por nove anos na BRF, metade dos quais na mesma área de corporate affairs. Bahia n Cledson Castro, que foi por 11 anos e meio da Monte Rodovias e que no último ano dedicou-se à sua ITL Consultoria em Gestão Empresarial, começou agora em fevereiro como gerente de comunicação e relações institucionais na ViaBahia. Minas Gerais n Diogo Queiroga começou em dezembro como analista de ESG e pessoas na Appian Capital Brazil. Até então ele estava na Anglo American, onde foi analista por três anos e meio. Santa Catarina n Sandro Paim assumiu em janeiro a coordenação demarketing da ESSS, empresa de engenharia e ciências da computação, que atua com simulações numéricas. Ele deixou a NSC, onde esteve por cinco meses coordenando a área de branded content. E antes passou por Dialetto e Koi Comunicação. Cledson Castro Diogo Queiroga Sandro Paim Ana Paula Favaron Andrea Queiroz Bruna Pedroso de Moraes Carolina Rodrigues de Campos Danielle Nhoque Evelyne Faccio

Edição 1.399 página 9 conitnuação - Comunicação Corporativa n Fernanda Gil, que estagiou por um ano e nove meses na DPZ, em comunicação, engajamento e influência, até dezembro, foi contratada em janeiro como assistente de RP na Galeria.ag. n Gabriel Valério, ex-BCW e FSB, começou em fevereiro na Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil – Britcham, como coordenador de relações governamentais. n Gustavo Brito despediu-se em janeiro da CDI, após pouco mais de um ano e meio de casa, e integrou-se ao time de executivos de atendimento da DezoitoCom PR (Grupo Rái), para clientes da área de tecnologia, consumo, alimentos e educação. n João Sales Alves começou em janeiro como especialista em PR na Motim. Esteve antes, por um ano e dez meses, na Casa9 Comunicação. n LaísFigueiredo deixouemjaneiro a JeffreyGroup, onde esteve por pouco mais de um ano e meio, e regressou à Edelman, onde havia estagiado e trabalhado por quase quatro anos e meio, entre 2017 e 2021.Ocargoédeexecutivasênior. Fernanda Gil Gabriel Valério Gustavo Brito João Sales Alves n Leticia Andrade começou em janeiro como executiva sênior da CDN, contratada para o atendimento à Samsung. Estava até então na In Press Porter Novelli, onde atuou como consultora sênior por umano e novemeses. Tambémpassou por Danthi, JeffreyGroup e Máquina CW, entre outras agências. n Luis Eduardo Sato assumiu em janeiro a coordenação de comunicação e marketing da Echoenergia Participações, que integra o Grupo Equatorial Energia. Ele foi anteriormente, por pouco mais de um ano e meio, da comunicação da Linx. n Mariana Geraldini, gerente de comunicação corporativa, deixou oQuinto Andar, onde esteve por pouco mais de um ano, até fevereiro. Ela tambémpassou por Approach, AtitudeCom e BCW Global. n Nathália Spaolonzi Chamon, ex-GBR e Nova PR, que esteve por um ano e três meses como executiva sênior na FleishmanHillard, até janeiro, foi contratada pela KTBO para atuar na função de content senior da Janssen. n Paulo Júnior, consultor de comunicação, deixou a FSB em janeiro, após um ano e dois meses de casa, e na sequência começou na LVBA, como especialista de comunicação. Ele também já atuou na Fundação Cultural e Prefeitura de Joinville e foi assessor de imprensa na Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo. n Rodrigo Freitas está de volta à Race Comunicação (onde já havia atuado por mais de três anos e meio), agora contratado para coordenar o atendimento da conta da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Nos oi to meses em que esteve fora, trabalhou como gerente na Bowler. n Stefania Ludescher Souza Ricciulli assumiu em janeiro a Gerência de Comunicação da Atlas Renewable Energy. Estava anteriormente como gerente de comunicação e marketing da Acciona. Laís Figueiredo Leticia Andrade Luis Eduardo Sato Mariana Geraldini Nathália Spaolonzi Chamon Paulo Júnior Rodrigo Freitas Stefania Ricciulli

Edição 1.399 página 10 conitnuação - Comunicação Corporativa n A Edelman anunciou a conquista da conta da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), organização sem fins lucrativos fundada em 2008 e focada na conservação da Amazônia, com projetos voltados a educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação e saúde, entre outros. u O time de atendimento conta com Ivan Rocatelli e Elisa Destro na linha de frente, com gerência de Carina Baladi, direção de Ana Paula Sartor, sob o comando da VP Natalia Martinez. O e-mail de contato é fas@ edelman.com. E mais... n A Core Group conquistou a conta da Pricefy by Selbetti, empresa doGrupo Selbetti, que atua em processos de comunicação de produto, preço e promoção na loja. No atendimento, Helder Horikawa e Pedro Yamada, com direção de Sandra Takata. n Viviane Marotta começou em janeiro como analista na equipe da Pros. Ela ali chegou após um ano no time da Ideal H+K Strategies, período em que atendeu à LG One Brasil. Entrou em licençamaternidade n Elaine Andrade, editora de análise e tendências na CDN, em São Paulo, na agência desde janeiro de 2009. Viviane Marotta Elaine Andrade Dança das contas Edelman conquista conta da Fundação Amazônia Sustentável Pelo mercado n O Grupo Report, que está celebrando 20 anos, pisa fundo no acelerador, motivado pelo excepcional desempenho nos últimos 24 meses, quando triplicou o faturamento, e também pelos avanços da agenda ESG no País. E o faz investindo emnovos produtos e serviços (Central de Indicadores, Perception ESG e Calculadora do ISE, entre outros) e em contratações. u Chegarampor lá recentemente, para assumir a comunicação institucional, Flávia Ragazzo, como head da área, e Karla Gondim, como analista sênior. E mais... n Luciana Santos Tardioli e Vanessa Costa, diretoras da Elabore Estratégia, vão falar sobre compliance e comunicação no Congresso de Gestão e Recursos Humanos do Interior (Congerghi 2023), que será realizado de 13 a 18/3, no Alameda Rodoserv Center, em Bauru, no interior de São Paulo. O tema central é As pessoas no centro do mundo. Vanessa Costa (esq.) e Luciana Tardioli Flávia Ragazzo Karla Gondim n Marcia Leite, que dirige a Comunica Hub, está colaborando com a divulgação do aniversário de 15 anos da Imaginadora, agência fundada pela colega Ana Maria Donato, que atua comPR, eventos, educação, marketing digital e para destinos turísticos. n A Cause organizou e está colocando à disposição de profissionais e empresas interessadas um calendário de causas para 2023. Clique aqui para ver. Pingo nos is − n É Maria Luíza Barbosa (e não Maria Fernanda Barbosa) que voltou à NR-7 em janeiro passado. Marcia Leite Ana Maria Donato Maria Luíza Barbosa

Edição 1.399 página 11 AUTO Patrocínio n Termina nesta quinta-feira (2/3) o primeiro turno da eleição dos +Admirados da Imprensa Automotiva 2023. Nesta fase, os eleitores poderão indicar livremente até cinco profissionais e publicações mais admirados em 12 categorias: Jornalista (Geral, Duas Rodas e Veículos Comerciais), Colunista, Influenciador Digital, Áudio (Podcast), Áudio (Rádio), Jornal, Revista, Site, Vídeo (Canal/Redes Sociais) e Vídeo (Programa de TV). u Já a categoria Projeto Especial, que reconhecerá uma iniciativa inovadora criada por profissionais ou publicações do setor automotivo, recebe inscrições até 17 de março. u A eleição conta comos patrocínios de Bosch, General Motors e Honda, e apoios de Volkswagen, VWCO e Press Manager. Mais informações com Vinicius Ribeiro (vinicius@jornalistasecia. com.br). n Depois de anunciar no final de janeiro sua saída da Exame, após dois anos de casa, Gabriel Aguiar (ex-Quatro Rodas, Autoesporte e iCarros) começou na semana passada no time de Comunicação e Marca da Sem Parar como analista sênior. Atuará focado em estratégia digital, redes sociais e influence marketing. u “Esse já era um caminho que eu vinha traçando nos últimos anos, tanto pelaminha experiência na Quatro Rodas e na Exame – que iam para além de redação, cuidando de parcerias, projetos especiais e ações de marketing –, como academicamente, com umMBA emmarketing, branding e growth pela PUC”, explica Gabriel. “É uma mudança de trajetória, mas que aproveita toda a bagagem que trago do setor automotivo e também de lifestyle. É umdesafio, claro, mas também é uma oportunidade incrível por todos os projetos que ainda teremos pela frente”. u Gabriel atende pelo gabriel. [email protected]. PELAS REDAÇÕES Primeiro turno dos +Admirados termina nesta quinta-feira (2/3) PELO MERCADO Gabriel Aguiar começa na Sem Parar Gabriel Aguiar AGRO PELAS REDAÇÕES Fernando Lopes deixa o Valor Econômico n Depois de 23 anos na equipe de Agro do Valor Econômico, os últimos 20 como editor do caderno, Fernando Lopes ([email protected]) anunciou nesta semana sua saída da publicação do Grupo Globo. Ele fazia parte de um grupo − cada vez mais restrito − de profissionais que estavam na casa desde o lançamento do jornal, em 2000. Antes, foi por sete anos da extinta Gazeta Mercantil. u “Longa jornada, de muito aprendizado, muita entrega e muitas realizações”, destacou em um post de despedida no LinkedIn. “Só posso agradecer pelas oportunidades que tive e por toda essa experiência incrível que foi participar da história do jornal desde seu início. E tudo isso cobrindo Agro, setor que aprendi a respeitar e a admirar. É o Brasil! Nesse caminho, tive o privilégio de trabalhar sempre com jornalistas fantásticos, com os quais compartilhei grandes momentos, profissionais e pessoais. A hora agora é de descansar um pouco e recarregar as baterias. Obrigado a todos e todas que sempre me apoiaram! Um forte abraço e até breve!”. Fernando Lopes

Edição 1.399 página 12 100 ANOS DE RÁDIO NO BRASIL Por Álvaro Bufarah (*) Diante de tragédias como a ocorrida no litoral norte paulista os meios de comunicação têmumpapel importantíssimo antes, durante e depois dos acontecimentos. Segundo os pesquisadores Debora Lopez, Marcelo Kischinhevsky e Lena Benzecry, nesse cenário de catástrofes o rádio deixa suas funções de relógio do cotidiano da população para ser um articulador entre os espaços públicos e privados, entre o doméstico e a cidade, resgatando seu papel de prestação de serviços e utilidade pública. Nesse sentido, é omeio de comunicação mais rápido e barato a se dispor a ajudar as vítimas, orientando, informando e ordenando as ações das comunidades e das autoridades em torno do que fazer para ajudar as pessoas atingidas. Na situação vivenciada pela população do litoral norte paulista logo após as fortes chuvas havia uma grande dificuldade em se manter o sistema de comunicação funcionando, pois muitas torres foram atingidas dificultando o contato por celulares e via internet. Foi aí que as emissoras de rádio locais se destacaram, ao servir de canal de comunicação entre os atingidos, as autoridades e a sociedade. Para os pesquisadores (Debora, Marcelo e Lena), a radiofonia tem uma capacidade diferenciada em operar em situações-limite, como na pandemia, enchentes, desabamentos, terremotos, furações, incêndios e desastres naturais como um todo. Eles afirmamque o rádio faz “a costura de um tecido social mais ou menos esgarçado, convocando a ação das autoridades, informando e narrando os acontecimentos, mobilizando a empatia e a solidariedade”. Os professores lembram que houve um aumento do consumo de rádio depois da pandemia da Covid-19 “e isso se deve, entre outros fatores, ao crescimento da demanda informativa gerada pela catástrofe”. Os autores citam que omeio apresenta duas vantagens sobre a televisão: sua credibilidade e a influência psicológica sobre a audiência, Rádio e catástrofes derivada principalmente de sua organização narrativa sonora e da proximidade que o meio estabelece com os ouvintes. No Brasil, o consumo de rádio cresceu, como indica o estudo Inside Radio 2020, da Kantar Ibope Media: 75% dos ouvintes mantiveram ou aumentaram o tempo de escuta e 17% indicaram ouvir muito mais rádio após a adoção das medidas de isolamento social. Entre os consultados, três a cada cinco escutaram rádio diariamente, em média 4h41. Os maiores impactos residem nas formas de consumo. Segundo a pesquisa, 78% dos entrevistados escutam rádio em casa e 18% no carro. Além disso, 81% utilizam o aparelho de rádio; 23%, o celular; 3%, o computador; e 4%, outros equipamentos. Um dado da pesquisa revela a conexão com a audiência e a compreensão das demandas do público por parte das rádios: a geração de conversas em redes sociais. Segundo o Inside Radio 2020, os tweets sobre rádio aumentaram77% entremarço de abril desse ano de 2020. Já a audiência em podcasting teve aumento mais expressivo. De acordo com a Voxnest (2020), o aumento foi de 42% em nível global, comdestaque para Turquia, Índia, Colômbia, Argentina e Brasil. Houve ainda aumento expressivo na Europa (53%), inclusive em países que adotaram lockdown, como Itália (29%) e Espanha (25%), com for te redução na mobilidade urbana – uma das chaves para o consumo de podcasts. Os pesquisadores declaram que o estudo da Kantar “aponta que a ampliação do consumo de rádio durante a pandemia tem relação com o caráter companheiro do meio, pelo diálogo e pela diversidade de conteúdo oferecido e plataformas ocupadas. Serviços de streaming e podcasts foram acessados, respectivamente, por 46% e 24% dos ouvintes, reiterando tanto o potencial informativo quanto de entretenimento do meio”. Os especialistas registram outro ponto diferencial do meio rádio: “Uma das principais forças do rádio nos momentos de enclausuramento e isolamento social é que uma das bases de funcionamento como instituição social e cultural é sua capacidade de gerar ‘copresença’. É a sensação que temos quando ligamos o rádio, de que outros fazem o mesmo, que escutam quando nós escutamos”. Ou seja, a sensação de presença humana em um momento de dificuldade e necessidade de acolhimento. Além da ajuda prestada nos momentos de tragédias, o rádio ainda contribui na formação e informação das comunidades. Em muitos municípios brasileiros, durante a pandemia, emissoras de rádio transmitiram aulas para auxiliar os estudantes e seus familiares que não podiam chegar às escolas. Debora, Marcelo e Lena recordamque “as aulas pelo rádio já foram realizadas emcatástrofes anteriores, como no surto de ebola na África entre os anos 2013 e 2016 e no terremoto chileno em 2010. Antes disso, no início do rádio brasileiro, havia ações de educação pelo dial. Edgard Roquette-Pinto desenvolvia ações como estas na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro nos primeiros anos do meio no Brasil. Ações posteriores, como o Movimento de Educação de Base, o Projeto Minerva e o Programa Escola Brasil, marcam a perenidade (ainda que não predominância) da relação entre educação e radiodifusão”. Além de todos esses processos indicados pelos pesquisadores, as Debora Lopez Marcelo Kischinhevsky Lena Benzecry

Edição 1.399 página 13 (*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo. PRECIO SIDADES do Por Assis Ângelo Acervo ASSIS ÂNGELO emissoras de rádio paulistas, organizadas pela Aesp, associação do setor, promoveram um pedágio solidário no dia 25 de fevereiro, das 10h às 15h, na capital paulista e arrecadaram 20 toneladas de alimentos que foram entregues ao Fundo Social do Estado. Foram doados alimentos, itens de higiene pessoal, roupas e até alimentos para pets. As emissoras que participaram do processo de arrecadação foram Alpha, 89 FM, Disney, Energia FM, Gazeta FM, Kiss FM, Massa FM, Mix FM, Nativa FM, Rede Blitz, Transamerica e Tropical FM. Em nota, a Aesp reafirmou que “durante uma emergência, a capacidade de permanecer conectado à informação que irá mantê-lo seguro é imperativa. E, outra vez, o rádio local tem provado ser uma das maneiras mais seguras de se manter informado em momentos de emergência”. Com isso, confirmamos o que os autores Paul Chantler e SimHarris indicaramno livro Radiojornalismo (1992): que o rádio é considerado a fonte mais pura de informações jornalísticas, devido à rapidez com que as notícias são transmitidas. As pessoas escutam o rádio quando querem saber rapidamente o que está acontecendo. Por serem curtas, as notícias neste veículo tornam-se sintéticas, concentradas no acontecimento e provocam uma relação mais pessoal entre locutor e ouvinte. Outro aspecto é que há uma grande praticidade, pois a emissora pode ser operada por poucas pessoas e um repórter pode entrar ao vivo por um telefone. Enfim, esse é o meio rádio ajudando a salvar vidas e a restaurar o cotidiano das pessoas. Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link. Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo Guerras são passaporte para o fim do mundo Não tem jeito. Os indícios levama uma grave realidade: o mundo anda de pernas bambas e com ele, nós. Nós, humanos, não temos salvação. Desentendimento leva à discussão e briga no campo doméstico. Conflito gera convulsão e até morte à bala ou facadas. Comum no cotidiano. Isso tudo piora no campo político, quando brigas provocamconflitos envolvendo grupos. Daí a outros episódiosmais graves é umpasso. Secessão ou guerra civil é o que mais ocorre mundo afora. Sem falar em levante, revolução e guerra pelo poder. No momento há guerras internas na Síria, por exemplo. Há anos guerras começam e recomeçam no continente africano e fora dele. No Iêmen o pau canta há muito tempo. Milhares e milhares já morreram e continuam a morrer no Oriente Médio e no Leste Europeu. Leia-se: Rússia × Ucrânia. A Ucrânia foi invadida por tropas russas no dia 24 de fevereiro de 2022. O presidente dos russos Vladimir Putin decidiu matar os ucranianos simplesmente com o propósito de tomar suas terras. Pensou que seria coisa de uma semana, mas quebrou a cara e está levando seu povo e seu exército à bancarrota, já que os países civilizados estão todos contra ele. Entre esses, EUA, França, Alemanha e Inglaterra. Os EUA têm ampla experiência em guerras. Perderam algumas, mas ganharam muitas. Em 1776, os EUA, que eram colônia da Inglaterra, conquistaram a sua independência. Entre 1861 e 1865, os EUA entraram em guerra civil e o resto todo mundo sabe. Em 1789, a França deu exemplo de liberdade com a tomada da Bastilha. O rei à época, Luís XVI, perdeu a cabeça na guilhotina. A base de Hitler para tomar o mundo foi a Alemanha. Inspirou-se nas diabruras do italiano Mussol ini , que acabou esquartejado pela plebe rude após o fim da guerra. Bem feito! O ditador − sempre os ditadores! − António Oliveira Salazar (1889-1970) era um apaixonado pelo matador Mussolini. Salazar teve sob suas

Edição 1.399 página 14 PRECIO SIDADES do Acervo ASSIS ÂNGELO Contatos pelos [email protected], http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333 rédeas o povo português entre os anos de 1933 e 1968, quando caiu da cadeira. Infarto. E Francisco Franco (1892-1975), na Espanha, hein? Foi sob as armas assassinas de Franco que sucumbiu, num paredón, um dos maiores poetas espanhóis: Federico García Lorca. O mundo está em convulsão, continua em convulsão, e pode explodir a qualquer momento num apertar de botões. A Rússia tem cerca de 6.250 ogivas nucleares. Guerras são uma praga que existe desde que o homem desceu das árvores. Você sabia que existe pelo menos uma bomba nuclear, de origem norte-americana, perdida num lugar qualquer do mundo? Hiroshima e Nagasaki, no Japão, foram destruídas por bombas atômicas em agosto de 1945. Sempre houve guerra pela disputa do poder. O Egito, que ainda temumdos maiores exércitos domundo árabe, já dominou áreas enormes do nosso planetinha. Falo do tempo antigo. O povo egípcio se juntou em 2011 formando o que se chamou “Primavera árabe”. O resultado disso foi a queda do ditador Mohammed Hosni Mubarak. Há guerras que começam à toa. No dia 28 de julho de 1914 o bam-bam-bam do Império Austro- -Húngaro Francisco Ferdinando e sua mulher Sofia foram assassinados a tiros de pistola numa rua de Sarajevo. Pronto! Estava iniciada a Primeira Guerra Mundial, que se prolongaria até 11 de novembro de 1918. O saldo foi de milhões de mortos e feridos, incluindo civis. A Segunda Guerra Mundial foi deflagrada no dia 1° de setembro de 1939 e teria fim em 2 de setembro de 1945. O saldo ficou na casa dos milhões e milhões de mortos e incontáveis feridos. Quando estourou a Segunda Guerra Mundial o ditador Getulio Vargas já havia criado um inferno particular para os brasileiros: o Estado Novo, instalado em 1937. Deixou mortos e feridos. Entre 1936 e 1939, os espanhóis viveram em guerra. A Rússia participou da Primeira e da Segunda guerras mundiais. O Brasil também. Submarinos alemães afundaram navios brasileiros, daí a nossa participação nesses conflitos. Curiosidade: Aracy de Carvalho, mulher do escritor Guimarães Rosa, teve participação ativa no salvamento de judeus. Participação ativa também teve a escritora Clarice Lispector. À época, Clarice estava na Alemanha em companhia domarido, Maury Gurgel Valente, que era embaixador. Não seria exagero dizer que a experiência vivida pela escritora se refletiu na sua obra. Clarice Lispector nasceu na Ucrânia no ano de 1920. Cinquenta anos antes do nascimento de Clarice, o Brasil acabara de sair vitorioso da guerra do Paraguai. Essa guerra começou no final de 1864, depois de tropas do exército do Paraguai invadirem o Mato Grosso e o Rio Grande do Sul; e pela parte argentina, Corrientes. Foi quando se formou a Tríplice Aliança e tal. O resto é história. E não tem como esquecer a Guerra de Canudos, brasileiramente interna, ocorrida entre 1896 e 1897. Quem acabou com essa guerra foi o primeiro presidente civil do Brasil: Prudente de Morais, reunindo forças policiais de vários Estados. Massacre. Leia Os Sertões. Leia também o Dicionário das Batalhas Brasileiras, de Hernâni Donato. É certo que já passa de 350 mil o número de mortos na guerra de Putin. No nosso subconsciente mora a errônea informação de que o maior número de assassinatos numa guerra foi provocado pelo austríaco Adolf Hitler. Não foi. A história conta que o sacana que mais matou gente numa guerra foi o chinês Mao Tsé-Tung (1893-1976): 40 a 70 milhões. Não há exatidão, mas os números são horrorosos. Claro, Mao foi o sujeito que instalou o Comunismo no seu país. Curiosidade: entre os 196 países reconhecidos pela ONU, apenas cinco têm o Comunismo como regime político. Esses países são, além da China, Coreia do Norte, Vietnã, Laos e Cuba. O Comunismo foi adotado na Rússia logo após a guerra civil, em 1917, quando Vladimir Ilitch Ulianov, o Lênin (1870-1924), assumiu o poder. O comando do chamado Exército Vermelho foi confiado por Lenin a Leon Trotsky. Em 1923, há um século, portanto, a Rússia passou a chamar-se União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS. Com a morte de Lenin, Trotsky e Joseph Stalin disputaram o poder. Trotsky perdeu e Stalin entrou para a história como assassino de milhões e milhões de russos e russas. E teve, na história, uma guerra que engoliu três reis. Foi emAlcácer- -Quibir, noMarrocos, no ano de 1572. Umdesses reis, DomSebastião, de Portugal, virou um quase santo e a marca politicamente indelével de Sebastianismo. O presidente Inácio Lula da Silva acaba de entrar no jogo, sugerindo a formação de um grupo de países para negociar a paz entre Rússia e Ucrânia. Como fica a situação das outras guerras mundo afora, hein? Que Deus nos proteja. E por não ter o que fazer, fiz: https://www.youtube.com/watch?- v=0FF9iNSKELA. Foto por Flor Maria Ilustração de Fausto Bergocce

Edição 1.399 página 15 Sudeste São Paulo n A IT Mídia anunciou o retorno de DéborahOliveira, profissional que atuou na empresa por quase sete anos. Ela assume a Diretoria de Conteúdo e Relações Públicas do grupo e será responsável pela reformulação do portal IT Mídia e pela curadoria de eventos do IT Forum. u Déborah comentou sobre o novo desafio: “Vamos criar conteúdo focado emconhecimento, dar mais voz aos executivos de tecnologia. Queremos desenvolver uma plataforma que integre portal e eventos, criando uma jornada única do conhecimento”. u Ela foi repórter de tecnologia nas revistas Computerworld Brasil, CIO Brasil, IDG Now, Mac World e PC World. Tem 17 anos de experiência no mercado, em áreas editoriais, de comunicação emarketing estratégico, comexpertise em liderança de projetos, planejamento e estratégia de comunicação, além de análises de mercado e consumo. Déborah deixou a IT Mídia em 2020, quando ocupava o cargo de editora e gerente-executiva de Conteúdo, para se tornar diretora de Marketing da Plusoft. E mais... n Joyce Macedo deixou o Grupo NZN após três anos de casa. Em publicação no LinkedIn, agradeceu aos colegas de equipe, responsáveis pelos sites TecMundo, Voxel, Minha Série e Mega Curioso, e aos parceiros de jornada. n A TV Folha estreou em 27/2) Como É que É, programa diário de entrevistas ao vivo, apresentado por Isabella Faria. O programa, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 18h, foca em debater “tudo o que for assunto no País”, com a presença de especialistas de diferentes áreas, repórteres, editores e colunistas da Folha. O programa pode ser visto nos canais do jornal em Youtube, Facebook e Twitch. Agenda-SP n Sergio Tulio Caldas, ganhador do Prêmio Jabuti com o livro Com os pés na África (2017), lança nesta quinta-feira (2/3) Terra sob pressão – A vida e a saúde humana na era do aquecimento global. Fruto de viagens e pesquisas emambientes como a Amazônia, a caatinga, entre outras regiões do mundo, o livro será lançado às 19h, na Livraria da Vila de Pinheiros (Rua Fradique Coutinho, 915). n A identidade de Dona Vitória foi revelada quando morreu Joana Zeferino da Paz, em 22 de fevereiro. Personagem do Rio, morreu aos 97 anos, em Salvador, onde vivia sob anonimato forçado, 17 anos depois de deixar a cidade pelo Programa de Proteção à Testemunha. Quem conta sua história, de que ele também fez parte, e com muita sensibilidade, é Fábio Gusmão, hoje editor de Rio em O Globo. u Em 2005, aos 80 anos, Joana morava em Copacabana, num apartamento próximo à Ladeira dos Tabajaras. Via da janela o tráfico de drogas ocupar o local arregimentando crianças. Ligou para o Disque Denúncia, foi a delegacias algumas vezes e ninguém lhe deu crédito. Indignada e decidida a provar o que dizia, ela comprou a prestações uma câmera de filmar. Gusmão, na época repórter do jornal Extra, passou pela Coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil (Cinpol) do Rio, em busca de notícias, e o policial Aurílio Nascimento, hoje comissário, contou-lhe que uma idosa deixara uma sacola com oito fitas VHS contendo filmagens de traficantes em atividade. u Após assistir, estarrecido, ao conteúdo das fitas, Gusmão o apresentou no jornal, que decidiu propor a Joana levar o caso à Secretaria de Segurança Pública, prontamente aceito por ela. As denúncias resultaramemuma investigação conjunta das polícias Civil e Militar, que executaram mandados de prisão paramais de 30 criminosos, entre traficantes e cinco policiais militares. u O Extra publicou uma série de reportagens, em caderno especial, intitulada Janela indiscreta, com os registros feitos. Devido à importância do fato, Gusmão quis dar à personagem um codinome, em vez de citar apenas as iniciais, como de costume com as fontes que devem permanecer anônimas. Octavio Guedes – então editor executivo do jornal e hoje na GloboNews – propôs: Dona Vitória. u A repercussão internacional da série apareceu em jornais como o espanhol El País, o francês Le Monde, Clarín da Argentina e The Independent da Inglaterra. No Brasil, a série ganhou o Prêmio Esso, o Imprensa Embratel, o Tim Lopes de Jornalismo Investigativo e o Direitos Humanos de Jornalismo de Porto Alegre, além de menção honrosa no Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. u Está em fase de produção no Globoplay um filme sobre a história de Dona Vitória, com Fernanda Montenegro como protagonista, o ator Alan Rocha no papel de Fábio Gusmão, e direção de Andrucha Waddington. Déborah Oliveira assume a Diretoria de Conteúdo e Relações Públicas da IT Mídia Déborah Oliveira Fábio Gusmão registrou o exemplo de coragem de Dona Vitória Dona Vitória e Gusmão na época da reportagem Rio de Janeiro Sergio Tulio Caldas

RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==